segunda-feira, 21 de maio de 2007

MEMÓRIAS DE UM AMOR!


A academia nos proporciona momentos de aprendizados que são eternos e que nos fazem crescer não somente como pessoas ávidas pó um certificado, por querer passar por mais um nível educacional, e sim nos acrescentar como pessoas humanas, pessoas que além de toda uma paranóia na qual estamos inseridos como cidadão, como pessoas que conseqüentemente, por obra do destino à vida mostra o caminho correto por onde devemos percorrer.

E foi através de uma atividade acadêmica que hoje pude aprimorar, acrescentar mais conhecimento na minha jornada, tanto como historiador como ser humano. Um projeto de pesquisa nos impulsionou a colher dados sobre alguns personagens que fizeram e aconteceram durante o período negro da história brasileira, a ditadura militar, dentre vários e vários temas, personalidades e coisa tal, eu e meu grupo de amigos resolvemos escolher, por um mero acaso, a obra de literária de Mário Jorge, intitulado “A poesia em tempo de destaque: Mário Jorge”. Diante mão ninguém jamais ouviu falar a respeito desse poeta sergipano, então resolvemos encarar o desafio do desconhecido justamente para nos acrescentar, nos enriquecer intelectualmente.

Entrevistas foram cedidas, pessoas se emocionaram, produções foram e serão realizadas. Exploramos o factual, expomos emoções dos fatos.

No dia 18 de maio eu tive o prazer de conhecer uma pessoa que ficará na minha memória cravada, tatuada e eternizada como uma intelectual que ama sua vida e seu passado. Ilma Fontes, ima médica por formação, jornalista em atuação e cineasta em sonho foi namorada, amante, amada, amiga, companheira de Mário Jorge, ninguém melhor que Ilma para nos fazer apaixonar pela inteligência do poeta subversivo que foi Mário Jorge. São memórias ainda vivas na memória dessa fabulosa mulher, uma mulher que amou, ama e amará eternamente o poeta da ousadia.

Ao fechar os olhos ela conseguia buscar detalhes de uma vida repreendida e perseguida, de um passado que talvez os ajudou a construir o indiferente e assim se sobrepor. Ali estava um amor vivido e que ainda vive no imaginário e na esperança de cruzar uma esquina, dar de cara com Mário e os dois se abraçavam, se beijavam, ele a convidava para irem à praia pra beber ou até quem sabe fumar, se drogar e até talvez transar... O amor expressado por Ilma nenhum autor novelístico conseguiria captar e com tal perfeição mostrar ao público. Foram suspiros incontáveis, era olhos que brilhavam, era sorriso do ontem refletido no agora, foi o fechar dos olhos e relatar fatos a dois. Sem nenhum pudor a Ilma viveu e vive, a naturalidade em falar de drogas, sexo e rock, num período conturbado e intenso e bem vivido.

Namorada por um mero acaso do destino na infância que a fez se apaixonar após uma corrida de velocípede que obviamente o Mário vinha a ganhar. Deflorada devido as circunstância que os aproximavam, foi amante em toda sua permanente viva, namorava vários rapazes e moças, mas no final da noite era sempre dele, e amante até hoje nas suas lembranças, amiga na infância, juventude e pós-morte e companheira de idéias e posições sociais.

Eram inimigos da opressão, da ditadura, da miséria, da tristeza dos manicômios, das polícias, das autoridades, da mãe e do pai dos que tinham vergonha. Celebraram amizade com a bêbeda, com a droga e com o sexo, com a amizade, com a alegria, com a natureza, com o anormal e com o subversivo.

Jamais amei, jamais fui amado com toda a intensidade e realidade com que Ilma amou Mário, sem amor de Mãe, que é diferente, chega ao nível dessa exposição. Jamais pude invejar alguém de amar outro alguém. Queria eu ser amado como Mário foi, com tanta verdade e coragem.

Queria ser Mário na areia da praia
Queria ser Mário no baile de formatura no Iate Club
Queria ser Mário na corrida de velocípede
Queria ser Mário convidado pra um roler
Queria ser Mário n o carro do pai
Queria ser Mário a criar poesia
Queria ser Mário a transar com Ilma
A fumar com Ilma
A beijar a Ilma


Por: Alisson Meneses de Sá

2 comentários:

Anônimo disse...

Alisson é simplesmente fantástico em descrever esse texto.Esse Mário é um sortudo,queria ter essa sorte.
A vida é tão injusta ou somos nós que somos bonzinhos d+ em escolher as pessoas certas e direitas.ah ainda bem q sou errado e liberal da esquerda,queria ter esse amor de Mário e ILMA,mas enquanto ele num vier viva a putaria porque esse mundo é um brega e sou a p***.kkkkkkkkkkk.

Anônimo disse...

Nossa adorei como sempre teu texto mais esse com gostinho especial pq não conheço mesmo a obra de Mário só ouvir falar um poko mais com esse texto deu vontade de devorar livros e mais livros que contem essa trajetória.
E como sugestão apesar de achar que vc vai fazer isso te proponho a publicar algumas coisas dele aqui e parte dessa pesquisa seria mto ineteressante para esse blog conceituadissimo!