sexta-feira, 29 de agosto de 2008

JEGUE EMPACADO


É a cultura sergipana me parece não querer andar!
Hoje tenho a nítida noção que a cultura sergipana não alavanca no contexto nacional devido as suas grades burocráticas que impede qualquer tipo de pesquisa, e por isso vivemos sempre respirando o que a cultura baiana e do sulista pode nos proporcionar. O que adianta se discutir em um seminário pomposo, projetos e diretrizes que possam modificar o cenário artístico nacional, se de onde poderíamos dá a largada, o processo é mais lento do que se poderia imaginar?
Foram mais de dois meses de luta desse que vós escreve para conseguir uma autorização para fotografar duas imagens barrocas localizadas no Museu de Arte Sacra de Laranjeiras. Depois que fui fazer um levantamento na cidade , berço da civilização sergipana, me deparo com as tais imagens, que fico até impedido de mencioná-la, vocês entenderão no decorrer o real motivo, selecionei as que eu poderia iniciar com o meu projeto de pesquisa. As imagens são de uma riqueza artística espetacular, onde debruçado sobre a análise artística me detive em querer aprofundar meus estudos sobre o barroco naquela cidade. Orientado pela diretora do Museu quanto a obtenção da fotografia, parecia tudo muito simples, só bastando um simples documento encaminhado pra Secretaria de Estado da Cultura e pouco menos de uma semana a liberação seria concedida. Ledo engano. O processo é muito mais burocrático, ou porque não dizer lerdo, do que alguém mais otimista possa supor. Uma semana após o encaminhamento do ofício, determinando o objetivo da pesquisa nada se tinha como resposta, daí pra cá foram só justificativas infundadas, um passa e repassa de informações desencontradas. Nem mesmo por intermédio da Secretaria de Educação e Cultura do município onde trabalho, na voz da secretária o processo funcionou, fiquei a mercê mais uma vez e o que se notabilizava cada dia que passava era o prazo de entrega do trabalho de pesquisa que se aproximava. Convidado a participar de um seminário que debateria as políticas voltadas para a cultura, visualizei a melhor forma de obter algum retorno. Conhecia um, falava com outro e assim fui conseguindo notabilidade, até que por um acaso do destino alguém que viu meu desespero resolveu me dar à mão, na frente da secretária adjunta resolvemos o problema da fotografia, dia agendado e fotógrafo da própria secretaria a disposição, parecia está tudo resolvido. Volto de viagem no dia combinado, conforme acertado com a secretaria, ligo pro Museu pra saber se tinha chegado lá algum documento de autorização e nada, péssimo sinal, entro em contato com fotógrafo desmarcando a nossa ida, mas orientado a bater na porta do gabinete, foi o que fiz, levando em mãos o meu ofício para que lá fosse autorizado, assim também o fiz, quando meu documento chega nas mãos o excelentíssimo secretário de cultura que já tinha imposto uma série de normas e que foi acatada por mim, barrou mais uma vez a autorização, alegando o risco que a imagem correria caso fosse divulgado na internet suas imagens, onde só autorizaria com uma declaração assinada por mim comprometendo-me a não divulgar a imagem na internet. Frente a frente com o secretário minha vontade era de ali mesmo, deixar todo o trabalho, decepcionado fiquei com aquela alegação medíocre e nem um pouco convincente, tive que fazer rapidamente a tal declaração. Assim que o secretário autorizou nos dirigimos à cidade e lá conseguimos as fotografias, com a ajuda do americano radicado aqui, Marcel. O outro problema na qual me deparo, a revelação, a secretaria exige que eu pague as fotos, ta, isso pra mim não tem problema, o grande x da questão é que junto ao filme que está as fotos das imagens existem vários outros trabalhos da secretaria, e o processo para autorizar a revelação daquelas fotos é longo, segundo o fotógrafo dura de 5 a 10 dias.
Já me encontro exausto de toda essa rede de problemas que são colocadas, o desânimo é nítido. Esse seria o primeiro trabalho de vários outros que seria desenvolvido com pesquisa no barroco da cidade de laranjeiras, mas diante de todo esse emaranhado de situação acredito que somente esse projeto sairá, isso se sair. Um problema que se resumiria com uma simples aplicação de segurança que os museus no Brasil e mais ainda o sergipanos são desprovidos.

Por: Alisson Meneses de Sá

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