quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

INFIDELIDADE

Talvez eu pudesse dizer que quem não traiu que atire a primeira pedra. Mas o que acontece é que eu estaria generalizando a situação mediante as várias situações que já vivi, causei e presenciei quanto à traição amorosa, chamada de infidelidade, o que também podemos estender para outras áreas, tal termo, mas o que me parece e que ela fica perfeita quanto às relações conjugais. A infidelidade tem um sabor amargo para uns e uma sensação de aventura para outros, é interessante se debruçar para ouvir os contos eróticos com pitadas adocicadas de traição, dá vontade de fazer o mesmo, pois o conto fica mais interessante quando o caso está preste a ser desvendado pelo pobre traído, que traiçoeiramente leva consigo a alcunha de corno, que a meu ver sempre tem cara de traído. Temos de convir que a sensação de condutora eterna da letra escarlate "A", de adúltera, é um peso medonho e às vezes insuportável, pois na visão do traído a infiel sempre será a infiel, eu que o diga de Madame Bovary um grande exemplo da arte de trair friamente e numa outra vertente pegando também uma obra literária nacional eu busco em Gabriela de Jorge Amado outro fator traiçoeiro, mas com um mix de inocência e sensualidade vulgar. Pobre Nacib, quanto e quantos Nacib eu já me deparei ou talvez já me tornei. Assistindo atentamente ontem ao festival de filmes pude reparar as artimanhas da traição no filme "Infidelidade", e fiz uma breve análise da minha vivência nesse campo, pois nas relações que pude exercer essa alegoria traiçoeira eu enxergo que na verdade não existia um sentimento maior, digo, algo ligado ao amor, pois quem ama não trai, e quem é infiel somente suprir o desejo da carne vendo na pessoa "certa" o que poderia ter nas outras pessoas “incertas”, quanto ser traído a sensação é de saber quando isso acontece e existe uma grande probabilidade de chegar à conclusão de que todo traído sabe quando está sendo corneado, existe uma certeza e uma incerteza atreladas, quando o corno sente o cheiro da traição, o sentimento às vezes fala mais alto e preferimos não acreditar nessa premissa que é a traição desmesurada. E qual será o motivo pelas quais as pessoas traem? São essas perguntas que os traídos se perguntam e a resposta é simples, partindo do pressuposto de que já traí e fui traído, tendo nesse contexto toda estrutura para falar do assunto. A traição é algo que está impregnado no caráter da pessoa, que pode ser algo momentâneo ou pode ser algo que perdure por todo e sempre, pois, a pessoa que trai continuará traindo caso não encontre a sua satisfação completa na relação e se tratarmos de alguém que tem grandes dificuldades em se relacionar com outras pessoas, essa será uma traidora para todo sempre, e se a pessoa mantiver sumariamente a relação e continuar nesse campo de infidelidade é por conta da necessidade de ter sempre ao seu lado alguém que possa suprir parte das necessidades, haja vista que, quem trai, sempre busca a satisfação sexual e não sentimental, o sentimento vem sempre em segundo plano, pois, está à traição ligada ao sexo e com isso existe grande probabilidade de suprir a carência. De fato, numa outra vertente existem as que conseguem se manter fiéis após um processo de infidelidade, é quando encontram de fato alguém que supri por completo ou por uma grande parte as suas necessidades, e sabendo a pessoa infiel de que não é fácil encontrar 100% alguém que se encaixe nos seus padrões de sentimentos. Madame Bovary é a típica mulher que para de trair mediante o encontro com o parceiro que preenche metade de suas perspectivas, já Gabriela é o tipo de mulher que sempre trairá, pois tem dentro de si um sentimento de liberdade que nenhuma relação seja ela mais completa que for sempre observará outros parceiros com olhos de querer.

Por: Alisson Meneses de Sá
PS.: O assunto terá outras observações mais adiante.

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