sábado, 21 de julho de 2007

GRANDE SERTÃO: VEREDAS

IMPRESSÕES INICIAIS


Vertiginosamente vejo-me obrigado a tecer comentários abruptos sobre as primeiras impressões que a obra de João Guimarães Rosa inicialmente me traz como leitor. Haja vista que estou debruçado na página 155, sendo que a referida obra possui 624 páginas em todo seu bojo. Que me perdoem os aficionados e seguidores de Guimarães, mas inicialmente a obra, que é um marco bibliográfico do mesmo, deixa a desejar na afamada obra. Sou simplesmente um leitor que pouco entende de esteticismo literário, mas que entende sobremaneira do gostar da leitura. Declaro-me um apaixonado pelas obras de Nelson Rodrigues e seus calafrios de situações reais e pouco imagináveis como Vestido de Noiva, Toda Nudez Será Castigada e dentre várias outras obras, mas sempre abro espaço para saborear outras vertentes literárias e neste momento leio a longa história que celebrou Guimarães, chegando a ser televisionada por uma grande emissora de TV. Texto narrado em 1ª pessoa tendo como personagem-narrador o foco de sua longa caminhada.
Excessivamente o autor abusa irremediável do neologismo regionalista que de fato torna a leitura demasiadamente cansativa. Ouso fazer aqui uma comparação de uma outra obra regionalista que sabe cautelosamente aproveitar desse artifício neológico e situá-los no texto, falo de Raquel de Queiroz quando escreve Memorial de Maria Moura, outra obra também televisionada e que deu destaque à autora. Nesta obra saboreamos sabiamente os novos termos as novas palavras que o regionalismo nos obriga de fato. A princípio o autor nos dar a impressão quanto à negação que é exposto quanto às verdadeiras personalidades dos personagens foco, falo de Riobaldo e Diadorim. O autor tentar negar o verdadeiro gosto de Riobaldo, tentando nos fazer acreditar que o mesmo é um jagunço normal como os demais, o que na verdade não o é. Riobaldo nitidamente faz várias e várias descrições sobre Diadorim, quanto a coisas que este última o impressionava descrições sobre Diadorim, outro jagunço do bando que se disfarça de homem para viver acompanhado do grupo e assim tentar se vingar, o que de fato me intriga é quanto ao personagem Riobaldo que pouco se mostra interessado pelas mulheres, fato esse que ele nega descrever sobre elas e sobre suas relações de amor, que acredito serem forçadas. O que de fato levo a acreditar é quanto à frustração de Riobaldo em se tornar um homossexual que se esconde a todo custo para poder sobreviver nesse meio social de preconceito e violência. Já Diadorim, levo a acreditar que a mesma é lésbica, de fato realizada, vale ressaltar que até onde parei a leitura fica imperceptível saber a verdadeira sexualidade de Diadorim, faço essa comentário por saber da história por já se tratar de uma obra já muito conhecida. O lesbianismo de Diadorim é latente, notório e perceptível aos olhos de qualquer leitor, levando também em comparação a obra de Raquel de Queiroz – Memorial de Maria Moura, onde a personagem principal Maria Moura torna-se uma justiceira e a todo custo quer vingar seu passado, formando assim bando de jagunços, mas o que a autora jamais deixa escapar é a feminilidade da personagem, buscando sim traços masculino pra amedontrar alguns homens, mas sempre externando a mulher como força motriz.
Quanto ao final não consigo recordar e também não forço essa lembrança, só desejo que o autor não meta os pés pelas mãos e deturpa o que inicialmente está exposto, continuarei enveredado nesse Grande Sertão e ver o que Guimarães Rosa ainda tem a me oferecer.


Por: Alisson Meneses de Sá

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorooo!!!!!! o seu jeito de proferir as palavras conhecendo-as minuciosamente, com seu jeitinho de decifrar e interpretar o sentido das coisas! bjsssss não vejo a hora de ler a continuação.