quinta-feira, 9 de julho de 2009

APRENDI O VENTO

aprendi o vento nas trevas doendo
aprendi no escuro das trevas
aprendi nas telhas
moendo meu sopro
aprendi como um bicho
aprendi o uivo
do outro bicho
como a viga
o estalido
de outra viga


Vera Lúcia de Oliveira



Aprendi e como aprendi. Aliás, continuo aprendendo, e como. Aprendo com meus maiores erros. Minha vida é toda desenhada de altos e baixos. Apaixonei-me, fui ao ápice da paixão por exatamente uma semana, depois caí, despenquei de uma altura significante, outros não sobreviveriam. Consegui, me ergui, na verdade, quando despencava fui ajudado por um anjo, era o mais belo dos arcanjos celeste, de barbicha e cabelo cuidadosamente penteado. O anjo não tinha obrigação, pois a minha entrada no reino do céu era eminentemente proibida. Sentia-me indigno de sua ajuda diante de tanto chute e afronta que lhe ofereci. Sentamos numa noite de pura angustia minha, egoísmo meu. Despejei ali todos os meus verdadeiros sentimentos em dizer que somente “gostava”. Dali tudo se modificaria, até o momento em que pode está presente. Hoje foge de mim como o diabo foge da cruz. Não vejo erro nisso, pelo contrário, faria o mesmo nas mesmas circunstâncias, ajudaria o próximo até meu limite, mas quando me sentisse ferido sairia à francesa. Pela distância em questão, o que antes não era empecilho hoje é um divisor de águas. Seria injustiça de minha parte, caso não aceitasse essa opinião, pelo contrário, sinto-me apreensivo, mas acredito na possibilidade de você encontrar um alguém que possa suprir as necessidades que imaginou eu corresponder e que por uma grande infelicidade da vida ou talvez desvio de flecha, não pude retribuir aos seus desejos. Aos poucos eu vou-me formando nessa academia chamada vida.

Por: Alisson Meneses de Sá

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