De Luiz Alberto Pereira, o filme Hans Sataden é classificado como aventura histórica, retratada no século XVI, basicamente em meados da década de 50.
O filme retrata uma realidade histórica acontecida com o alemão Hans ao naufragar no litoral brasileiro, próximo a região hoje conhecida como Santa Catarina, o Alemão já tinha navegado em mares do nordeste brasileiro, mas pretendia expandir seus conhecimentos territoriais em direção ao sul.
O alemão conseguiu sobreviver ao naufrago, sendo socorrido pelos portuguesses, ficou dois anos prestando serviços em Bertioga, forte vizinho a capitania de São Vicente. Com a fuga de seu escravo, Hans sai em busca, sendo assim capturado pelos índios Tupinambás, inimigos ferrenhos dos Portugueses pois tinhas a convicção que os interesses desses últimos era somente o de explorar, tanto as terras como os próprios índios, era tambem fortes aliados dos franceses, pois com esses possuíam um forte acordo comercial baseado nas trocas de mercadorias por matéria-prima.
O filme é todo na língua Tupi o que nos dá uma amplitude na cultura indígena, mas não devemos tomar o filme como fonte histórica por conta do romantismo que dá ao texto um conteúdo lúdico e emocional. A produção é bastante minuciosa mas deixa a desejar quando retrata o´indígena como um ser ingénuo e ao mesmo tempo atribui afetividade, tendo em vista seu espírito constante de selvageria e além de tudo um povo guerreiro.
A sexualidade indígena é exposto com bastante naturalidade, onde o preso poderia se servir com as índias, onde na verdade elas se insinuavam e o chamavam à 'brincar". Suas atividades são divididas, ficando a caça e a pesca por conta dos machos as fêmeas cuidavam da alimentação e da manutenção da aldeia. Bebida alucinógenas foi muito bem exposta, onde Ronaldo Vainfaz também expõe brilhantemente em suas obras acerca ao processo de colonização e a influência indígena.
Antropofagia, naturalmente levado á tona como sendo uma questão de honra do Tupi e a crença nos Deuses que se comunicam através dos acontecimentos naturais, o diretor mostra clareza.
A produção serve para um embasamento histórico, onde nos debruçaremos sobre questionamento acerca das influências a que o diretor deseja nos apresentar.
A obra é de uma magnitude esplendorosa, a fotografia deixa a desejar, mas no contexto geral da produção o roteiro está muito bem situado.
Por: Alisson Meneses de Sá
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