quarta-feira, 18 de junho de 2014

SÓ COMEÇAR


Sempre soube que pessoas não foram feitas para amar o que dirá se relacionar. Admiro aqueles que se disponibilizam ao universo só para oferecer prazer e satisfação aos que disso necessitam. Percebo que pessoas buscam se relacionar em troca de uma segurança sentimental, pois está avulso não soa bem pros ouvidos dos céticos, e ali se acomodam não procurando a satisfação amorosa do outro. A estagnação desse enlace permanece até o ponto que as estruturas humanas, ligadas as necessidades da carne, comecem a se manifestar. Pouco me relacionei e talvez pertença a esse grupo dos que não foram feito para se envolver. Deposito toda essa minha carga de entretenimento amoroso, que o homem busca e no fundo necessita, nos meus amigos, vivo amizades intensas, busco me doar como um homem se doa a outro homem. Sou intenso e cheio de falhas, mas procuro a fidelidade, honro e reconheço quem me serve, mas não tolero mentiras, vantagens nem ações benevolentes como moeda de troca e disso muito já me deparei, porém, com maestria soube me sair. Brigo, me separo, mas tempos mais tarde como aquela mulher que se resigna, volto ao leito da amizade. A outros quando visualizo déficit de caráter recorro ao meu extinto de homem selvagem, excluo como costumo cuspi uma chiclete muito mascada e sem gosto.




Por: Alisson Meneses de Sá

18/06/2014



quinta-feira, 12 de junho de 2014

TEMPOS PERDIDOS


É um caminho deveras longo. Em nada me planejo, cuido somente para ir. Um espaço de tempo que penso ser perdido, daí sempre trago na bolsa algumas leituras, seja ela de péssima qualidade ou as Lispectorianas, essas últimas muito agradam meu coração. Vezes ou outra, sem planejar, pois prefiro que meu humor defina o decorrer desse tempo perdido entre minha residência e o meu labor, me pego fazendo leituras, noutro, olhando vagamente para o espaço, noutro, apreciando a paisagem suja que o percurso me demonstra. Hoje o meu humor resolveu que a paisagem era o meu definidor, fiquei a olhar de dentro do coletivo a paisagem e assim me deparo com uma situação um tanto inusitado. Eram cinco mulheres e um homem, o homem por sua vez se afastou um pouco do grupo feminino que aguardava a condução e recolheu alguns resto de caixas de papel abandonados na calçada e correu de volta para o grupo, foi quando percebi que uma delas sentada numa mureta, que fazia o ponto de espera, passava a mão ligeitamente pelo peito, levantando a cabeça como se puxasse o ar em desespero. As demais mulheres ali presente pareciam alvoroçadas, conversando ou tentando confortar a mulher debilitada, duas dela ao celular gesticulavam com as mãos como quem implorasse por ajuda de alguma ambulância pública. O homem logo estirou o resto de caixa no muro e colocou a mulher deitada. Defronte de onde elas estavam existia uma poça, feita pela má condição da via mais a chuva da madrugda fez com que uma daquelas mulheres se dispersasse, pois um carro que pouco se importava com o que ocorria naquele aglomerado de pessoas passou pela poça e espanou lama nas mulheres. Indignada a que se retirou começou xingamentos, atirando desgovernadamente impropérios àquele cidadão desatento. Observando tal cena penso no tempo perdido que por vezes perco me debruçando em leituras nada interessante durante meu trajeto diário. Quase esquecia da trilha sonora que compõe toda essa cena ou as cenas vislumbradas nas leituras em que me debruço que também dependem do humor daquele dia, versadas entre óperas, concertos de violinos, sons eletrizantes, reggaes, batidoes, MPB românticos, bregas ululantes e tudo parece se encaixar perfeitamente aos casos mais perfeitos que o entrelaçar das pernas nos exercícios de Yoga às segundas e quartas-feiras.

 Por: Alisson Meneses 11/06/2014

domingo, 17 de junho de 2012

UMA CERTA DESPEDIDA...

 Não ei de questionar a Deus sobre a vida pela complexidade que nela se configura a razão de estar vivo e depois morrer, pois dela sou constantemente refém, não ei de me desintegrar por não entender o motivo que a vida tem de tirar pessoas significativamente insubstituíveis. Acalento-me nessa hora triste nos conceitos literários, como Guimarães Rosa diz: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria...Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos...Essa... a alegria que ele quer.” E assim se vai seu Luiz, meu avô Luiz, com toda sua ombridade, dignidade e sagacidade de viver, orquestrado pelas mais bela sinfonia do período junino, ele nos deixa, configurando na história de cada um que o conheceu aprendizados singulares de homem trabalhador. Remeto-me as lembranças de outrora como acalentador da dor, de um tempo que não volta mas que deixa na história sua marca, guio minhas lembranças para os momentos únicos que ele nos proporcionou na vivência de homem do campo, passando ensinamentos verdadeiramente essenciais de relação para com a terra e seus animais. Ai, aquela casa, que parecia surgir do nada de quando passávamos parte de nossas férias, a brincar, sempre com seu Jeep amarelo ao lado e aquela árvore grosseira logo a frente de uma das cancelas que nos permitia entrar na suas terras. Ainda consigo configurar na mente toda estrutura do “Sertão” como assim definíamos, pois percorríamos por todo extensão da terra, correndo, andando a cavalo, pescando, quando a seca não era tão eminente, caçávamos passarinhos sempre com estilingue em punho, óbvio financiado por ele que não se importava com nossas traquinices de criança, ele nos dava a completa liberdade de viver só não admitia ser desrespeitado porque era um príncipe. Como era maravilhoso ver meu avô surgir naquele cavalo branco com seu chapéu de couro, parecia um príncipe disfarçado de plebeu, mostrando como era importante dar valor a tudo, porque tudo que foi construído por ele foi demasiadamente muito trabalhado. O entardecer naquela casa era mágico e mais sublime ainda era quando a lua despontava no céu, nos acomodávamos no alpendre e ficávamos esperando ele se deitar na rede para contar suas histórias com o rádio sempre ligado, era fato sempre algum vizinho das redondezas chegar para trocar ideias ou pedi favor a seu Luiz, ou então resolvíamos fazer alguma alguma invencionice para distrair a noite assim que ele dormia tomado pelo cansaço da lida. Era praxe acordarmos junto com o nascer do sol logo atrás de uma serrinha que se posicionava a frente da casa, sair na neblina para ver o leite sendo tirado era indescritível, pois descíamos com um caldeirão para buscar o leite e depois retornávamos pra comer aquele cuscuz com queijo que ele sempre aprontava. Os sábados da minha infância tinha um sabor diferente, logo cedo corríamos para pedir dinheiro a ele pois sábado era um dia de negócio, era o dia que ele pagava seus funcionários, negociava, a garagem da sua casa na cidade era um verdadeiro escritório era onde ele recebia as pessoas, e assim aproveitávamos a sua benevolência de avô que nunca se recusou e sempre nos dava alguns trocados, assim descíamos pra feira para comprar doces, brinquedos. Engraçado como a vida é, fez com que seu enterro fosse exatamente num sábado, para que seus amigos do campo pudessem se despedir. O natal, como vai será o natal sem a presença do meu avô lindo que demonstrava no seu semblante a alegria por ter uma família tão linda, como ele sempre dizia, porque todos saíram igual a ele, adorava na noite de natal tirar um maço de dinheiro do bolso e fazer a distribuição, era como se fosse uma recompensa por está ali, junto dele, acalentado num abraço forte que ele adora nos dar. E assim se vai seu Luiz, meu avô Luiz que foi mais do que um avô, ele foi um pai, espelho de honestidade e trabalho, quero poder dar orgulho a ele, tomando ele como referência pra toda minha vida....vai com Deus meu avô...

Alisson Meneses de Sá

terça-feira, 29 de maio de 2012

EVENTO GASTRONÔMICO

DIA DAS MÃES


Saber cozinhar não é só ser eficiente na elaboração de pratos saborosos, requintados e criativos, ultrapassa até o desejo de satisfazer um determinado público porque saber cozinhar vai além da pele, perpassa o coração e atinge a alma.
Ontem, foi só uma pequena demonstração do que somos capazes de fazer e estamos aptos a enfrentar o mercado de peito aberto, desbravando toda as adversidades que nos são impostas na perspectiva de fazer um trabalho HARMONIOSO, como diz Luciana.
Desculpas pela emoção na qual fui tomado durante minha fala ontem é porque de uma certa forma lavei minha alma com show de competência, habilidade e integração que demos ao apresentar os 60 pratos. O mérito não vai para nenhuma estrela A nem B, vai pra toda constelação porque o que sobra de tudo isso é a aprendizagem, é a sensação de dever cumprido, no sentido de que nossa capacidade foi respeitada individualmente onde não foi preciso nos acomodar nos saberes alheios como sustentáculo, pq o que ficou evidenciado foi o respeito as limitações e das opiniões.

Que venham outros desafios, outros eventos.


Chefs: Luciana Maria Silva, Lucas Vieira, Lucio Leandro, Érico Tavares Silva, Pedro HP, Rodrigo Gabriel, Marta, Shirley, Tiago Rodrigues, Tiago G Barbosa, Isac Nils, Cláudia Leite.
Professores: Claudio Marcos Praxedes Dias, Maria Fernandes, Amintas Neto Diniz.
Gestão: Reilane Guimaraes, Leonardo, Elvis, Débora, Helder, Pedro, Angela (Lene), Ednilson, Galo, Eveline, Joyce, Tia, Ancélio.....

Por: Alisson Meneses de Sá

PENSEI...






Fui bruscamente tomado por uma dose cavalar de intensidade sentimental, consegui visualizar, por pouquíssimo espaço de tempo, o panteão dos que se entregam as concepções dadivosas dos apaixonados. Suspirei e até suspiro pelo despertar do dia, pelo cantar dos pássaros e até pelo labutar das formigas. Despertei de um estado covarde e talvez letárgico de viver para e com o outro ajustando modos e formas na perspectiva de buscar o complemento integrador. O despertar me mantém ouriçado no sentido de que as portas não se fecharão após o ridículo; a permanência se faz salutar para as novas vivências, novas paixões e novas entregas, acompanhando a mais diversa forma de encantamento que o outro é capaz de evidenciar.
Consegui me despir mesmo ferido, sendo assim tocado sem ao menos gemer com o toque na ferida aberta. Evidenciei naquela roupas toda condição do meu “eu” e talvez essa transparência e completa entrega tenha configurado o desfecho que se tomou, quem sabe, acompanhado de risos e gargalhadas de satisfação.
Não busco entender homem como figura complexa, pois é dessa complexidade que surjo, pois motivos óbvios para dizimar o alheio é dado pela vida de maneira irrestrita na condição de apaziguadores de problemas. Assim vamos nos montando, nos construindo e fazendo nossa história na amplitude complexa que a vida nos oferece, não corro para que não pensem que estou fugindo, haja vista a imensa sensação de impotência que se enraíza com tais comportamentos.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 25 de maio de 2012

EM TEMPO DE CHUVA







Eis que o tempo é de chuva e a vontade é de perpetuar no enlace da minha cama e do meu edredom, trocando o espreguiçar por sonhos, o meu esmorecer por simpatias, palavras e sorrisos que vem de longe. Escrever sentimentos é o que me conforta nessa infinidade de pensamentos que habita o canto precioso dos meus desejos. É no despertar do amanhecer, na organização mental das minhas atribuições diárias, que habitualmente tento organizar, onde você aparece, sem pudor, devastando toda estrutura de conforto que se apaziguava dentro de mim e assim vou despertando no espreguiçar descontente, pois os meus pensamentos tentam te alcançar, alcançar não só o seu ser físico, mas o seu espírito, tento entrelaçar os seus desejos nos meus, até os mais devassos, pervertidos e incontidos que porventura povoaram seus sonhos numa madrugada de sonho qualquer. Calo-me diante do improvável, do inseguro e do inesperado, desafio a distância, o bruto e o covarde, me disponho pro novo, pra paixão e até para o amor e assim vou me estruturando para a batalha diária. E foi nesse tempo chuvoso, num despertar contido e introspectivo que meu coração doeu, senti uma pontada de lembranças dos primeiros tempos, dos primeiros beijos de horas incertas onde tocamo-nos e trocando olhares ainda tímidos percebi que você me quer e eu te desejo.

Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 24 de maio de 2012

NOVOS TEMPOS, NOVAS PERSPECTIVAS



Talvez dure pouco, talvez não dure nada mas quem sabe dure toda eternidade, pois o que vale é a intensidade que nela estamos vivendo. Posso achar que estou me enganando ou que tudo não passar de um absurdo, tudo isso pouco me importa quando de fato se gosta. O que vale na vida, nesse momento é sentir esse frio na barriga de ansiedade por acreditar que apesar das adversidades isso não passa de um mero acaso, circunstância tal que só me faz gelar quando os pensamentos fortuitos insistem em impregnar as sensações de insegurança comum nos mortais. 
Abri meu peito de forma irrestrita para o novo, para o distante e ainda desconhecido, haja vista o tempo, num momento pouco esperado ou talvez desenganado de outrora. Não consigo definir se é gostar, paixão, amor a primeira vista, prefiro fingir desses rótulos sociais, definitivamente vou acreditar nas forças e vibrações espirituais que são lançadas a partir de nossas ações altruísticas. Entrego-me por inteiro e sem bloqueios de um passado que há pouco ainda evidenciava, isso tudo porque o novo me atrai e fascina. É esse novo que faz as minhas ideias vibrarem com novas as perspectivas, emplacando novas visões no sentido que o fato de querer com intensidade acarreta significamente no fazer. Que pare tudo e se dane o mundo porque eu quero mesmo é curtir o momento com toda intensidade que nela eu possa satisfazer meus desejos e prazeres, quero viver o que talvez nunca vivi porque é o novo que bate a minha porta e dela irei me servir sem assombrações pois é novo que se estabelece e se apossa do meu corpo, guisá da minha alma. E que assim seja a vontade dos deuses que porventura ou não me apresentou a ti como forma de brindar a vida, as minhas novas conquistas, enfim essa minha nova vida....que assim seja. Por: Alisson Meneses de Sá