quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

TEXTÍCULOS

Ontem, sozinho, fui assistir a peça intitulada "Textículos" que eram pequenos textos encenados por um grupo de atores novos. Novos pra mídia, mas velhos em atuação, desde o segundo período do curso de história, em 2004, um grupo de alunos ousa cumprir um desafio de um professor renovador no ensinar história através das artes. De lá pra cá foram textos e mais textos por sua vez decorados e apresentações e mais apresentações dentro do estado e fora. Do grupo inicial 90% resolveram levar adiante, carregando a nossa origem. Historiarte foi o grupo que intitulamos no princípio e hoje me sinto em estado de graça por saber que o nome ainda continua. Fiquei deslumbrado em ver meus amigos ali em cima daquele palco se apresentando, era tudo fantástico, fiquei por um tempo imagino o quanto era bom as nossas preparações lá na universidade, o quanto era angustiante nos ver ainda com texto na mão a decorar palavras num restinho de tempo que ainda nos restava, o nervosismo em saber que várias pessoas iriam nos observar que nossos amigos estão ali, alguns pra nos elogiar outro pra nos criticar. Durante a apresentação ficávamos em estado de êxtase, completamente afogados na sensação de ousadia que nos era embutido e diante da platéia era tudo ou nada, estávamos ali para dá a cara a tapa e ver o resultado final. Em todas as edições em que estive presente foi excelente o resultado, mesmo quando estive a frente escrevendo e dirigindo a Revolta de Fausto Cardoso.
Hoje percebo que o grupo se profissionalizou como artistas e algumas pessoas não eram novidades no desenrolar da apresentação, como foi o caso de Dan Barros, novo nome artístico, e Eli Santos, já se via a sua predisposição para a arte do interpretar, mas aqui ressalto um talento que tinha quer ser lapidado que foi o de Cíntia e do Sargento Edi Teixeira. No quesito desenvoltura teatral devo aqui constar que todos foram de uma magnitude espetacular, mas faço uma ressalva para o texto, acredito que o autor do texto foi infeliz quanto ao título exposto, pois, acreditavasse que trataria o texto em voga de uma comédia, sim o texto teve lá sua pitada de comédia, mas o que prevaleceu foi o tom dramático que, principalmente, o primeiro monólogo apresentou, bem como outras partes. O texto só ganha sua perfeição da metade pro fim da apresentação, quando o casal discute onde serão suas férias, fazendo uma grande analogia ao poder da mulher, daí em diante se observa o desenvolver mais típico do que o título expressa. Abro aqui um parêntese quanto ao primeiro monólogo, falo do texto e não da interpretação; o peso e a complexidade que foram expostos eu acredito que descontextualizou a visão que os espectadores esperavam, tivemos que parar para poder analisar o que de fato aquele texto tentava exprimir, talvez se faça necessário um repeteco na apresentação para poder captar a verdadeira intenção da peça. Aqui pouparei comentários sobre a emoção daquela professora antológica que se fez presente a estréia da peça, me desculpem, mas acho que houve um equívoco e um certo exagero nos agradecimentos. Mas voltando pras minhas saudades, realmente, fiquei com o coração palpitando de tanta emoção ao relembrar de vários acontecimentos durante o período que estive presente, o que não descarta a possibilidade de um dia, não sei se fazer parte do grupo, talvez não, mas de estar em cima do palco como os velhos tempos.

Por: Alisson Meneses de Sá

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