quinta-feira, 23 de outubro de 2008

NO MEIO DO TEMPO

Parte IV

Aquele som vinha de longe, todos dormiam, alguém chamava suavemente, apesar de toda aquela situação todos dormiam como uma pedra. O som se repetia, numa insistência significante, quando de repente o mais velho se levantou da cama gritando: espera, espera, espera. Não dava pra precisar de quem seria aquela voz do lado de fora da casa. Os outros dois perceberam a movimentação do mais velho e não se mexeram da cama, desejaram voltar subitamente ao seu sono. Alguns minutos depois alguém abre a porta do quarto na qual os dois estavam deitados, o mais velha se dirigiu pra cozinha, especificamente pro fogão de lenha para preparar o café da manhã. O visitante chegou com o dono da casa que fora lá verificar o estado da casa bem como alimentar os cachorros que lá vivem, não sabia ele que os três aventureiros cuidaram dos cachorros como se fossem deles assim como da casa. O visitante adentrou o quarto e lá ficou acordando aos poucos os dois que estavam lá sonolentos, conversando, atualizando dos fatos da cidade. O dono da casa se retirava pro oitão pra aguar as plantas que lá são cultivadas. Logo, o mais velho nos chamou para que fôssemos pegar leite na fazenda vizinha, de um conhecido de todos. O do meio estava ansioso pra ir ver, pra relembrar seus tempos de criança quando tomava leite quentinho da vaca. Foi só o tempo de lavarem o rosto, escovarem os dentes de forma bastante precária. O do meio com estilo próprio colocou óculos escuros e assim pegaram a estrada que daria pra fazenda vizinha, o leite serviria para o prato principal do café da manhã. Chegamos lá o dono da fazenda tinha acabado de tirar o leite de suas vacas, o processo foi rápido, enchemos a vasilha que tínhamos levado e convidamos o gentil fazendeiro para almoçar com aqueles aventureiros, o que de fato ele não recusou, era um tipo de troca de favor, eles cedia o leite e era convidado pra almoçar.
Já na casa enquanto o mais velho cuidava em preparar o café da manhã, os outros dois junto com o visitante aproveitaram para descascar o feijão. Sentaram na frente da casa que dava vista pra estrada de acesso, lá conversavam sobre tudo, o visitante atualizava os fatos noticiados no mundo enquanto descascavam o feijão, acrescentando do que já tinha sido descascado no dia anterior. O dono da casa continuava a aguar suas plantas. Em alguns minutos todo o feijão já estava descascado, foi só o tempo do mais velho preparar o café da manhã, seguimos pra cozinha, lá devoramos o que nos foi preparado, o do meio logo se encheu e ainda sentindo-se cansado deitou-se na cama esperando que algo de anormal ali acontecesse, em seguida o mais novo e o visitante se aproximaram e ali também deitaram-se. Seguiu uma sessão de sonolência enquanto o mais velho cuidava na limpeza e já se debruçava sobre o fogão para preparar o almoço. Algumas horas se passaram quando o sono já estava saturado por todos e foi na frente da casa que colocaram cadeiras e lá ficaram a conversar amenidades. O do meio teve a idéia de ali naquele sol de rachar pegar uma corzinha e se despiu, ficando somente de cueca, bebendo um drink sempre preparado pelo mais novo, seguidamente o mais novo também se despiu, seguindo o ritual místico de bronzeamento, era o tempo do almoço ser preparado. Ao longe ouvimos um barulho de moto a se aproximar da casa, permaneceram intactos, de cueca, sentados na varanda, voltados pro sol, quando a moto parou do lado de fora da porteira, tratava-se um nativo, já conhecido de todos, menos do aventureiro do meio. Aproximou-se e logo o do meio foi justificando que estava se bronzeando que não se incomodasse com aquela cena. Logo foi pego uma cadeira e servido bebida ao nativo, quando subitamente sai de dentro da casa, completamente nu, o visitante, deixando todos ali perplexos, pois antes do nativo ali chegar o visitante estava em estado de depressão significativo, deitado numa rede, pendurada na sala. Todos riam porque ele seguiu até a porteira se exibindo completamente da mesma forma que veio ao mundo. O nativo ficou meio constrangido com a situação, mas não arredou o pé, achou tudo aquilo diferente do que costuma ver. Algum tempo depois aporta na estrada, cavalgando um jeguinho, o dono da fazenda vizinha, como combinado. Todos estavam conversando que nem deram conta de que estavam praticamente nus, quando ele chegou, entrou pela porteira, amarrou seu jeguinho numa árvore, alguns passos da casa e se aproximou dos que ali na porta estavam. O do meio ainda continuava de cueca junto com o mais novo, o visitante já tinha se vestido e estava na janela, conversando com o nativo. O do meio logo se justificou, dizendo está ali se bronzeando, o que ele não se importou com aquilo e permitiu que ficássemos à vontade. Também logo arranjou um acento e se adicionou naquela roda de conversas. Conversa vai e conversa vem quando mais uma moto se aproxima da casa, percebemos logo que era o dono da casa, não tínhamos percebido que ele tivera saído e voltava com sua mulher. Os desnudos logo se envergonharam, pois se tratava de uma família, mas não desistiram de está ali, conversando e teoricamente se bronzeando. Assim que chegaram continuaram com o ritual de justificativas quanto ao estado de nudez, estavam ali se bronzeando, era essa a única justificativa. Eles não se importaram também, mas por via das dúvidas e por um certo respeito se vestiram e entraram também na conversa deixando a roda mais diversificada onde o assunto principal era obviamente a política, de quem perdeu, porque perdeu, de quem ganhou e porque ganhou, a tônica do papo não saiu desse eixo. Algum tempo depois mais uma moto se aproxima da casa, com mais três rapazes nele pendurados. Chegaram, cumprimentaram os que na porta estavam e seguiram pra cozinha, eram três rapazes da cidade que fora convidado no dia anterior, sendo um deles o condutor dos três aventureiros até aquela casa de moto. Foi o tempo de o almoço está pronto e logo ser servido, cada um se ajeitou de sua forma, se acomodou no seu canto e devorou seu respectivo prato.

Segue no próximo texto a última e a mais picante parte de toda história.

Por: Alisson Meneses de Sá

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