Semana passada comemoramos a semana da consciência negra no Brasil, onde é decretado feriado em alguns estados, fazendo uma alusão a imagem de Zumbi de Palmares que defendeu destemidamente sua etnia. Sendo esta raça inerente à condição e cultura do país, onde se resplandece nossas origens e nossos costumes em tempos atuais. Hoje no Brasil apesar dessa afirmativa ser por demais dolorosa, para os que ainda tenta se sobressair na questão de pele, não podemos afirmar que existe alguém 100% branco de origem européia nem 100% negro de origem branca, pois já somos uma nação miscigenada e enaltecer a questão de cor e raça é por demais imaturo. O que faz escrever sobre essa questão de cultura da raça africana que está embutida sobremaneira na nossa raça é quanto a um comentário escrachado que ouvi justamente na semana da consciência negra emitido por uma afro-descendente, pois pra mim, qualquer tipo de preconceito é doloroso e irracional, ainda mais quando o preconceito é emitido por alguém que leva na pele sua origem. Comentávamos sobre o Candomblé como uma religião pormenorizada dentro da sociedade por seu contingente ser exatamente de cor negra quando ouvi uma pérola e tive que calar, o comentário foi o seguinte: “quem curte essa presepada (candomblé) é minha raça negra, só que minha cultura é portuguesa”, fiquei com essa frase engasgada, todos que estavam no mesmo recinto que eu se entreolhavam, o ser que emitiu tal comentário nada percebeu, ficou um vazio naquela sala, eu queria sair, queria fingir que aquele comentário não tivesse se dissipado daquela maneira, não troquei por aquele dia mais nenhum comentário, fiquei em estado de choque e continuei a fazer meus afazeres. Tenho o maior orgulho de ter correndo nas minhas veias sangue africano, sangue português e sangue indígena, jamais menosprezarei qualquer cultura, qualquer formato de religião nem raça e muito menos de sexo, pois tudo faz parte de um passado. Sou Africano, sou Europeu e sou indígena e tenho orgulho de dissipar essa minha raiz. E abaixo qualquer tipo de preconceito.
Por: Alisson Meneses de Sá
Por: Alisson Meneses de Sá
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