Nos tempos de hoje se torna até bucólica falar de uma simples paquera, tem quem diga, entediante. Por hora, na minha concepção de romântico por toda uma eternidade é mais bem vindo me ludibriar nas entrelinhas do amor do que um algodão doce no parque aos domingos é mais bem vindo do que degustar o doce de coco da avó quando viajo pro interior, ou até quem sabe aquele doce de gergelim que ao degustar se assemelha com o prazer sexual.
Na primeira paquera, na primeira olhada, simples gestos, simples insinuações, meus olhos tímidos eram desvirtuados toda vez que cruzávamos, simplesmente no olhar. Queria sentir olhado, era estranha a situação, saber que alguém, ali naquele mesmo ambiente te olha, te analisa, te seca, fiquei ali, sabendo que estava sendo observado a imaginar coisas que passam pela cabeça assim desnecessariamente, fingia ajeitar algo aqui outra acolá, mais uma vez nossos olhos se cruzavam. Ninguém tinha o sentido imediatista de tomar alguma atitude naquele instante e nos aproximar, preferimos ficar ali, naquela noite de lua cheia e naquele ambiente quase que tumultuado, eu estava sentado no balcão, as horas iam passando rapidamente, ninguém dava conta até que nos esquecemos de que o lance do olhar não daria resultado imediato. A noite termina e ficamos nesse questionar, de quem se procede àqueles olhos?
Na segunda, os óculos escuros daquela tarde tumultuada só nos trouxeram incerteza. Ficamos ali em pé, naquele passar constante de pessoas bizarras. Ninguém na minha companhia conseguiu perceber esse jogo de sedução, percebi que sua face estava voltada em minha direção, mas os óculos conseguiam deturpar essas minha quase certeza, e ficamos ali por tempos e tempos incalculáveis e impercebíveis, parados, olhando na mesma direção um do outro. Aquilo era agradável, sabíamos que nos desejávamos, queríamos de qualquer forma, mesmo que aquilo fosse só um desejo instantâneo e carnal, mas nos desejávamos, tínhamos a extrema necessidade de nos tocar e nos beijar, tínhamos a necessidade de talvez proferir obscenidades um no ouvido do outro como se aquilo fosse um conto machadiano. E por um descuido ocasionado talvez pela tumultuada situação na qual fomos postos ou até por um descuido nosso nos perdemos, nos descuidamos, e deixamos pro terceiro encontro a continuidade dessa história um tanto quanto platônica.
No terceiro encontro, uns antagonistas entram na história, no mesmo ambiente que nos encontramos da primeira vez, lá a figura estava, no mesmo local, próximo da porta e do balcão, parecia até que se passara todo o tempo, desde a troca dos primeiros olhares até aquele dia, e que não tinha saído jamais daquele canto, parecia que ali estava sua estátua. Entro e dou de cara logo com a figura, olhamos um pro olho do outro, fixamos alguns segundos e depois descruzamos os olhares, necessitava cumprimentar as pessoas que logo avistei, foi inusitado, naquele dia estava pronto a atirar minha primeira flecha e ver o que dali sairia, quando dois fatos de repente aconteceram: o primeiro, o avistei em conversa de pé de ouvido com alguém do meu passado, a conversa parece que tinha como assunto principal a minha figura, pois ambos conversavam e olhavam na minha direção, acredito que coisa interessante não poderia ser comentada a meu respeito por aquela figura que já fez história no meu passado, fiquei tranqüilo e resolvi não atacar, o segundo, de repente sou acariciado nas mãos era uma outra história antiga, um passado atuante, estava ali, naquela noite, já tínhamos trocados alguns profundos beijos, mas achei que fosse só uma coisa passageira, coisa de curtição ou talvez uma carência um tanto afetiva sendo suprida, mas não, começamos a nos sentir, conforme a música tocava íamos nos beijando e assim foi ficando por quase toda noite, até que o cansaço tomou conta da outra parte que estava comigo e resolveu ir pra casa enquanto eu ficava e acompanhava outro casal que pretendia ficar mais naquele bar, assim fiz, conduzi a figura até a porta nos despedimos ali mesmo e voltei ao meu lugar, ao lado do palco, no meu retorno percebi que o olhar misterioso daquele ser que por três vezes me perseguiam, continuavam a me desejar, os meus também devoravam como uma ave de rapina, voltei a mesa onde o casal de amigos estavam e fiquei ali a apreciar a boa música popular. Tarde da noite resolvemos nos retirar daquele ambiente tumultuado, quando estou saindo percebi que o seu olhar continuava me acompanhando, delicadamente, também olhei e retribuir o olhar, mas ressalto que só foi o olhar, poderia retribuir também com um sorriso, mas fiquei só no olhar. No lado de fora, percebo que alguém me acompanha e quando olho para trás era a figura, estava acompanhado de mais duas pessoas que ouvir falar “fulano, porque já vamos embora, está cedo”, gravei seu nome na memória, olhei para trás mais uma vez e instantaneamente tive o desejo de me voltar e fazer algum comentário e assim tacar logo um beijo naquela boca, mas meu desejo foi logo reprimido, não tive coragem e continuei caminhando em direção ao carro. Seu nome ainda povoa meu imaginário, sem saber obviamente suas procedências nem origens, mas algo de misterioso me faz desejar aquele ser.
Por: Alisson Meneses de Sá
Na primeira paquera, na primeira olhada, simples gestos, simples insinuações, meus olhos tímidos eram desvirtuados toda vez que cruzávamos, simplesmente no olhar. Queria sentir olhado, era estranha a situação, saber que alguém, ali naquele mesmo ambiente te olha, te analisa, te seca, fiquei ali, sabendo que estava sendo observado a imaginar coisas que passam pela cabeça assim desnecessariamente, fingia ajeitar algo aqui outra acolá, mais uma vez nossos olhos se cruzavam. Ninguém tinha o sentido imediatista de tomar alguma atitude naquele instante e nos aproximar, preferimos ficar ali, naquela noite de lua cheia e naquele ambiente quase que tumultuado, eu estava sentado no balcão, as horas iam passando rapidamente, ninguém dava conta até que nos esquecemos de que o lance do olhar não daria resultado imediato. A noite termina e ficamos nesse questionar, de quem se procede àqueles olhos?
Na segunda, os óculos escuros daquela tarde tumultuada só nos trouxeram incerteza. Ficamos ali em pé, naquele passar constante de pessoas bizarras. Ninguém na minha companhia conseguiu perceber esse jogo de sedução, percebi que sua face estava voltada em minha direção, mas os óculos conseguiam deturpar essas minha quase certeza, e ficamos ali por tempos e tempos incalculáveis e impercebíveis, parados, olhando na mesma direção um do outro. Aquilo era agradável, sabíamos que nos desejávamos, queríamos de qualquer forma, mesmo que aquilo fosse só um desejo instantâneo e carnal, mas nos desejávamos, tínhamos a extrema necessidade de nos tocar e nos beijar, tínhamos a necessidade de talvez proferir obscenidades um no ouvido do outro como se aquilo fosse um conto machadiano. E por um descuido ocasionado talvez pela tumultuada situação na qual fomos postos ou até por um descuido nosso nos perdemos, nos descuidamos, e deixamos pro terceiro encontro a continuidade dessa história um tanto quanto platônica.
No terceiro encontro, uns antagonistas entram na história, no mesmo ambiente que nos encontramos da primeira vez, lá a figura estava, no mesmo local, próximo da porta e do balcão, parecia até que se passara todo o tempo, desde a troca dos primeiros olhares até aquele dia, e que não tinha saído jamais daquele canto, parecia que ali estava sua estátua. Entro e dou de cara logo com a figura, olhamos um pro olho do outro, fixamos alguns segundos e depois descruzamos os olhares, necessitava cumprimentar as pessoas que logo avistei, foi inusitado, naquele dia estava pronto a atirar minha primeira flecha e ver o que dali sairia, quando dois fatos de repente aconteceram: o primeiro, o avistei em conversa de pé de ouvido com alguém do meu passado, a conversa parece que tinha como assunto principal a minha figura, pois ambos conversavam e olhavam na minha direção, acredito que coisa interessante não poderia ser comentada a meu respeito por aquela figura que já fez história no meu passado, fiquei tranqüilo e resolvi não atacar, o segundo, de repente sou acariciado nas mãos era uma outra história antiga, um passado atuante, estava ali, naquela noite, já tínhamos trocados alguns profundos beijos, mas achei que fosse só uma coisa passageira, coisa de curtição ou talvez uma carência um tanto afetiva sendo suprida, mas não, começamos a nos sentir, conforme a música tocava íamos nos beijando e assim foi ficando por quase toda noite, até que o cansaço tomou conta da outra parte que estava comigo e resolveu ir pra casa enquanto eu ficava e acompanhava outro casal que pretendia ficar mais naquele bar, assim fiz, conduzi a figura até a porta nos despedimos ali mesmo e voltei ao meu lugar, ao lado do palco, no meu retorno percebi que o olhar misterioso daquele ser que por três vezes me perseguiam, continuavam a me desejar, os meus também devoravam como uma ave de rapina, voltei a mesa onde o casal de amigos estavam e fiquei ali a apreciar a boa música popular. Tarde da noite resolvemos nos retirar daquele ambiente tumultuado, quando estou saindo percebi que o seu olhar continuava me acompanhando, delicadamente, também olhei e retribuir o olhar, mas ressalto que só foi o olhar, poderia retribuir também com um sorriso, mas fiquei só no olhar. No lado de fora, percebo que alguém me acompanha e quando olho para trás era a figura, estava acompanhado de mais duas pessoas que ouvir falar “fulano, porque já vamos embora, está cedo”, gravei seu nome na memória, olhei para trás mais uma vez e instantaneamente tive o desejo de me voltar e fazer algum comentário e assim tacar logo um beijo naquela boca, mas meu desejo foi logo reprimido, não tive coragem e continuei caminhando em direção ao carro. Seu nome ainda povoa meu imaginário, sem saber obviamente suas procedências nem origens, mas algo de misterioso me faz desejar aquele ser.
Por: Alisson Meneses de Sá
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