segunda-feira, 9 de abril de 2007

PRIMO, IRMÃO E AMIGO - MIGUEL VENTURA


Permita-me iniciar com o poema abaixo:



Machado de Assis (1839 - 1908)
Menina e Moça




Está naquela idade inquieta e duvidosa,

Que não é dia claro e é já o alvorecer;

Entreaberto botão, entrefechada rosa,

Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,

Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;

Tem cousas de criança e modos de mocinha,

Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, o seio lhe palpita,

Do cansaço talvez, talvez de comoção.

Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,

Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,

Olha furtivamente o primo que sorri;

E se corre parece, à brisa enamorada,

Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri.

Quando a sala atravessa, é raro que não lance

Os olhos para o espelho; é raro que ao deitar

Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance

Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,

A cama da boneca ao pé do toucador;

Quando sonha, repete, em santa companhia,

Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;

E quando entra num baile, é já dama do tom;

Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;

Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo

Para ela é o estudo, excetuando talvez

A lição de sintaxe em que combina o verbo

To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,

Parece acompanhar uma etérea visão;

Quantas cruzando ao seio o delicado braço

Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento, alucinado, fores

Cair-lhe aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,

Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,

Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,

Nem se pode explicar, nem se pode entender:

Procura-se a mulher e encontra-se a menina,

Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!








Essa poema parece foi feito pra Mig, mas se não foi feito eu mesmo o dedico.



Antes de defini-lo abro um enorme parêntese para poder argumentar sobre as verdadeira formas de amar. Na minha concepção mais leiga de entender o significado do amor, achava que isso só poderia vir à tona nos folhetins de novela, nos romances mais dramático de um autor amargurado, mas não, pude enchegar o que o amor estava dentro de qualquer um em toda sua diversidade mas ele existia, estava ali presente. É dessa maneira que passo a definir Mig como uma criatura que vivencia esse sentimento na sua forma mais intensa com determinismo de alguém que tem todos os direitos de apreciá-los, se machucando, caindo e se reergendo, chorando, gritando, amando e amando e assim o caracterizo pois apreciar a beleza e os trejeitos do sentimento é o que impulsiona a viver e viver, sem essa premissa que á amar e amar, a vida não teria o menor sentido é como se fosse o oxigénio que turbina nosso pulmões e que sem ele apagamos.

A ti serei grato por toda minha vida, contigo tenho uma dívida que dinheiro no mundo não paga, por ti sou eternamente grato pela amizade pela confiança depositada, a recíproca é verdadeira, por me acolher no pior momento da minha vida, onde não conseguia enchegar além da minha ignorância, por mostrar essa criatura guerreira, corajosa e desafiadora que tu mostra ser.

E aí vai nosso hino, pois sempre, em qualquer lugar que esteja ao ouvir essa música de Vanessa da Mata lembrarei da nossa solterisse, de nossa falta de pudor, de nossa dor de amor de nossos copos brindando as loucuras da vida e ao amor.



Não me deixe só



Não me deixe só

Eu tenho medo do escuro

Eu tenho medo do inseguro

Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só

Eu tenho medo do escuro

Eu tenho medo do inseguro

Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só

Tenho desejos maiores

Eu quero beijos intermináveis

Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só

Eu tenho medo do escuro

Eu tenho medo do inseguro

Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só

Que o meu destino é raro

Eu não preciso que seja caro

Quero gosto sincero de amor

Fique mais

Que eu gostei de ter você

Não vou mais querer ninguém

Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só

Que eu saio na capoeira

Sou perigosa, sou macumbeira

Eu sou de paz, eu sou do bem, mas...

Não me deixe só

Eu tenho medo do escuro

Eu tenho medo do inseguro

Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só

Mas não me deixe só

Eu tenho medo do escuro

Eu tenho medo do inseguro

Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só


Composição: Vanessa da Mata

2 comentários:

misterventura disse...

chorei...........lindo muito obrigado mesmo por tudo que vc disse....pelo poema (não mereço tanto), mas achei sim muito sincero tudo que vc disse. Achei linda a foto, vou usar no meu orkut....e a canção realmente é a nossa cara e nunca nunca mesmo NÃO MIM DEIXE Sò.
Brigado

Thiago disse...

kkkk,poxa to com ciumes kkkk, Miguel realmente é uma pessoa da qual todos gostam, axo dificil alguem não gostar dessa criatura ... hheh