sábado, 6 de outubro de 2007

O RAPTO

O grito era calado, a sensação era de completo conforto emocional e um prazer instantâneo dentro dele que sentia ali na sua vida atual um vazio inexplicável.
Eram mãos de ousadia que passavam por todo seu corpo magnetizado e sedento de prazer e quanto mais aquelas mãos deslizavam por seu corpo os seus sentidos de prazer se acordava e dava respostas do seu desejo recíproco que ali acontecia naquele apartamento gelado e brilhante da onda do mar.
Primeira etapa, nada de gritos nem gemidos, só extrema exaltação daquilo que o sexo nos concede de preliminares, uma, outra, uma e depois outra, peça por peça são calmamente retiradas daquele corpo que nada combina naquele instante, era a fome de saciar aquela refeição saborosa, de olhar e de degustar.
No segundo instante mais demonstração de que a fome ainda não foi saciada e a vontade de comer ainda era insistente, pois é, insistente era o que o denominava na comilança.
Ficamos ali admirados com cada movimento que um demonstrava ao outro, era um perfeito jogo de encaixe e desencaixe, de monta e desmonta, de tira e bota, o ar gelado não ajudava no suor que aqueles corpos desejam expor, suor de prazer e de loucura.
No terceiro momento a vítima se sentiu confortável porque aquelas mãos eram de carícia e aconchego, ali agarrados, imbuídos de compaixão e extrema vontade de se entrar mutuamente naquele exato momento, e assim procedeu toda a entrega ao ser que te deseja. Já são 06:30 da manhã, necessitamos acordar pro mundo, é a hora da libertação, é o momento na qual o prisioneiro verá o mundo, será mostrado de fato a rua e a sociedade, antes de sair daquele ninho infecto de ousadia, prazer carnal, os olhos se olharam como se fossem diamantes brilhando no amanhecer, ali se lia uma quarta etapa, mas uma entrega de sentidos, mais movimentos grotescos de sexualidade, não importava a situação de cara amassada o que na verdade desejavam era terem mais um pouco da lembrança daqueles olhos de prazer que ambos demonstravam.
Um gozo por igual, uma completa trepada de conforto e loucura...

Por: Alisson Meneses de Sá

Nenhum comentário: