sexta-feira, 18 de julho de 2008

UMA CARTA ENVIADA

Aracaju - SE, 18/07/2008


Cara comadre é com muita alegria que te envio esta carta, usando do meio menos convencional possível, morro de saudades de você é claro, mas mais ainda do meu afilhado lindo, queria muito ver o crescimento gradativo dele. Com o tempo eu ousarei visitá-los com mais freqüência, a minha outra afilhada já está uma moça, me liga de vez em quando pra dizer: “didinho você é meu amor”. Pode isso? E agora deu pra cantar “chupa que é de uva”, um amor, fico derretido e abestalhado. Aqui o tempo vive completamente chuvoso, fico a imaginar aí como não deve está frio. As coisas aqui em casa andam daquele mesmo jeito, a mais nova ainda com aqueles problemas, ficamos sem saber o que fazer por ela não se abrir, está indo pra psicólogo e terapeuta, mas eu pessoalmente não estou vendo resultado, de vez em quando dá umas crises, ultimamente são uns choros descontrolados, óbvio que agente desconfia do que se trata, mas ela faz questão de negar essa nossa suposição, assim ficamos impossibilitados de ajudá-la. Eu continuo nessa vida, com uma pós-graduação desgastante e com alguns desejos sendo realizado na área profissional, tudo indica que estarei, agora em agosto, também dando aula na nossa terrinha, imagine você, logo agora em tempo de política, a cidade pegando fogo, se bem que já tá tudo definido, o que tá feio mesmo é a quantidade de vereadores, é um mais tosco que o outro, cada figura bizarra que eu vejo se candidatando que não tá no gibi, queria saber se o TER num faz uma seleção nesses candidatos, acho que qualquer doido pode se candidatar, tire por Preto né, como diz o slogan dele, “não vote em branco vote em preto”, a família ta toda o apoiando, fico impressionado com a benevolência do povo. Continuo solteiríssimo, sem ninguém a vista, parece que me desencantei com as relações, estou sumariamente casando com esses relacionamentos de ponta de esquina, num me vejo mais ficando só por ficar com alguém, nem entrando numa relação infundada, sem perspectivas futuras, diante disso prefiro ficar sozinho no meu canto, lendo Clarice Lispector, vendo meus filmes. Acredito que essa intolerância com relação ao namoro está passando pro campo também da amizade, não estou bem com algumas pessoas, me sentir extremamente uma pessoa descartável diante de algumas situações incontroladas, não mais me disponibilizo a certos tipos de situações prepotentes, sou maduro e estudo exatamente pra isso pra me tornar melhor, civilizado, e nem conversando maduramente souberam perceber o erro e corrigi-los, mas tudo bem, o tempo passa. Só seu irmão mesmo pra me entender e eu, as vezes, entendê-lo, ainda continua naquele lenga-lenga cansativo, mas se faz bem pra ele, quem sou eu pra impedir né? Estou muito mais caseiro, e isso até é legal, pois economizo bastante e adianto minha visita a vocês, e até possa ir mais vezes te ver e ver obviamente meu lindo afilhado. Vou ficando por aqui, mande notícias.

Te adoro muito, minha amiga, minha prima, minha irmã, minha comadre.

Por: Alisson Meneses de Sá

Nenhum comentário: