sábado, 9 de agosto de 2008

O CASAMENTO SUSPEITOSO


Quem foi quem disse que Sergipe não tem produções teatrais comparáveis com as produções do sul, ledo engano quem pensa que o estado não está na categoria de produção para exportação a nível nacional, igualável as grandes produções de destaque como as do centro-sul do país como Rio-São Paulo. Ontem fui ao teatro assisti à peça “O casamento suspeitoso”, pois já tinha visto a sua divulgação na mídia e agucei mais ainda minha curiosidade em assistir quando descobri que no grupo tinha uma colega de pós-graduação. Já eram três grandes motivos para ir ao teatro, primeiro é o amor que tenho em assistir, segundo valorizar as produções locais e terceiro ver colegas trabalhando. Tratava-se de uma obra adaptada de Ariano Suassuna com o mesmo título. O texto foi trabalhado com extrema perfeição pelos produtores, sem contar o trabalho bárbaro dos atores que se destacam nas suas caracterizações. O único detalhe a se comentar negativamente é quanto à pobreza no cenário, mas esse pequeno detalhe só é percebível aos olhos de críticos, pois o texto faz com que pouco se perceba o material necessário em cena, o público quer saber no que findará a história e fica a prestar cuidadosamente atenção ao texto e as interpretações que são desenvolvidas categoricamente, mas se fosse projetado materialmente os desenhos que ficam nos três panos, que dá a impressão de cenário, assim a peça ganharia mais veracidade, isso é um trabalho que com o tempo eles irão percebendo e adaptando. Fiquei impressionado com a quantidade de gente, o TTB estava lotado, era sua segunda apresentação, foi de se impressionar, daí questionei-me, será que os sergipanos aprenderam a dar valor nas suas próprias produções e resolveram em massa aplaudir o que o estado de bom? ufa, também já não era mais tempo pra despertar essa valorização cultural. Ou será que Ariano de fato tem esse poder de concentrar a massa de uma forma assim incomparável por trata-se de personagens caricaturais onde o esperto, característica sempre do nordestino massificado, sempre leva vantagem. São muitos questionamentos a serem realizados, mas pelo menos, popularizado ou não, as pessoas estão se dando conta do seu conteúdo cultural, rico, e indo abarrotar os espetáculos regionais. Que se façam mais produções de nível e que os teatros lotem. Viva o teatro sergipano!

Por: Alisson Meneses de Sá

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