terça-feira, 15 de janeiro de 2008

MEU CASULO


Meu espaço limitado é composto de três camas, uma cômoda pré-histórica, diga-se de passagem, um suporte de roupa que deve medir um metro e alguma coisa e um guarda roupa novíssimo. Assim é composto meu canto estático. Ao lado da minha cama, revestida de madeira, de cor amarelo queimado está à cômoda jurássica, que ali comporta as roupas dos intrusos que vez por outra adentra meu canto, a cômoda também segue a mesma linhagem de madeira da minha cama e das demais que enfeita aquele ambiente completamente iluminado, em cima desse móvel encontra-se uma TV recém colocada para ambientalizar mais o quarto, ao lado, uma cesta com alguns materiais de beleza e uma carreira de livros, vários livros e textos que me farão companhia em tempos de solidão repentina. Composto de pequena amplitude é ali que me ponho a passar maior parte do meu tempo e porque não dizer da minha vida, pois, me trancafio mediante falta de qualquer outra ocupação como trabalho e estudo. Assim seguirei por duas semanas, somente eu, aquele quarto estreito e meus companheiros intelectuais que estão logo ali ao meu lado. Foram planejados horários que me farão delimitar aquele ambiente, com horas somente para exploração da leitura em afinco, serão exatamente 13 horas de completa intimidade entre mim e aqueles objetos de função específica. Até hora pra relaxar se torna essencial, depois da meia noite e após o almoço. Torna-se exaustivo a permanência constante nas leituras planejadas e um cochilo durante um espaço de tempo que o corpo implora por descansar, torna-se mais do que essencial. Além de se debruçar nas leituras objetivas, tem as leituras extras, como por exemplo, pra fazer chegar o sono, me deixar conduzir por Jorge Amado nas suas prerrogativas desinibida da história de Gabriela cravo e canela e também noutro autor pouco conhecido Irvin D. Yalom em Mentiras no Divã. Serão duas semanas de completo deleite dentro do casulo que me abriga, fazendo jus ao novo projeto de vida de 2008.

Por: Alisson Meneses de Sá

Nenhum comentário: