DECLARAÇÃO
Faço-me de desentendido, mudo de assunto, riu pra quebrar o gelo, isso tudo quando percebo que assunto está tomando uma proporção que pode futuramente fugir do meu controle, mas depois de todas essas minhas ações sempre fico com uma sensação ruim dentro de mim, muitas vezes me sinto culpado por não corresponder as perspectivas esperadas, talvez eu seja isso mesmo para as pessoas, uma decepção, algo frustrante. O que penso sobre isso é real, mas o que não posso deixar de acredita é que seja prejudicial essa concepção de alguém que dá corda suficiente e depois friamente puxa, não dando o devido gostinho. Em contrapartida eu elevo a minha auto-estima, talvez não dando a devida importância após alguns minutos dessa percepção.
Penso que se não fosse alguns entraves que bloqueiam nossa aproximação, tudo seria perfeito, pois, a meu ver, o meu interesse se debruça na sua inteligência e na forma de entrega quanto à relação. A primeira já foi e é percebida e aceita, diga-se de passagem, a segunda só tem condições de vir ocorrer quando não existir mais esse bloqueio.
Dia desses encontrei com uma amiga que não a via há muito tempo, há uns três anos mais ou menos, ela era essencial nas minhas saídas de fim de semana e todos os locais onde existisse batuque lá estávamos, preparados para nos divertir, ao nos encontrarmos começamos a relembrar alguns fatos e um deles me chamou atenção, ela me lembrava de uma balada onde ela era um tipo de correio que recebia os recados destinados a mim e me contava posteriormente, sondando o que eu achava para assim retornar com a resposta e fazer o que lhe era conivente, apresentando-nos. Um fato desses foi segundo ela, quando alguém muito interessante, numa baladas dessas de fim de semana, com uma beleza física incontestável a pediu que intermediasse a apresentação, pois existia um interesse, ela logo veio sutilmente saber de mim se a recíproca era verdadeira, me mostrando educadamente a figura solicitante, olhei e percebi que o remetente do recado estava prazerosamente desfrutando do seu cigarro. Segundo minha amiga a resposta foi negativa, pois, eu tinha pavor a beijar boca de fumante.
Não estou aqui justificando o meu bloqueio psicológico, mas fazendo perceber que há muito tempo já tenho esse tipo de seleção. O que pra você é natural e fácil de lidar pra mim é muito mais complicado do que se pode imaginar. Deve imaginar que estou usando essa justificada para não falar de outras percepções suas, que você sempre faz questão de observar nos diálogos, mas, aqui saliento que se nada em ti me interessasse já o teria bloqueado a muito, não tenha dúvida, pois já fiz com outras pessoas com a maior naturalidade possível e faço quantas vezes forem necessários, porque penso que em primeiro lugar está os meus interesses e depois os dos outros. Quanto à rejeição, como me acusou algum tempo atrás, a meu ver é errôneo tal afirmativa por conta da minha aceitabilidade em ainda manter contato e trocar idéias contigo, pois, pra mim, rejeição seria anulação completa por parte de uma pessoa com relação a outra.
A tentativa. Talvez fosse esse um grande erro, e às vezes não nos permitimos as oportunidades, mas por outro lado, como podemos aproveitar as chances quando acreditamos que isso só gerará um mal entendido que consequentemente tornará uma bola de neve e provavelmente serei culpado se tudo der errado, sendo consequentemente taxado de aproveitador. Afirmo isso só pelas nossas conversas eletrônicas, pois, tem sempre a função de sentir-se por baixo, sempre colocando a responsabilidade do outro lado, ou seja, em minhas mãos, mas isso eu já consigo tirar de letra não canalizando as informações. Até entendo, é jurista, sabes como ninguém se defender e culpar quem lhe for necessário.
Mas devo salientar que se tudo se encaixasse, seríamos um dos casais mais felizes da capital, iríamos andar sempre juntos, de batizado de boneca a uma partida de futebol. Às vezes paro e penso, bem que poderia dar certo, bem que não poderiam existir empecilhos na vida se tudo fosse mais fácil de lidar.
Por: Alisson Meneses de Sá
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