domingo, 10 de fevereiro de 2008

O DISCURSO

No primeiro dia em que entrei na sala de aula, haja vista que tinha perdido algumas disciplinas, por conta da grande correria que é trabalhar e estudar pôde perceber que iria enfrentar mais um desafio que era de fato o me relacionar com novas pessoas, pessoas essas que talvez, sabe-se Deus o verdadeiro motivo, não via a turma sempre à frente a sua com bons olhos, talvez por possuir um conhecimento maior, o que discordo, mas que alguns acham, ou até por aqueles que estão num período mais elevado se sentirem no direito e no dever de se achar sempre num patamar elevado, e assim se criou todo esse mito, todo esse mistério e é nessa perspectiva que eu estava incluído, talvez contribuir para essa sensação de desagrado por agir muitas vezes com petulância, ou até num leve gesto que expresso às vezes demonstrava repugnância, o que na verdade não passava de um teatro. Assim se prosseguiu, entrei destemido, sala adentro e no fundão os burburinhos persistiam os comentários eram desagradáveis. Mas mantive meu nariz petulante erguido e atento somente no que o professor Fraklim Rolim, de República falava. Depois de alguns instantes parei e refletir sozinho, ali sentado - as pessoas que fizeram o que fizeram ainda iriam ter uma outra concepção sobre mim, isso era certo, eles e elas iriam me adorar, eis a missão. Durante todo um período mostrei a minha capacidade de equipe com todos, fiz amizade com os grupos dos intelectuais, com os do bar de Dedé e com os que não possui lá muita expressão acadêmica, de fato me juntei e as viagens de Sheyla Farias e a do finado Cajumã, que Deus o tenha no bom lugar, proporcionaram muito mais essa minha inserção. Sem contar obviamente as brigas travadas durante o período que esteve junto a essa turma, as brigas com aquele dito cujo, que me rendeu um processo dentro da instituição, que na verdade não deu em nada porque eu possuía um número imenso de testemunhas a meu favor, também minhas célebres brigas com a professora Nely Santos, o que na verdade, no fundo no fundo criei por ela um carinho especial. E hoje eu percebo um carinho imenso por parte de todos que formaram esta turma, contanto também com o pessoal da tarde que após o Teatro Cajumã me tornei uma figura indispensável para boas risadas no bar da esquina. Assim fui construindo meu núcleo de amizade e fiz o que prometi a mim mesmo no primeiro dia de aula e hoje sou apaixonado por todos, o que me intriga, pois, não sinto esse sentimento com a minha turma de fato, a turma com quem eu teria que formar. Guardarei no coração as várias expressões marcantes das pessoas.
Missão cumprida...

Por: Alisson Meneses de Sá

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