Quando eu imagino que não vou mais surpreender com o linguajar das pessoas, eu caio em realidade e eis que mais um termo é lançado e eu como um bom admirador da língua portuguesa nos seus mais variados termos e significados, fico perplexo. O termo da vez foi SUPLICANTE, e foi lançada da seguinte forma. Estávamos em volta da mesa, jantando, é comum a família se reunir diante da mesa às 18:00h para degustar a comida da noite. Em meio a conversas, meu avô, uma pessoa envolvida com questões financeiras, pois no passado era o banco para meio mundo de populares da pequena cidade, aliás, continua sendo até hoje, pois é o que dá lucro e faz mexer com sua atividade de agricultor, enfim, em meio a essa discussão de dívidas ainda não pagas ele mencionou um certo compadre seu, que há muito enrola para pagar a quantia cedida, junto com juros, ele, meu avô, contava que ele vivia com uma SUPLICANTE num local um pouco distante da cidade, achei aquilo interessante, quando perguntei a minha mãe o que era que ele tinha dito, daí ela repetiu, continuava sem entender, seria essa mulher uma pedinte, uma pobre de cristo que vivia com esse homem, pedindo nas ruas e por isso o termo suplicante? Não me satisfiz com o que minha mente sintetizava e perguntei ao próprio o que seria uma mulher suplicante. Minha avó que tem grandes dificuldades para ouvir e estava lavando os primeiros pratos que saiam da mesa, graças a Deus não sabia o que estava sendo abordado na mesa, pois nem ela gostava desse compadre nem gostava de ouvir em mulher do estilo que meu avô definiu. Ele, por sua vez, olhando em direção a minha avó, tendo a certeza de que ela não ouviria a definição, disse, abrindo um sorriso que suplicante seria na verdade uma mulher errada, uma perdida, uma dadivosa, uma meretriz, uma rameira, mulher da vida. Ele dizia como se soubesse definir perfeitamente o tipo de mulher, como se passasse por muitas nas noites frias do seu sertão. Pronto o assunto encerrou ali, pois seria demais desagradável ver minha avó exaltada, diante daquela definição tão bizarra. Mais uma definição depreciativa para essas mulheres que não entregam seu coração assim facilmente e que gostam de provar de um tudo na vida.
Por: Alisson Meneses de Sá
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