segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

DEPOIS DO MSN


A tensão tomava conta de toda sua expressão facial. Foi só o tempo de desligar seu computador e correr esbaforido em direção ao banheiro. Ficava a tentar prever como seria aquela nova experiência. Só tinha mantido contado com o ativo, era ele quem instigava a curiosidade dele. O ativo parecia seguro, tinham conversado por muito tempo. Seu parceiro era uma incógnita, era o passivo da relação, segundo o ativo, seu companheiro estava ansioso pela visita de Mário. Este, apesar de sua idade condizente com as expectativas adolescentes, nunca tivera tido um relacionamento à três. Achava tudo muito estranho, pois sempre fora ativo nas suas relações e conceitualmente para compor um trio no sexo a versatilidade se faz inerente, era o que pensava Mário. Domingo ás 22:45h se prostrou Mário na frente do seu computador. No MSN se deparou com Sérgio, o ativo, que não se fez de rogado e sem meios termos se lançou para a conquista de Mário, o convidando a visitá-lo naquela noite, estavam, ele e seu parceiro, ávidos por algo diferente e seria Mário, seguramente, o indicado. Todo àquele jogo de sedução para convencê-lo deixava Mário excitado, mas receoso, pois seria inovador. Dentro do banheiro Mário se excitava, imaginando participar de uma orgia. Eram pessoas maduras. Modernas. Desejavam sair do tédio do relacionamento à dois. Depois do banho, dentro do quarto escolheu sua melhor cueca, vestiu uma bermuda jeans e uma camiseta surrada, calçou suas havaianas desbotadas. Entrou na condução em direção à praia. Desceu na padaria combinada, seu coração batia com uma intensidade cavalar, suas mãos geladas estavam enfiadas no bolso para não ficar grudadas na hora do cumprimento. E se forem dois psicopatas, enquanto um me distrai o outro me golpeia, pensou Mário enquanto aguardava o ativo na padaria. Aquele cheiro de pão acabado de sair do forno abria o apetite. Uma mão pesada toca seu ombro direito, uma voz rouca chamava por Mário. Seu coração parecia querer pular. Virou. Estava ali na sua frente o ativo, como seu cérebro preferia indentificá-lo, enorme, atraente, com um olhar obcecado, querendo lhe devorar ali mesmo, no meio daquela gente com seus pães na bolsa a irem pra suas casas.

Por: Alisson Meneses de Sá

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