domingo, 13 de julho de 2008

EM CASA

Há tempos não faço essa programação caseira de fim de semana, há tempos não me deixo levar pelas programações ridículas das emissoras de TV em pleno sábado à noite, onde a cidade toda se mexe em direção as festas, as badalações, aos encontros e reuniões de amigos como também as transas prazerosas de amantes ávidos por um instante sequer de desligamento daquilo que está impregnado durante todos os dias da semana. Parecia tudo combinar, a casa estava completamente disponível pra mim, seria o momento ideal para convocar uma reuniãozinha e encher a casa de gente para dar uma festa, do cabide, porque não, ou quem sabe chamar aquela pessoinha que sempre está disposta a fazer uns trabalhos, um tanto quanto inconveniente para rapazes e moças de família, trabalho esse não remunerado, óbvio, mas que se fosse remunerado seria classificado como promíscuo, mas sempre existem uns amigos, se assim posso dizer, que sempre estão dispostos a praticar umas artes nos amigos mais carentes e desprovidos no momento dos ditos compromissos sérios. Ouvi música, de todo o tipo possível, fui pra frente da TV ver o que por lá passava, nada de anormal, aquela programação besta de fim de semana, cansativa e nem um pouco inteligente, até visitei uns canais Cult e lá me interessei por um filme que iria passar logo mais tarde, me programei e fui pra internet ver se tinha alguém interessante pra bater um papo mais produtivo possivelmente, vi que nada do que eu desejava seria conseguido, visitei os sites mais promíscuos que possa existir, demorei pouco tempo, preferi me afastar do computador e ver algo mais produtivo, dei uma rápida lida na revista semanal e fui logo me debruçar sobre a Deusa da literatura brasileira, Clarice Lispector, na obra Laços de Família, me mantive por muito na leitura, me sentido os próprios personagens introspectivos da autora, com o tempo verifiquei que na verdade o filme que queria ver na TV iria logo começar, me adiantei na pipoca e ajeitei meu ninho para poder confortavelmente me refestelar em frente à TV por algum tempo, o filme era uma bosta, acho que até a bosta tem mais serventia do que o filme, nem me recordo o nome daquilo, me recordo somente que o filme tinha Ney Matogrosso, Xuxa Lopes e Daniel Dantas como personagens principais, o filme era um tanto surreal, com frases desconexas, provavelmente da década de 70, Ney Matogrosso não tinha uma ruga na face sequer, até foi cômico, a personagem de Xuxa Lopes num devaneio do diretor entrava numa banheira e parava numa tubulação de água e de quatro dentro da tubulação saia num desfile cívico onde encontrava seu marido com outra mulher e depois ela se encontra numa orgia com o marido e mais outro homem, nem eu entendi, preferi não forçar muito meus neurônios, depois de uma belíssima leitura de Clarice, resolvi apagar tudo e dormir, assim acordaria cedo e assistiria ao jogo de vôlei entre Brasil e França, assim o fiz.

Por: Alisson Meneses de Sá

Nenhum comentário: