terça-feira, 14 de agosto de 2007

RUA RAFAEL RODRIGUES


Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar
Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque
Só porque te quero bem

De fato eu já tenho uma rua. Falta o meu bem. O bosque solitário também se faz presente. O anjo que roubou meu coração leva o nome dela.

Foi homenageado nesta última sexta-feira, dia 10 de agosto, levando agora o nome de uma rua, no Grageru, rua na qual morava e desfilava seu marcante sorisso.

Às vezes sou movido pela emoção e fico absolutamente incapaz de expressar tão belo sentimento que é a saudade que sentimos pelas pessoas que de certa forma marcou nossa história. E aí ta um fruto semeado por ele e colhido por aqueles que ficaram. É só lembrar de o quanto foste importante para o mundo e para seus amigos e para os amores amados.
Ainda me vêm as recordações de um tempo que jamais se acabará. Enquanto as lembranças que tenho de ti estiverem presentes na minha vida, na minha alma, no meu ser, tomadas por uma recordação estúpida e cruel que me trás a sua lembrança, lembrança da sua voz rouca ao me chamar... e aqui paro... porque as lágrimas que escorrem na minha face, escorrem porque na verdade você é insubstituível. Ponto final!!!

A você dedico:

Despedida
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão.
- Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.

Cecília Meireles

Link da inauguração da Rua Rafael Rodrigues:
Por: Alisson Meneses de Sá

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindissimo texto viu hehehe!