quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

PROPOSTA INDECOROSA

Fiquei imensamente constrangida com o convite indecente que me fizeram dias desses. Sou gordinha, para não dizer obesa, pois essa palavra pesa, e não me acho assim bonita, já tenho uma filha e me sinto extremamente responsável em assumi-la, apesar da minha pouca idade. Considero-me uma mulher resolvida sentimentalmente, haja vista os meus relacionamentos infundados e sempre fadados ao fracasso que mantive no passado. Não tenho a mínima vergonha em afirmar que adoro fazer sexo, há quem diga que sou uma ninfomaníaca, talvez até seja. O sexo é uma concepção divina e não podemos jamais descartar as oportunidades eu mesma abraço firmemente quando ela bate a minha porta. Tenho no meu sobrenome o Maia e por onda novelística alguns amigos deram pra me chamar de Maia, não exaltando meu sobrenome de origem portuguesa e sim a protagonista da novela das nove; fico irada quando sou chamada de Maia, se no mínimo tivesse um Barruam daqueles pra transar todos os dias, jamais me importaria, poderiam me chamar até de sapa do lago que não iria dar a menor importância, ora, estaria sendo saciada por um homem daquele. Enfim, fui convidada a ir pra uma festa de formatura, dessas chatíssimas que aguardamos só a hora dos comes e dos bebes, foi daí que conheci o ficante dessa minha amiga já quarentona, um adolescente de pouco mais de vinte anos que estava com um amigo menor de idade, os dois eram bem afeiçoados e o acerto era pra eu ficar com o de menor, não vi, por hora, nenhum problema, na verdade o problema estava nele que não me quis, talvez, aí vai à paranóia, por eu ser cheinha. Minha amiga que estava desejosa por um fim de noite regado a muito sexo, se lançou numa proposta indecorosa, ela queria me ver transar com o ficante dela, na condição de que ele me amarraria e faria o que ele bem imaginasse; tipo sexo selvagem com um vouyer. Eu já tinha entornado alguns copos de uísque na festa, estava me sentindo molinha quando ouço uma voz no meu ouvido:
- E aí Maia você topa ser comida?

Por: Alisson Meneses de Sá

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