terça-feira, 25 de março de 2008

SEGUNDA CRÔNICA EM: SEMANA SANTA ÀS AVESSAS

PARTE II

Dando continuidades ao cômico confinamento que rendeu aos participantes grandes feitos, grandes histórias e grandes amores e também quem sabe, grandes dissabores, onde evidentemente a perspicácia e a personalidade forte de todos deram esse sabor, sem contar que nessa via sacra Jesus Cristo não tem tanta importância assim.
O dia amanhece e o sol que consegue ultrapassar os buracos da janela, da porta e do telhado fez com que eu me despertasse , sendo assim o primeiro a caminhar pela casa, sem ter precisão da hora, pois foi algo que ali eu abominei. Abri a porta dos fundos, fui ao banheiro, lavei o rosto e fui em seguida abrir a porta da frente, peguei um livro e comecei a ler num sofá que estava na varanda. Lá dentro da casa percebo que alguém despertara e logo descubro que é Judas que se posiciona na porta, olha pra mim e me dá um bom dia com um hálito horripilante, ficamos ali no sofá conversando quando percebemos do lado de fora dois vizinhos se comunicando. O do lado esquerdo perguntava ao do lado direito se tinham conseguido dormir bem após o cabaré da noite anterior. Os judeus que tinham opiniões diversas sobre a conduta de Jesus Cristo, filho de Deus, enviado para salvar o povo, mantinha essa característica. O do lado direito adorava nossa diversão, sempre se prostravam na varanda para ver o que aprontávamos já os do lado esquerdo faziam críticas a nossa conduta um tanto quanto anormal para aquele vilarejo. Escutamos aquele comentário, eu e Judas, rindo, por conta que eles não nos viam. Sem contar na decoração que Maria Madalena fizera para a chegada de Jesus Cristo, que, aliás, rendeu a vários curiosos da redondeza registros com suas respectivas máquinas digitais e celulares.
Caifás que segundo informações, sofria de pressão alta, e que não curtiu a festa da noite passada até o fim, indo dormir cedo logo se acordou, fazendo companhia aos entediados lá na varanda, depois nos prontificamos na cozinha e fizemos nossos próprios desjejuns, Maria, a prenha, em seguida levantou-se e aos poucos percebemos a casa despertando. Eu e Judas saímos pro rio, em seguida Caifás, que traiçoeiramente julgou Jesus de Nazaré nos acompanhou, tem quem diga que foi o momento em que ele tentou comprar a traição de Judas para com Jesus por 30 pratas, mas eu que ali estava presente com Judas certifico que isso não aconteceu, Caifás somente registrou em seu celular uma foto minha e de Judas se banhando naquele rio. Ao retornarmos percebemos que a casa toda estava de pé e em ritmo acelerado, com canções nada convencionais para uma manhã de sexta-feira santa, onde todos deveriam está aclamando orações de boas vindas para Jesus que logo deveria chegar. Na cozinha, já preparando o almoço estava José que em hora e hora se desentendia com Maria mãe de Jesus, esta se demonstrava sempre impaciente. Os grupos se formavam nos compartimentos da casa para contar fatos marcantes do dia anterior. Eu por conta da grande quantidade de álcool digerido sequer consegui almoçar. À tarde em Jerusalém foi de completa distração, quando iniciamos uma partida de queimado na praça que ficava logo á frente do Monte das Oliveiras, local onde Jesus posteriormente seria crucificado. Separamos os times e iniciamos espontaneamente o jogo, com disputas cômicas, quando de repente percebemos, caminhando ao longe, trazendo nos braços uma bola de vôlei, o grande filho de Deus, o próprio Jesus de Nazaré, que impressionado ficou com a decoração do Monte das Oliveiras feito por Maria Madalena para demonstrar nitidamente seu real interesse no prometido por Deus, mas ficou ele mais impressionado ainda, pois, nenhum dos confinados se manifestou quanto a sua presença, trazendo a bola e ficando de fora do jogo, pois acredito que ninguém percebeu que aquela bola posteriormente seria conhecida como Santo Graal. O jogo terminou com uma verdadeira lambança, mistura de suor com areia, terminando assim a partida. Os que participaram do jogo ressorveram se jogar no rio, fazendo altas algazarras, Judas e Maria Madalena começaram uma disputa que muitos depois afirmaram ser pessoal, uma disputa pra ver que conseguia o coração de Jesus primeiro, um derrubava o outro dentro da água, estando os dois na cacunda de mais dois ali presentes, parecia uma verdadeira rinha de galinhas. Não me sentindo muito bem dentro da água saiu e volto pro Monte das Oliveiras, logo em seguida foi chegando os demais.
A noite começou com um furdunço em volta da mesa, tendo como cardápio um delicioso cachorro-quente feito pelas mãos do carpinteiro José, todos comeram com prazer e grande satisfação, demonstrada nos olhos. O ponto alto da noite foi quando Maria Madalena manifestou seus dotes num horrendo show, como a própria diz, com a ajuda de Pedro, que não se negou nenhuma vez para demonstrar sua contribuição e José de Arimatéia que além de ter a sapiência de conduzir o corpo de Jesus, morto na cruz, conduziu também o show de Maria Madalena, a injustiçada pelos judeus. Nesse momento Jesus já tinha deixado o Monte, retornando para Betânia, prometendo seu retorno ao Monte no sábado de Aleluia. O show de Maria Madalena foi tão espetacular que não só rendeu aos confinados boas risadas como também a vizinhança daquele vilarejo. A festa pipocava num frenesi só, quando a leprosa, que estava acompanhado de Pôncio Pilatos passou mal, sentido forte dores no pé da barriga, deixando todos preocupados, o apoio dado por Pilatos foi extremo e assim que a situação foi parcialmente contornada a festa voltou a acontecer, pois logo cedo à leprosa se recolheu juntamente com Pilatos, eu logo fui me recolher, também não estava muito bem, mas antes de deitar pude perceber que na varanda Judas já estava num estado já alterado, o leproso que se mantivera quieto por todo esse tempo estava também num estado alterado e dançava alucinadamente com José que estava sozinho, pois, Maria estava se sentindo pesada e logo foi se recolher, fui logo cedo me deitar, deixando a casa em completa efervescência.

Em breve a parte III

Por: Alisson Meneses de Sá

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