Não me leias se buscas flamante novidade ou sopro de Camões.
Aquilo que revelo e o mais que segue oculto em vítreos alçapões são notícias humanas, simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra, um não-estar-estando, mas de tal jeito urdidos o jogo e a confissão que nem distingo eu mesmo o vivido e o inventado.
sábado, 9 de agosto de 2008
AND...
Tudo parecia ocorrer perfeitamente, não, as coisas pareciam não acontecer perfeitamente, parecia que uma pedra tinha cruzado o meu caminho, ou não, o caminho da outra parte. Perguntava-me, se estavas tão agoniado pra que esse momento logo fosse concretizado qual o motivo da demora? Faltava somente dez minutos para que o espetáculo começasse, as pessoas passavam, algumas conhecidas cumprimentavam-me, outras não, e eu ali sentado naquele batente, olhando pra um lado e pra outro, na expectativa de que algum daqueles rostos fosse o seu, não entendia porque estava eu ali esperando alguém impacientemente se na verdade quem criou toda uma situação foi à outra parte, era a outra pessoa quem deveria está ali me esperando, sentado, olhando pra pessoas com aflição, imaginando ser alguma daquelas expressões a minha. O convite para acesso estava nas mãos, brincando de um lado para o outro, a porta de entrada estava a poucos metros, não custaria nada adentrar aquele ambiente quebrando o protocolo do encontro de um esperar o outro do lado de fora. Mas existia uma incerteza de a outra parte não ir, afinal não tinha absoluta certeza quanto aos seus gostos com relação à arte, eu sabia que o meu desejo ali era único, ver a apresentação. Subitamente me levantei, acreditei que esperaria muito tempo, até quem sabe infinitamente. Entrei, escolhi o melhor local para se assistir um espetáculo. Sentei-me, cruzei uma perna na outra e fiquei ali a imaginar o que o levou a desistir do encontro, procurei não imaginar muitas coisas pra não entrar em paranóia, preferir criar expectativa no enredo da peça. Já se passava da hora de iniciar o espetáculo, quando meu celular, que estava na palma da mão vibrou, olhei pro identificador e já vi seu nome, falso nome, imaginei rapidamente que seria a desculpa por não poder comparecer ao encontro. Atendi, a outra parte estava subindo os degraus do teatro para comprar seu ingresso, eu logo avisei que estava me dirigindo à saída do teatro. Fiquei no roll de entrada para recebê-lo. Encontramos-nos, nos cumprimentamos e seguimos a nos sentar, meu local evidentemente não seria adequado, alguém obviamente já tinha tomado à poltrona, o local era perfeito, mas em contrapartida, mesmo que estivesse desocupado só estaria a minha, as poltronas do lado, segundos após eu sentar, já tinha sido ocupadas, impossibilitando os dois sentarem, nos dirigimos a parte superior que estava enchendo de pessoas, nos localizamos numa poltrona adequadamente visível e ficamos ali a esperar tudo se iniciar, era mais uma página sendo virada e que a vida nos proporcionava descobrimentos próprios onde tudo já era imaginado mas o frio na barriga antes de iniciar era fato, era como se tudo fosse acontecer pela primeira vez.
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