sexta-feira, 29 de agosto de 2008

JEGUE EMPACADO


É a cultura sergipana me parece não querer andar!
Hoje tenho a nítida noção que a cultura sergipana não alavanca no contexto nacional devido as suas grades burocráticas que impede qualquer tipo de pesquisa, e por isso vivemos sempre respirando o que a cultura baiana e do sulista pode nos proporcionar. O que adianta se discutir em um seminário pomposo, projetos e diretrizes que possam modificar o cenário artístico nacional, se de onde poderíamos dá a largada, o processo é mais lento do que se poderia imaginar?
Foram mais de dois meses de luta desse que vós escreve para conseguir uma autorização para fotografar duas imagens barrocas localizadas no Museu de Arte Sacra de Laranjeiras. Depois que fui fazer um levantamento na cidade , berço da civilização sergipana, me deparo com as tais imagens, que fico até impedido de mencioná-la, vocês entenderão no decorrer o real motivo, selecionei as que eu poderia iniciar com o meu projeto de pesquisa. As imagens são de uma riqueza artística espetacular, onde debruçado sobre a análise artística me detive em querer aprofundar meus estudos sobre o barroco naquela cidade. Orientado pela diretora do Museu quanto a obtenção da fotografia, parecia tudo muito simples, só bastando um simples documento encaminhado pra Secretaria de Estado da Cultura e pouco menos de uma semana a liberação seria concedida. Ledo engano. O processo é muito mais burocrático, ou porque não dizer lerdo, do que alguém mais otimista possa supor. Uma semana após o encaminhamento do ofício, determinando o objetivo da pesquisa nada se tinha como resposta, daí pra cá foram só justificativas infundadas, um passa e repassa de informações desencontradas. Nem mesmo por intermédio da Secretaria de Educação e Cultura do município onde trabalho, na voz da secretária o processo funcionou, fiquei a mercê mais uma vez e o que se notabilizava cada dia que passava era o prazo de entrega do trabalho de pesquisa que se aproximava. Convidado a participar de um seminário que debateria as políticas voltadas para a cultura, visualizei a melhor forma de obter algum retorno. Conhecia um, falava com outro e assim fui conseguindo notabilidade, até que por um acaso do destino alguém que viu meu desespero resolveu me dar à mão, na frente da secretária adjunta resolvemos o problema da fotografia, dia agendado e fotógrafo da própria secretaria a disposição, parecia está tudo resolvido. Volto de viagem no dia combinado, conforme acertado com a secretaria, ligo pro Museu pra saber se tinha chegado lá algum documento de autorização e nada, péssimo sinal, entro em contato com fotógrafo desmarcando a nossa ida, mas orientado a bater na porta do gabinete, foi o que fiz, levando em mãos o meu ofício para que lá fosse autorizado, assim também o fiz, quando meu documento chega nas mãos o excelentíssimo secretário de cultura que já tinha imposto uma série de normas e que foi acatada por mim, barrou mais uma vez a autorização, alegando o risco que a imagem correria caso fosse divulgado na internet suas imagens, onde só autorizaria com uma declaração assinada por mim comprometendo-me a não divulgar a imagem na internet. Frente a frente com o secretário minha vontade era de ali mesmo, deixar todo o trabalho, decepcionado fiquei com aquela alegação medíocre e nem um pouco convincente, tive que fazer rapidamente a tal declaração. Assim que o secretário autorizou nos dirigimos à cidade e lá conseguimos as fotografias, com a ajuda do americano radicado aqui, Marcel. O outro problema na qual me deparo, a revelação, a secretaria exige que eu pague as fotos, ta, isso pra mim não tem problema, o grande x da questão é que junto ao filme que está as fotos das imagens existem vários outros trabalhos da secretaria, e o processo para autorizar a revelação daquelas fotos é longo, segundo o fotógrafo dura de 5 a 10 dias.
Já me encontro exausto de toda essa rede de problemas que são colocadas, o desânimo é nítido. Esse seria o primeiro trabalho de vários outros que seria desenvolvido com pesquisa no barroco da cidade de laranjeiras, mas diante de todo esse emaranhado de situação acredito que somente esse projeto sairá, isso se sair. Um problema que se resumiria com uma simples aplicação de segurança que os museus no Brasil e mais ainda o sergipanos são desprovidos.

Por: Alisson Meneses de Sá

MARIA RESOLVE NOIVAR


O noivado irá acontecer, mesmo mediante toda a situação degradante pela qual a noiva passou. Maria está completamente disposta a firmar seu compromisso, diante de amigos, parentes e aderentes. Não importa se o que aconteceu venha interferir em algo que vá apodrecer o envolvimento dos dois, o que importa é que a solidão já não faz parte do processo psicológico que envolve os dois. Maria não se importa que no futuro ela tenha que viver a trabalhar para pagar os remédios controlados do seu amado, isso seria o mínimo da situação, pra ela nem o fator morte a incomoda mais, pois, em outro caso a morte pra ela também se torna um processo não mais de responsabilidade da outra parte, ela também pode se acometer. Tudo não passou de mais um jogo de criança, nem um pouco amadurecida, ainda verde no pé de laranja, que se for puxada ainda naquele estado é azeda ao se chupar. Maria, a partir do momento que aceita todo esse jogo de amarelinho que a outra parte singelamente impõe, torna-se também uma outra criança brincando de balanço ao ver a outra parte jogar a pedra no meio do quadrado. A fidelidade nem a posição sexual não é algo que se põe em mesa, nem se discuti. Maria já é saciada no seu convívio natural e se lá não é, ela supri em outros locais mais propícios, pouco importa a salmoura. Ele diz que foi tudo um engano, que foi ludibriado pelas forças extraterrestres, que fora abduzido por alguns segundos, levado pra algum local do espaço e lá inconscientemente foi acometido de várias análises que a memória não o deixa lembrar. Maria nunca ouviu falar nessas conversas que ela mesma chama de cabeludas, ela pensa que já que ele soube se desculpar e já que as outras pessoas aturam seus relacionamentos infundados porque ela não poderia levar adiante aquilo que as pessoas chamam de envolvimento. Conciliação feita, o anjo que estava pendurado resolveu cair do galho, não era mais a laranja verde, era o anjo revestido de toda pureza celestial, tudo parecia como um conto de fadas, pouco se falava na verdadeira realidade. Maria resolveu noivar.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

SHAMPOO

O som tocava no rádio, a canção era agradável e a melodia falava subjetivamente em amor, era melancólico, mas gostoso de ouvir, ela pegou o rádio nas mãos e colocou a caixa de som nos ouvidos, queria entender mais nitidamente a música, apreciar mais detalhadamente a voz daquele cantor meio rouca, mas inesquecível. Fechava os olhos e imagina situações, imaginava que aquela música iria embalar um romance, e poderia ser o romance dela quando ela amadurecesse, balançava de um lado pra outro, lentamente, ainda com o rádio nas mãos e a caixa de som grudado no ouvido. Não sabia ela que naquela estação as músicas eram todas do mesmo estilo, apaixonadas, continuou a se balançar, pra um lado e pro outro, mantendo-se ainda de olhos fechados e com um leve sorriso nos lábios, a música ia lentamente finalizando e ela lentamente abrindo os olhos e dando conta que não pertencia àquele processo de imaginação que ela desenvolveu em alguns minutos. A música termina, ela sente por alguns segundos um aperto no coração, pois não saberia se ouviria outra vez aquela melodia tão sincronizada e tão suave, a voz do cantor era marcante, parecia que ele estava falando com ela, cuidadosamente ela foi se ajeitando, colocou de volta o rádio portátil de onde tirou, parou mais alguns segundos, se esquivou para a direita puxou uma certa quantidade papel higiênico, levantou delicadamente seu corpo para cima e com o papel na mão limpou seu bumbum, olhou para o papel sujo e rapidamente colocou-o no lixeirinho que estava a sua esquerda, sentiu-se limpa, levantou-se faceiramente, balançou seus longos cabelos e seguiu em direção ao box, abriu-o e seguiu em direção ao chuveiro; a música ainda permanecia nos seus ouvidos, apesar do rádio continuar tocando outras canções, abriu o chuveiro e logo a água molhou seus cabelos, ela resolveu fechar seus olhos pegou o vaso do shampoo e colocou encostado a sua face e começou a dançar, cantando a canção que tinha lhe fascinado, não sabia ao pé da letra a canção mas lembrava-se da melodia, e com o vaso do shampoo no rosto ela cantarolava lentamente e dançava imaginando ser aquele vaso um outro rosto e ela estando numa festa de pompa, dançava docemente, de um lado pra outro ela se movimentava. Cansou a mão que segurava o vaso do shampoo e desceu colocando-o entre seus seios despidos e molhados, ainda de olhos fechados ficou imaginando está ali alguém de peitoral duro, apertando-a para dançar levemente, aquilo a excitava, as lágrimas que caiam dos seus olhos se confundiam com as água que descia do chuveiro e molhava todo seu corpo. Pensou por um instante: e se depois daquele baile ele me conduzisse a algum quarto de motel e lá me despisse, e me levasse às nuvens, me fazendo de fato uma mulher. Pensou em conduzir o vaso do shampoo até sua parte mais íntima quando de repente batem na porta do banheiro e ela perde completamente sua concentração, era sua mãe que reclamava da demora dela naquele banheiro, pedindo, brutalmente que ela economizasse água. Ela se enfurecia, pois era o momento mais íntimo que ela conseguia ter dentro de sua própria casa, rapidamente desligou o chuveiro, com mal-humor retrucou pra sua mãe, exclamando um: Já vai, que saco!

Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

DESPERTEI-ME

Num determinado dia eu resolvi que o mundo seria diferente, que agiria contrariando tudo aquilo que um dia eu construir, influenciado por todo um processo circunstancial de vivência com o mundo. Resolvi que nada daquilo seria mais da mesma forma, seria completamente diferenciado, as cores teriam outros preenchimentos, seus contornos teriam outros traços performáticos, o mundo enfim seria outro. Pensei que se continuasse naquele caminho regressivo talvez meus objetivos fossem esquecidos, pois não se vivia mais a minha vida e sim a vida rotulada, como demanda o meio em que vivemos. Talvez fosse simplesmente um despertar, o sono tinha me domado, entrei em coma, o sonho parecia real, mas as cores eram obscuras, não me recordo dos sons nem dos cheiros, só consigo visualizar as lembranças, só consigo ver as imagens que lá foram projetadas. Mas nada radicalmente foi destruído, algo ainda persiste em me perseguir, não sei, mas talvez tenha ele a função que Clio teve no passado Clássico o papel de escrever o tempo e assim manter o passado. É tão bom ser feliz, correr por entre os ventos frescos da noite fria e se imaginar livre de qualquer situação constrangedora. Independência ou morte é o grito dos que proclamam a liberdade propriamente dita. Valei-me Deus, que a partir de sempre a convicção de que sou capaz de caminhar sem muletas, sem me encostar-se a algo consistente, seja concretizado, pois consistente me tornei. Hoje me perguntaram se to casado, leia-se, namorando, respondi que não que só me envolverei com alguém lá pros 35 anos, ainda tem muito chão pela frente, me acusaram de aproveitador, pois só quis me divertir, eu ri da situação, em outros tempos seria rude, mal educado, chamaria essas pessoas de malucas, hoje acho só graça, fico perplexo de como as pessoas piram quando se fala de relacionamentos, todos atrás de um grande amor, de um amor eterno talvez, de se firmar, de passear juntos e assim poder divulgar: “sou casado”, num é pra ri disso? Eu não me contenho. Vejo que se desmancha no ar toda essa concepção de amor, são meros adolescente e também pessoas já passadas dessa fase, mas com comportamentos que o denunciam. Libertei-me desse mal, no mais quero é ser feliz, se um dia surgir, vejam, se um dia surgir, alguém que me possa satisfazer completamente, aí sim, pode ser daqui a pouco ou lá pros 35 anos ou quem sabe aos 50 ou 60 anos, quem me garante, e pra que o desespero se posso me amar acima de tudo. Viva o amor próprio.

Por: Alisson Meneses de Sá

A IMUNDA, MAS DE NARIZ EMPINADO

Era uma vez uma moça, uma singela moça, sem eira nem beira, a vida dela era pentear seus longos e negros cabelos cacheados e cuidar da sua cútis, no seu quarto ela guardava um arsenal de cremes, de substâncias químicas aprovadas dermatologicamente, eram potes e mais potes dos mais variados produtos, e as cores era uma diversidade só, as cores do arco-íris perdia de tanta mistura de cor que refletia naquele quarto. Suas escovas eram todas guardadas dento de uma gaveta, que ela como se pagasse uma promessa, trancafiava fechando seguramente com uma chave que ela guardava embaixo do seu colchão de solteiro. No quarto só ela dormia, ela não tinha mãe nem pai, morava no pensionato que estava para ser desocupado no final do ano, pois a proprietária tinha que vender por conta de uma dívida que seu filho, um marginal, adquiriu junto a traficantes do morro, que estava localizado logo ali, nas redondezas. Sua vida era composta de rotina, e cumpria fervorosamente aquele ritual um tanto místico, tinha hora pra acordar, e nunca passava daquele horário, e tinha hora pra tudo, até pra suas necessidades mais reservadas. Ela ainda sonha em encontrar seu verdadeiro amor, uma relação perfeita é esperada por ela, algo quase impossível de se acontecer, um homem que possa aceitar todas suas imposições, e seu objetivo é que seja algo rápido, urgente, para que antes mesmo de a pensão ser esvaziada ela possa ter um rumo na vida. No seu quarto foi encontrado embaixo da cama vários pratos e talheres de comida, todos estavam sujos e provavelmente estavam ali há semanas e semanas ou quem sabe meses, a faxineira que deixou de ir labutar na pensão quinzenalmente está indo mensalmente, pois o dinheiro da dona da pensão estava curto e depois de um acordo ela resolveu voltar. Assim que abriu a porta sentiu um forte odor, sentiu por algum instante tonta, aquele cheiro insuportável que provocara náuseas, continuou a entrar no quarto e ficou imaginando como aquela moça, órfã de pai e mãe, conseguia viver naquele quarto. A faxineira ficou a pensar, com a mão no nariz, tentando entender o porquê daquela menina passar tanto tempo na rua, é só chegar em casa à noite. Na cabeceira da cama ela encontrou um prato, com resto de sopa, além do macarrão esverdeado e das verduras com mofo continha umas três moscas, mortas provavelmente por não conseguir nadar, talvez também não suportou o cheiro. A faxineira não sabia o que fazer, tinha vontade de sair correndo daquele quarto e se renegando a entrar ali outra vez, mas se continha, ficava impressionado como aquela moça era tão antipática com as visitas da pensão, sempre de nariz empinado, mas imunda.

Por: Alisson Meneses de Sá

domingo, 17 de agosto de 2008

O QUE É ISSO?


Por mais que eu viva, por mais que eu conheça pessoas e mais pessoas, certas coisas em mim não serão amadurecidas, se essa for de fato a questão, ou se realmente eu amadureci demais e as outras pessoas ainda permanecem no seu estado verde, pendurado no galho, aguardando um tempo infinito para amadurecer. Analisando por esse lado, nunca em toda minha vida daria pra ser jurista, exatamente pelo fato de sempre me analisar como resultado da culpa, onde tenho que me perguntar se aquilo seria algo realizável por mim, posteriormente, percebendo que jamais seria capaz de tal erro começo analisar as demais pessoas. Não me acostumo a sempre colocar culpa dos erros nas outras pessoas, assim de forma aleatória. Com referência as relações que se desenvolvem aos meus olhos eu me pergunto por que as pessoas se entregam tão facilmente assim, se desmerecendo e desmerecendo o que sente as outras pessoas. Hoje você conhece alguém, amanhã esse alguém já quer te namorar e depois de amanhã esse alguém já quer firmar um compromisso mais sério, querem casar, lhe amarrar e te cobrar, sem mal conhecer a outra parte, nem saber como se comporta. São etapas puladas que merecem sua determinada importância e que faz parte do processo do envolvimento amoroso. As pessoas não querem só se conhecer, elas querem algo mais, querem firmar compromisso, que isso seja feito, claro, mas com um cuidado maior. O que importar é ter alguém pra chamar de meu, é mais válido, se faz necessário desfilar e mostrar aos amigos que você não é uma pessoa sozinha, pois dá um significado de vulnerabilidade, de Ser promíscuo, simplesmente por gostar de curtir a vida independente. Nem mesmo ser amigo serve, as pessoas querem de fato casar a primeira vista, querem se entregar cegamente, e se a outra parte não quer, mas prefere se disponibilizar numa amizade legal, a parte do amor condicional é radical, renega, abruptamente exclui de qualquer contato, torna-se grosso, pois seus objetivos não foram alcançados. Eu me assusto no primeiro instante, depois passa como se passa a brisa, percebo que as pessoas entram num estado de insanidade mental indescritível e nessa perspectiva eu prefiro ficar de longe, sozinho a observar.

Por: Alisson Meneses de Sá

sábado, 16 de agosto de 2008

A SUPLICANTE

Quando eu imagino que não vou mais surpreender com o linguajar das pessoas, eu caio em realidade e eis que mais um termo é lançado e eu como um bom admirador da língua portuguesa nos seus mais variados termos e significados, fico perplexo. O termo da vez foi SUPLICANTE, e foi lançada da seguinte forma. Estávamos em volta da mesa, jantando, é comum a família se reunir diante da mesa às 18:00h para degustar a comida da noite. Em meio a conversas, meu avô, uma pessoa envolvida com questões financeiras, pois no passado era o banco para meio mundo de populares da pequena cidade, aliás, continua sendo até hoje, pois é o que dá lucro e faz mexer com sua atividade de agricultor, enfim, em meio a essa discussão de dívidas ainda não pagas ele mencionou um certo compadre seu, que há muito enrola para pagar a quantia cedida, junto com juros, ele, meu avô, contava que ele vivia com uma SUPLICANTE num local um pouco distante da cidade, achei aquilo interessante, quando perguntei a minha mãe o que era que ele tinha dito, daí ela repetiu, continuava sem entender, seria essa mulher uma pedinte, uma pobre de cristo que vivia com esse homem, pedindo nas ruas e por isso o termo suplicante? Não me satisfiz com o que minha mente sintetizava e perguntei ao próprio o que seria uma mulher suplicante. Minha avó que tem grandes dificuldades para ouvir e estava lavando os primeiros pratos que saiam da mesa, graças a Deus não sabia o que estava sendo abordado na mesa, pois nem ela gostava desse compadre nem gostava de ouvir em mulher do estilo que meu avô definiu. Ele, por sua vez, olhando em direção a minha avó, tendo a certeza de que ela não ouviria a definição, disse, abrindo um sorriso que suplicante seria na verdade uma mulher errada, uma perdida, uma dadivosa, uma meretriz, uma rameira, mulher da vida. Ele dizia como se soubesse definir perfeitamente o tipo de mulher, como se passasse por muitas nas noites frias do seu sertão. Pronto o assunto encerrou ali, pois seria demais desagradável ver minha avó exaltada, diante daquela definição tão bizarra. Mais uma definição depreciativa para essas mulheres que não entregam seu coração assim facilmente e que gostam de provar de um tudo na vida.

Por: Alisson Meneses de Sá

A PALAVRA

Hoje é bastante nítida a desvalorização da palavra: “palavra”, pois é o que ando por demais percebendo o quanto tal termo vem perdendo seu sentindo mais concreto, mais real e mais próprio de ser usado. Só bastou um instante para perceber o degringolar do termo, precisou só as pessoas se expressarem para que fosse nítida que a “palavra” é algo que simplesmente é jogado ao vento sem ter pra frente nenhum sentido, pois é como se ouvisse quem quisesse e captasse quem quisesse. De fato essa premissa anda se valendo mais do que o sentindo natural da “palavra”, sendo forte no seu nascedouro, onde ela impregna de sinceridade, seriedade como forma de compromisso. Para se ter uma palavra é preciso se usar de dignidade, da honestidade, e confiar no que ela pode proporcionar. Perdeu-se essa configuração com o tempo, o que era tido como certeza hoje é tida como incerteza, como sem nenhum propósito, hoje eu digo que gosto de você, amanhã naturalmente eu posso dizer que te odeio natural também, depois eu posso dizer que te adoro, depois posso te dizer que te odeio, a partir daí tudo começa a descer o sentido que a “palavra” proporciona. Os sentidos já são dúbios a personalidade também segue esse mesmo destino, de descrença. Ai... Essas tais palavras, será que são elas causadoras do fracasso alheio? Ou simplesmente do descrédito e incerteza de personalidade? Pois é ficaria horas e horas aqui tecendo comentários acerca essas coisas de hoje amar, amanhã odiar, depois amar e mais uma vez odiar, numa sucessão de acontecimentos que cansa. O que dá pena e ver a cara de fracasso nessas pessoas; é uma cara de derrota impressionante, coisa indescritível, é um olhar que expressa uma frase: “tenha pena de mim”, mas como diz a outra, Elzinha é biscoito fino, porque quando Elzinha quer Elzinha consegue. Corroboro com essa mesma perspectiva. As pessoas são aquilo que desejam, nada acontece por um mero acaso, as pessoas fracassadas permanecem no buraco por que querem, pois Deus lhes deu sentidos e movimentos. Voltando à “palavra” no seu contexto depreciativo e degenerativo. Pasmo diante do que meus olhos vêem, é uma nítida visão de como as pessoas se convalescem da dó que os outros tem que sentir de você, as pessoas tem que ser sempre boas de alma de coração e de ação para conseguir interpretar todo esse jogo de palavras soltas ao vento e os nossos ouvidos transformados, por hora, em privadas públicas, que assim que é depositada seu lixo a descarga tem a missão de limpar. Vamos ver até quando a palavra vai ter esse efeito tão negativo na mente das pessoas que a usa dessa forma, espero está longe quando a crise existencial se abater sobe essa percepção.

Por: Alisson Meneses de Sá

sábado, 9 de agosto de 2008

AND...

Tudo parecia ocorrer perfeitamente, não, as coisas pareciam não acontecer perfeitamente, parecia que uma pedra tinha cruzado o meu caminho, ou não, o caminho da outra parte. Perguntava-me, se estavas tão agoniado pra que esse momento logo fosse concretizado qual o motivo da demora? Faltava somente dez minutos para que o espetáculo começasse, as pessoas passavam, algumas conhecidas cumprimentavam-me, outras não, e eu ali sentado naquele batente, olhando pra um lado e pra outro, na expectativa de que algum daqueles rostos fosse o seu, não entendia porque estava eu ali esperando alguém impacientemente se na verdade quem criou toda uma situação foi à outra parte, era a outra pessoa quem deveria está ali me esperando, sentado, olhando pra pessoas com aflição, imaginando ser alguma daquelas expressões a minha. O convite para acesso estava nas mãos, brincando de um lado para o outro, a porta de entrada estava a poucos metros, não custaria nada adentrar aquele ambiente quebrando o protocolo do encontro de um esperar o outro do lado de fora. Mas existia uma incerteza de a outra parte não ir, afinal não tinha absoluta certeza quanto aos seus gostos com relação à arte, eu sabia que o meu desejo ali era único, ver a apresentação. Subitamente me levantei, acreditei que esperaria muito tempo, até quem sabe infinitamente. Entrei, escolhi o melhor local para se assistir um espetáculo. Sentei-me, cruzei uma perna na outra e fiquei ali a imaginar o que o levou a desistir do encontro, procurei não imaginar muitas coisas pra não entrar em paranóia, preferir criar expectativa no enredo da peça. Já se passava da hora de iniciar o espetáculo, quando meu celular, que estava na palma da mão vibrou, olhei pro identificador e já vi seu nome, falso nome, imaginei rapidamente que seria a desculpa por não poder comparecer ao encontro. Atendi, a outra parte estava subindo os degraus do teatro para comprar seu ingresso, eu logo avisei que estava me dirigindo à saída do teatro. Fiquei no roll de entrada para recebê-lo. Encontramos-nos, nos cumprimentamos e seguimos a nos sentar, meu local evidentemente não seria adequado, alguém obviamente já tinha tomado à poltrona, o local era perfeito, mas em contrapartida, mesmo que estivesse desocupado só estaria a minha, as poltronas do lado, segundos após eu sentar, já tinha sido ocupadas, impossibilitando os dois sentarem, nos dirigimos a parte superior que estava enchendo de pessoas, nos localizamos numa poltrona adequadamente visível e ficamos ali a esperar tudo se iniciar, era mais uma página sendo virada e que a vida nos proporcionava descobrimentos próprios onde tudo já era imaginado mas o frio na barriga antes de iniciar era fato, era como se tudo fosse acontecer pela primeira vez.

Por: Alisson Meneses de Sá

O CASAMENTO SUSPEITOSO


Quem foi quem disse que Sergipe não tem produções teatrais comparáveis com as produções do sul, ledo engano quem pensa que o estado não está na categoria de produção para exportação a nível nacional, igualável as grandes produções de destaque como as do centro-sul do país como Rio-São Paulo. Ontem fui ao teatro assisti à peça “O casamento suspeitoso”, pois já tinha visto a sua divulgação na mídia e agucei mais ainda minha curiosidade em assistir quando descobri que no grupo tinha uma colega de pós-graduação. Já eram três grandes motivos para ir ao teatro, primeiro é o amor que tenho em assistir, segundo valorizar as produções locais e terceiro ver colegas trabalhando. Tratava-se de uma obra adaptada de Ariano Suassuna com o mesmo título. O texto foi trabalhado com extrema perfeição pelos produtores, sem contar o trabalho bárbaro dos atores que se destacam nas suas caracterizações. O único detalhe a se comentar negativamente é quanto à pobreza no cenário, mas esse pequeno detalhe só é percebível aos olhos de críticos, pois o texto faz com que pouco se perceba o material necessário em cena, o público quer saber no que findará a história e fica a prestar cuidadosamente atenção ao texto e as interpretações que são desenvolvidas categoricamente, mas se fosse projetado materialmente os desenhos que ficam nos três panos, que dá a impressão de cenário, assim a peça ganharia mais veracidade, isso é um trabalho que com o tempo eles irão percebendo e adaptando. Fiquei impressionado com a quantidade de gente, o TTB estava lotado, era sua segunda apresentação, foi de se impressionar, daí questionei-me, será que os sergipanos aprenderam a dar valor nas suas próprias produções e resolveram em massa aplaudir o que o estado de bom? ufa, também já não era mais tempo pra despertar essa valorização cultural. Ou será que Ariano de fato tem esse poder de concentrar a massa de uma forma assim incomparável por trata-se de personagens caricaturais onde o esperto, característica sempre do nordestino massificado, sempre leva vantagem. São muitos questionamentos a serem realizados, mas pelo menos, popularizado ou não, as pessoas estão se dando conta do seu conteúdo cultural, rico, e indo abarrotar os espetáculos regionais. Que se façam mais produções de nível e que os teatros lotem. Viva o teatro sergipano!

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

E HOJE...

Noutros tempos estaria em agonia múltipla por esperar com ansiedade tudo que irá se desenvolver nesta noite e amanhã. Não sei o que me ocorre, pois me sinto leve, calmo, sem criar nenhuma expectativa para o que se desenvolverá, ou se irá realmente desenvolver. Da outra parte não resta dúvidas da grande ansiedade em ver o tempo chegar e o que é imaginado acontecer como se tudo fosse realmente planejado, com referência aos contos de fadas. Continuo a insistir na minha tranqüilidade em que as coisas aconteçam naturalmente, como se fosse por um mero acaso do destino, como se através de uma trombada inesperada nos nós conhecêssemos e dali começasse a surgir uma nova história. Vamos dar vazão ao inesperado, sem firmar nada sério, vamos deixar que as coisas aconteçam naturalmente, deixar que os nossos corações falem por nós e aja por nós, sem nos precipitar nos acontecimentos e no envolvimento, conhecemo-nos primeiramente, deixemo-nos nos acostumar com as manias um do outro, fiquemos quietos para ouvir o outro perguntar e responder o que lhes é perguntado, fiquemo-nos só na espera do outro dar partida na largada do envolvimento. No final o saldo de toda essa perspectiva contida será, sem dúvida, positiva, teremos bastantes condições de saber definir o certo do errado e não deixar nenhum dos dois corações em apuros por não obter a verdadeira recíproca. Será hoje o primeiro encontro pessoal, antecipadamente já nos conhecemos, artificialmente, vale ressaltar, porque nada mais verdadeiro, nada mais concreto do que o olho no olho para nos definir como pessoas sociáveis. Sairei de casa disposto a ver uma peça teatral, o nosso encontro será uma circunstância casual, pois pode ser que no meio do caminho seja encontrada uma pedra maravilhosa e nela a outra parte estacione para admirá-lo como se fosse o máximo da visualização e ali não mais tivéssemos meios cabíveis de nos confrontar noutro momento, acabaria evidentemente ali todo o jogo de interesse antes proclamado. Vestirei minha mais bela e formal camisa de tecido fino, meu sapato de marca registrada e minha calça de brilho opaco. Pentearei meus fios de cabelos por cem vezes, pois antes de deitar não pretenderei escová-los mais, colocarei minha lente de contato transparente para que não precise me esconder nos óculos ultrapassados, me perfumarei como uma meretriz do antigo Beco dos Cocos em voluptuoso perfume de bom gosto para que fique no vazio depois que passo o rastro do que sou, escovarei ardilosamente meus dentes para que possa sentir o hálito fatal das deusas do Olímpio, mas antes de tudo me esfregarei no sabonete imaginando ser ali suas mãos podres, sujas e grossas a me tocar e a me sentir por fora. E hoje...

Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

MAIS CAUSOS INTERIORANOS


Pouco se é destacado nas mídias o trabalho de retaguarda dos cientistas políticos o que durante o pleito eleitoral alguns se destacam por conta da sua efêmera necessidade, mas que preferem agir como guarda-costas para não se exporem conforme os resultados vão se delineando. Nas pequenas cidades essa função é praticamente desconhecida, pois acreditam que o conhecimento e a popularidade sejam suficientes para alcançar seus respectivos objetivos. Ledo engano, atualmente estamos vendo essa teoria de campanha tosca cair por terra. Cientista político nada mais é do que estudiosos sobre a distribuição e transferência de poder em processos de tomada de decisão, ou seja, em períodos eleitorais, por causa da frequente e complexa mistura de interesses contraditórios. Abrange diversos campos, como os sistemas políticos, teoria dos jogos, economia política, análise de políticas públicas, política comparada, relações internacionais, análise de relações exteriores, estudos de administração pública e governo, processo legislativo, direito público (como o direito constitucional) e outros. E com relações estreitas com o marketeiro político que tem como objetivo a promoção do candidato, com planos mirabolantes para ter êxito nas campanhas, sempre consultando o cientista para visualizar o campo de ação . Enfim, acredito que jamais uns e outros que conheço se desbravem nessa perspectiva, exclusivamente no interior, especifico de onde me naturalizei (Itabi), tem ciência dessa tão eminete função de aconselhamento aos institutos de conhecimento acerca a população e seus anceios quanto a política local. Estou me contento a não mandar umas cartinhas pra alguns candidatos indicando alguns endereços de cientistas políticos ou marketeiros de ponta para realizarem uma prévia consulta, pois to vendo muitos deles degringolarem seus projetos eleitoreiro por mero descuido, pessoas que há muito tenta, tenta e nada conseguem, acham somente que ajudar um aqui outro acolá lhes garantirá uma cadeira na câmara de vereadores. É o que ocorre em Itabi com extrema nitidez. Recentemente se alojou na cidade um rapaz, que se ver interessado em mudar as feições políticas-sociais da cidade, de fato ele anda mudando, o rapaz, muito jovem por sinal, anda tirando os suspiros das moças, solteiras ou não, um rapaz que pouco a cidade sabe de seu histórico pessoal, mas a adesão a sua campanha está mudando o estilo ideológico da pequena cidade, uma mudança brusca, acredita-se que o rapaz é o proprio marketeiro e o próprio cientista político, fala bem e vai alinhadamente pedir votos nas suas visitas as casas mais paupérrimas ou não. Em contra-partida, outros candidatos, vendo seus objetivos irem por água abaixo, pois não tem a menor noção do que seja promoção de campanha eleitoral estão se revoltando contra a inteligência do novíssimo político, usando de estratagemas ultrapassados para deter este, ficando nas esquinas com cara enfezada a cumprimetar um e outro, quando não estão a bater perna pelas ruas com um hálito não muito agradável, e pasmem, fazem todos parte da mesma coligação política. Um grupo, em protesto quanto a essa alavancada nos ótimos índices da preferencial popular do novo candidato, subiram até o forum da cidade para ver as possibilidades de barrar com essa eufórica campanha do rapaz. Erro evidente, os tempos são outros, vivemos numa democracia, pelo que sei, alguém fixando residência num munícipio tem condições legais para entrar numa corrida eleitoral, sem contar o desagravo na coligação e a revolta das moças descontentes, que tomarão, obviamente partido por tamanha injustiça e se entregarão de corpo e alma a causa do rapaz no mesmo estilo Fausto Cardoso de morrer em prol do estado, numa emblemática cena cinematográfica, com um copo de água na mão e saudando ao povo e ao estado. Acho que tais fatos estão dando uma sacudida nas cabeças das pessoas, inclusive dos jovens, muitos indecisos, que vêem nessa situação algo ultrapassado e tendo como tendência decisória a defessa dos injustiçados. Quem sabe uma mudada no visual dos descontentes, uma limpeza higiênica antes de frear um eleitor na rua seja suficiente para se refazer o estilo de campanha. Observem que a tomada para a mudança já foi dada há anos atrás e esse processo não parou lá, é um processo continuo, esperamos que os candidatos não emburreçam suas campanhas e procurem aconselhamentos o mais cedo possível para não caírem numa depressão pós-leição.

Por: Alisson Meneses de Sá

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

COISAS DO INTERIOR


São exatamente sete e meia da noite de uma quarta-feira qualquer, dia em que volto pra vida cosmopolita e deixo pra trás a vida ruralista, na esperança de que os dias se prolonguem para que eu não me depare na rotina da estrada outra vez. Não que eu faça aqui menção a desgosto por ir trabalhar no interior, não, longe de mim, o problema é o cansaço físico de pegar uma estrada e ficar nela por duas horas e meia, sentado, isso pra voltar, se eu fizer a soma numa semana gasto por volta de cinco horas só na estrada de ida e volta, num mês fico 20 horas e no ano fico 240 horas, no total, para fechar as contas eu passarei 10 dias nessa vida turbulenta de asfalto, nesse vai-e-vem desmedido, exaustivo e enjoativo. Mas a vivência interiorana até que não é todo ruim não, por lá, onde ando, as coisas são por demais cômicas, tudo pra mim é levado na brincadeira, adoro me divertir com os causos que lá observo, nada tão gritante, coisas corriqueiras, picuinhas do povo do campo que muito não se ver pela capital. Estamos em campanha eleitoral em toda federação brasileira, ta, até aí tudo tranqüilo, mas o que eu destaco onde trabalho são seus candidatos toscos, irreverentes, inusitados, enfim, candidatos ao pleito de vereadores que são do outro planeta, claro que um o outro ainda se salva, mas eu já pude listar alguns por demais da conta incomuns. A representatividade gay está por demais gritantes, mas tudo por trás da moita, ninguém quer levantar a bandeira, também se levantar num dia no outro pode se considerar fora da corrida eleitoral. Tem corno consentido e até mulheres da vida fácil a tentar uma vaguinha para talvez representar as suas minorias, abrindo, por exemplo, um antro para acalmar os rapazes afoitos da cidade, ótimo projeto, mas se confrontará na rede das representações gays e das carolas da cidade. A cidade é tão pequena, mas tão pequena que se você coçar aqui todo mundo já sabe que você está com micose e o que mais se ver é candidato nas ruas a condenar o povo a procura de voto que num tá no gibi. Lá vinha eu, de um dia de aula, caminhando pela rua, num sol escaldante, quando de repente alguém, no desespero para se eleger me avista, eu como sempre comunicativo não me esquivei na aproximação da dita cuja e parei, educadamente, para cumprimentá-la, meu Deus, foi tão hilário, que quase, por um triz me espalhei em riso e gargalhada na frente da senhora, ela simplesmente apertou minha mão, abriu um sorriso e se lançou – meu fio quero que você me ajude, que da sua família saia um voto pra mim, pois estou precisada, sua família tem representação. Era uma aflição só o discurso dela, parecia que iria morrer sufocada, eu educadamente, respeitando os cabelos brancos, escondidos pela tintura, daquela mulher, disse que infelizmente eu não podia enganá-la, pois todos da minha casa já tinham um compromisso com alguém, pra que foi que rebati com sinceridade, poderia muito bem ter somente balançado a cabeça afirmativamente, que ela sairia satisfeita e eu seguiria meu rumo, ela num solavanco só, apressando suas palavras, sem espaços para a respiração colocou em questão de 5 segundos ou menos todos seus projetos, e tudo que já fez na cidade no quesito saúde, fiquei pasmo, nesse instante ia ri, não por zombaria, por que sei bem que ela trabalha muito em prol da cidade, mas pelo fato inusitado que agente só ver em cidade pequena. Apertei bem forte a mão dela, pedi que ela fosse falar com minha mãe, que daí quem sabe rolaria uma partilha, ela abriu mais uma vez um largo sorriso, de prótese, vale ressaltar e continuou seu destino rua abaixo, espiando o próximo pedestre que por ali passasse. Mas a risada eu dei logo adiante quando avistei um estimado amigo e meu ex-professor, onde comentei que um outro amigo quando se ver importunado por um esfomeado candidato logo diz: querido meu voto já está comprometido, quero o novo, daí diz o nome do dito cujo e sai, deixando o candidato a dizer impropérios ao vento, pois o candidato mencionado (o novo) além de ser uma pessoa que ninguém sabia de sua existência, anda tirando suspiros de tudo que é mulher, por só andar alinhado fazendo o estilo Fernando Collor de Melo, pra deixar os enfezados, os rabugentos de esquina no quesito higiene e educação no chinelo havaiana.

Por: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A SÍNDROME DA REPUGNÂNCIA

Estou com a síndrome do nojo, da repugnância,
Tenho nojo de tudo e de todos,
Nada me satisfaz, fico agoniado;
Sinto-me impuro, e imundo.
Ao me aproximar
Pouco contato me satisfaz,
Prefiro não me encostar;
Porque tudo está podre,
Tudo fede,
Tudo é imoral, indecente.
Pego minha sacola de cor vermelha,
Pego a condução azul,
Entro noutra mais longínquo branco,
E desço na casa amarela de porta marrom;
Entrego-me a solidão por dias a fio.

Por: Alisson Meneses de Sá

domingo, 3 de agosto de 2008

FALSA LOURA: O FILME

Apesar de não querer e não poder fui atender um pedido aflito de uma amiga que estava necessitando arejar a cabeça, espairecer um pouco, ver coisas não rotineiras e conversar, colocar idéias pra fora, foi nessas circunstâncias que fui obrigado a sair da mesa de estudos, na qual tinha e tenho pendências a serem cumpridas, para bolar algo que pudesse compartilhar com os interesses dessa minha grande amiga. Cinema era algo que poderia resolver parte das coisas que talvez estava afligindo minha amiga, procurei verificar o que estava rolando de interessante, filme de arte era uma excelente pedida, tinhas outras super produções americanas mas essas não seria compatíveis com os nossos interesses, ficamos mesmo com o filme de arte que por sinal era nacional, algo já tinha lido sobre o filme, mas nada concreto, não sabia se era interessante ou uma bosta. Resolvemos ir, nos encontramos no cinema, essa minha amiga não tinha muita noção de filmes de arte, comecei a dá algumas teorias infundadas que por hora não teriam a menor serventia, só após o filme era que realmente ela poderia ter nítido conceito formal sobre de que se tratam os filmes tidos Cult. Se a proposta dos filmes cults é fazer com que o público tenha que questionar sobre a proposta da obra, realmente o filme em questão confirmou essa prerrogativa, aliás, quem assistir deve interrogar vários pontos do filme que fica entreaberto até quando se lembrar de ter assistido, são brechas não resolvidas e questões expostas sem acesso para resoluções, mesmo que queiramos dá uma conotação para finalizar ou imaginar como seria o contexto após termino do filme ficamos sem subsídios para construí-los. No contexto das interpretações o que mais se salva são as das operárias que faz horas papeis de figurantes horas o diretor da vez para que possam aparecer, nem a tiazinha, por mais queira dá mais dela consegue se sobressair. Nem, após filme, tomando aquele shopp super gelado e num papo cabeça podemos dá uma nota que favorecesse o filme, das duas uma, ou não estávamos espiritualmente preparados pra ver aquele filme ou realmente a película num vale os dois reais dado. O resultado positivo de tudo isso foi à predisposição que tiver para os estudos, levemente tonto, e a conversa que tivemos, papo de amigos.

Por: Alisson Meneses de Sá

sábado, 2 de agosto de 2008

MAIS UM ANO SEM TI


O tempo é tão curto, tão passageiro que não damos conta quando ele passa, às vezes ficamos inertes, esperando que o tempo passe e não damos conta de que o tempo está passando e quando tomamos por si percebemos que já era o tempo, e que dificilmente, aliás, que nunca conseguiremos alcançá-lo. Hoje está completando mais um ano, são exatamente quatro anos sem sua presença aqui nesse plano espiritual, como perfeitamente sabem explicar os espíritas, passou mais um ano que foste levado dessa vida para um estado melhor, uma elevação espiritual. E hoje como todos os anos me prontifico a ficar não de luto, porque sei que jamais iria querer que ficássemos tristes, mas fico com meu peito repleto de sentimentalismo, de saudades dos tempos pouco aproveitado, das nossas situações, enfim de tudo que nos ligou e fez nutri algo jamais esperado. Recentemente ouvi alguém me dizer que depois que tu foste embora eu nunca mais me interessei por alguém verdadeiramente, às vezes nego tais afirmativas, mas quando paro pra pensar e analisar essas palavras vejo um fundo de verdade, sim , me relacionei com outras pessoas, algumas tiveram relevâncias significativas outras uns 90% não obtiveram nada, foi como o próprio tempo, passou que eu nem vi, mas que tu esteve sempre na minha memória, isso eu jamais posso negar, nem me esquivar. Foi você quem lapidou meus sentimentos, meu coração, e infelizmente não pôde dar continuidade, a vida foi me conduzindo por alguns caminhos e ele foi dando a continuidade, hoje me sinto mais maduro e quem sabe hoje saberíamos nos justificar e nos demonstrar como verdadeiros amantes, mas essas coisas da vida não tem explicação, só devemos nos acostumar e saber lidar categoricamente. Eu sei que daí de onde você está tu olha pra mim, pois me vejo, assim do nada, pensando em você, nessas minhas passagens introspectivas volta e meia você é meu pensamento principal. Eu acredito que tu és quem vai me mostrar o caminho certo, já que meu amor foi nascido a partir de você, é certo de que quando a pessoa certa aparecer será abençoada por ti. Em meu canto quieto rezarei por você e lembrarei-me daquela inesquecível noite de verão, em plena praia de atalaia, você fazendo pedido à mãe das águas para que ela nos abençoasse e olhava pra lua pedindo o seu consentimento, e foi assim que tudo começou com a lua e Iemanjá nos protegendo.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

EM MOMENTO PRÓPRIO

São outros tempos, tempos de florescimento e de novos contatos, novas andanças e novas perspectivas, é tempo de viver noutros ares e noutros rumos em comum, é tempo de deixar pra trás tudo aquilo que um dia te ajudou a crescer, mas que não tem mais serventia, deixar somente registrado como fato histórico, coisa do passado, que será maravilhoso quando for relembrado, e dizer que aquele tempo, o passado, era maravilhoso e que é uma pena por não tê-lo de volta, porque o mundo gira, gira, gira, gira, está sempre girando, as coisas passando, agente registrando e guardando. Para alguns, isso nada mais é do que um momento introspectivo, egoísta e individualista, para outros é o momento de radiação, de iluminação de outra personalidade mais madura e com visão de vida, não mais o inconseqüente e insensato. Assim é como me vejo em tempos de reavaliação de influências em grupo e o que eu posso tirar disso para minhas projeções futuras. De longe eu prefiro assistir, essa novela já não mais faz parte da minha vida, nem como vilão, nem como mocinho, nem como coadjuvante, sou simplesmente um telespectador que a tudo ver, escuta e opina, ressalto, por hora, porém chegará o tempo que tudo isso também me será cansativo e enjoativo, como algumas coisas já os são, não vale a pena ver de novo. E tudo é desenvolvido com tanta presteza com tanto cuidado que chego a me assustar com tanta admiração do que antes só existia interesses inversos nas amizades, daí a cada cena finalizada meus olhos enchem de lágrimas de tanta emoção que sinto, porque a partir disso é nítido que o problema não estava neles, e sim em mim, claro, como é que antes, se as pessoas não nutriam, respectivamente, um certo interesse em comum e sim as vezes desconforto e noutras vezes alegria por ver umas das partes tombar, realmente as lágrimas que me vem a face são incontroláveis, digo de peito aberto, porque devo confessar, sou eu o assassino da novela das oitos, não tenham jamais dúvidas, sou réu confesso e o meu novo plano será: já que estou toda semana no interior, aproveitarei lá as mentes inocentes e influenciarei todos para que me privilegiem, seja lá de que forma for. Pois é, me tornei a pessoa cruel e desalmada, a ovelha desgarrada, a peste do medievo, o mal que semeia somente a destruição e a traição, isso tudo porque não me comporto da forma que as pessoas almejam ou na verdade porque queria um pouco de civilidade nas pessoas ou porque adoro tirar máscaras das pessoas, aliás, das Alices da vida, elas se fingem de tontas, brocas e sem noção das coisas onde na verdade não passam de verdadeiras... Economizarei adjetivos negativos pra elas, eles só cabem a mim...

Por: Alisson Meneses de Sá