Maria da Glória é um nome fictício, copiado de uma personagem do romance de Jorge Amado, Gabriela cravo e canela, onde se trata de uma teúda e manteúda de um coronel de Ilhéus. Mas a Maria da Glória que aqui descreverei não tem nada ou quase nada haver com a fabulosa história de Maria da Glória baiana. A tal Maria da Glória que aqui me debruço para falar, trata-se de uma mulher baixa no seu tamanho e feia em sua beleza natural, tem como vício costumeiro fumar seus prazerosos cigarros, mas em contrapartida é muito bem sucedida, pouco se sabe a origem de Maria da Glória, haja vista que é uma mulher solteira, na faixa dos cinqüenta anos de idade. Professora e jurista, Glória passa seu tempo vago a flertar com os rapazes que costumeiramente passam por sua janela e sem tirar seu cigarro do bico ela fica a observá-los, com graciosidade ela deseja todos que por ali passam. Glória tem grandes problemas em arrumar um namorado digno, talvez seja por sua incapacidade de se deixar desligar pelo seu vício, acreditando que esse seja seu único parceiro e fiel amigo, que lhe dar sempre prazer em horas que são necessárias e talvez em momentos impróprios. Em seu casulo Glória tem o domínio de tudo, lá dentro ela consegue se expressar das melhores formas possíveis, coisa que jamais conseguiria fora dali. Acredita que sempre é chacota de todos que a observa, pela pouca beleza que lhe foi proporcionada. A inteligência dela é algo que impressiona, mas só executa tal virtude quando é solicitada em suas práticas de trabalhos, mas Maria da Glória sonha com seu verdadeiro amor, um amor que possa lhe dar o verdadeiro valor e que possa enxergar o que ela tem de mais sagrado que é a disponibilidade real de viver uma grande paixão e discutir as várias formas de amar. Um medo aflige Maria da Glória, o de se deparar com alguém que nutra por ela simplesmente o interesse de lucrar, de obter vantagens quanto à ascensão social e talvez seja esse o medo que faz com que ela viva nesse mundo de angústia e de solidão. Amizade é algo que a Glória possui, mas essa amizade não supri seus desejos mais íntimos e suas fantasias sexuais mais apuradas. E continua a expiar os meninos em sua janela, passa um, passa outro, ela lança seu olhar diante dos que lhe agradam e espera que eles sejam capazes de tirá-la daquela masmorra que ela própria se trancafiou, tendo o cavalheiro ou o cavaleiro andante a destemida força pra destruir o dragão que são seus próprios sentimentos. Glória é fraca e sentimentalmente frágil e lança a culpa dessas suas faltas às pessoas que fogem com a verdade diante de situações que não a beneficiem.
Por: Alisson Meneses de Sá
Por: Alisson Meneses de Sá
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