segunda-feira, 27 de julho de 2009

UMA NOITE COM MEDÉIA

Medéia nunca entendeu porque seu nome era esse, sabia somente que seu pai era um aficcionado pela literatura de Eurípedes e que seu nome era originário de uma de suas obras... Pobre Medéia.

Medéia estava exausta pelo dia cansativo que tivera, por conta do curso de bons costumes que sua mãe a forçava a fazer para assim ocupar sua mente, já que sempre ficava a arquitetar planos mirabolantes e desde criança era tida como criança travessa e encapetada, pelas brincadeiras sempre regadas a terror. A noite tinha chegado, era um dia de domingo, pois tinha acabado de chegar do curso de bons costumes e o módulo tratava de ensinar as moçoilas casadoiras a pintar figuras com tinta guache, sempre adornando em panos de prato ou panos decorativo para mesa, Medéia achava tudo aquilo tedioso, mas tinha que cumprir, pois seu boletim de comportamento e freqüência era mensalmente enviado para Rua da Aurora, 1419, onde morava desde os 14 anos de idade. Ao acordar, após um sono de descanso, Medéia resolve que precisa sair urgentemente de casa, sua mãe estava a receber alguns parentes e a casa ficava minúscula diante de toda aquela gente sempre em movimento, sem contar às crianças que por ali circulavam em estado de êxtase. Aquilo tudo era abominável aos olhos da impaciente Medéia, quando sugere pra si mesma em dar uma curta caminhada na praça do bairro dos bandeirantes, além do mais desejava estirar as pernas pra não dormir cedo e acordar na madrugada com o sono seco, a deixando impaciente na cama.
A praça tornou-se a perdição pra Medéia que estava em crise existencial. Seu último relacionamento abalou sistematicamente sua estrutura emocional, ademais, ela não podia contar com a ajuda das pessoas que a cercavam, estando completamente esquecida em meio ao acaso. Sustentou-se pela força de uma nova estrela que surgiu no céu, onde todas as noites conversavam horas e horas a fio, ouvindo atentamente as palavras de conforto que a acalmava. Medéia não tinha mais como contar com as forças do antigo que sempre lhe foram presentes. Estava ela se acostumando com o novo o diferente e aquilo estava lhe sendo confortável.
Caminhava pela praça com passos bem apressados parecendo querer expurgar todos os pensamentos maléficos da mente, quando cruza inesperadamente com Jasão e Gláucia, de mãos dadas e com aparência de felicidade irritante, não sabia Medéia como reagir diante daquela situação tão pitoresca, Jasão fora seu namorado no passado e a tinha trocado justamente por Gláucia. Pensava consigo mesma que baixar a cabeça para não os enxergar seria sinal de fraqueza, e fraca ela nunca gostou de ser mostrada, ergueu a cabeça e cinicamente ao avistar o casal abriu um sorriso que ultrapassava o ardiloso. O casal assim que a avistou seguiu em sua direção e de longe deram sinal de que queria prosear com a desconfiada e desajeitada Medéia. Pararam os três em meio aquela praça, se entreolharam, mas Jasão logo cortou o clima inicial de desconforto que tanto Medéia quanto Gláucia ficariam, apresentaram as duas que se cumprimentaram apertando delicadamente a mão uma da outra. Logo Jasão quis saber da vida de Medéia, fazendo insistentes perguntas quanto sua família, seus estudos e sobre seu futuro. Aquele questionar de Jasão e o abrir de boca enfadonho de Gláucia, a deixava interiormente enjoada, queria Medéia tudo naquela noite menos encontrar aquele casal que aparentemente mostrava-se perfeito, quando repentinamente ela ouve Jasão perguntar o que ela iria fazer naquela noite. Medéia inesperadamente ficou sem saber o que responder, olhava pras mãos dadas do casal e percebia Gláucia apertar a mão de Jasão desconfortavelmente. Jasão não esperou Medéia terminar de gaguejar para responder o inesperado, logo a convidou em acompanhar o casal a sua casa que também era naquelas redondezas, não esperando nenhuma reação de Medeia, Jasão a agarrou pelo braço o deixando no meio das duas e a conduziu por entre a praça até chegarem à sua casa.
A casa era perfeita, da mesma forma que Medéia sempre sonhara para sim quando fosse agraciada ao matrimônio, com o homem ideal e aquela forma de arrumar a casa, sempre tudo perfeito, demonstrava, segundo as dicas das aulas de bons costumes, que o casal vivia sempre em harmonia e felizes. Aquilo deixava Medéia com inveja do que Gláucia representava para Jasão. Provavelmente uma mulher perfeita.
Sentada no sofá da sala, Jasão servia um licor de passas a Gláucia e a Medéia que logo recusou por conta de não querer parecer tonta quando chegar em casa. Jasão era um bom convencedor, trabalhava com vendas, Medéia acabou aceitando uns goles daquela taça que Jasão a tinha oferecido. Após uma longa conversa relembrando o tempo em que os dois namoravam Medéia percebia-se meio soltinha e observava Gláucia que nem um pouco se mostrava desconfortável por ouvir pacientemente àquela história. Jasão sentou ao lado de Medéia na mesma poltrona enquanto Gláucia cruzava as pernas e empinava seus seios fartos, adornando o decote do vestido de cetim de bolinhas brancas com babadinhos nas bordas que a vestia. Jasão se direcionando a Medéia com ar de devorador faminto, e era Medéia, naquele instante, a carne perfeita. Jasão apertava seus joelhos dizendo do desprazer de nunca os tocar nos tempos de namoro, aquilo tudo causava risos em Medéia, que nada estranhava das verdadeiras intenções do casal.
No momento em que Medéia se distraia, observando as poses que Gláucia fazia diante dos dois naquele sofá, Jasão subitamente a agarra e tasca um beijo. Medéia em nada se indigna com aquela ação brusca de Jasão e receptivamente acolhe Jasão em seus lábios, mostrando-se susceptível àquela situação inimaginável que o casal pretendia proporcionar. Jasão a agarrava com bastante afinco e logo se pôs a acariciar suas pernas enquanto a beijava, deixando vagarosamente suas mãos subirem em direção as partes íntimas do corpo impenetrável de Medéia. Aquilo tudo a tinha lhe transformado em tudo o que sempre desejou, mas que as convenções jamais permitiriam. Estava ali, em meio a sala da casa de Jasão, completamente despida pela força bruta dos braços de Jasão que a desejava ferozmente enquanto sua mulher Gláucia observava excitadíssima aquela situação. Medéia gemia feito uma gata no cio, seu corpo estava sendo completamente possuído por aquela invasão de mãos e de boca que Jasão se prestava.

Por: Alisson Meneses de Sá

2 comentários:

Artur Alves disse...

putz historia muito...(to sem adjetivo)...mas ainda ha o final?...ou termina por ai?

Anônimo disse...

Artur a história tem continuidade sim... obrigado e continue vendo as peripécias de Medéia... abraços