quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ENSINAS-ME A LIDAR

A amizade é uma relação sem sexo. Pauto essa afirmativa nas verdadeiras amizades, àquelas que superam grandes avalanches no percurso do convívio. Saber lidar com cada situação, quando se tem alguns amigos é uma arte auspiciosa, mas no fundo prazerosa. Algumas amizades perecem quando uma das partes não sabe lidar com os problemas existentes da outro ou do coletivo, às vezes o gostar é intenso, mas a importância no ajudar ou de ser ajudado quebra o laço uma vez construído. Fazendo aqui um paralelo das minhas verdadeiras amizades consigo perceber que em um existe a tristeza incorporada no seu eu, por não saber lidar com os términos da vida se trancafiou na sua introspecção permanente, após um desabrochar de sentimentos. Noutro, vejo o medo de se entregar às razões da paixão, se cotejando entre o sofrimento velado e o bem-querer, no medo de gostar se torna no próprio campo minado, pisando em ovos para não se machucar. Ainda tem o que se entrega inteiramente na relação não conseguindo mais enxergar ao seu redor as coisas se modificando, excluído parcialmente o que antes tivera construído, se deixando levar pelas emoções centralizadas no outro e não em si. São três degraus, cada um num patamar diferente quando falamos do sentimentalismo humano. Em nenhum dos casos existe facilidade no compreender, pois em muitos a chave que abre tal conexão está escondida nos seus respectivos esconderijos e só, somente eles podem revelar as a senha de abertura de tais portas. É o que acontece comigo quando fico angustiado por não saber lidar, por sua vez não compreender, essa tônica do relacionamento. Das três esferas aqui levantadas, uma o caso já é considerado irreversível, por ser sabido integralmente da sua condição passiva, noutra é mais suportável e fácil de compreender e conseqüentemente ajudar, pois existe uma maior liberdade, noutro o caso é mais hermético, porém, penetrável, o que não quer dizer que estar perdido. Não me privarei do silêncio diante da abertura de porta que espontaneamente e respectivamente deve abrir, caso contrário tornar-me-ei tácito.

Por: Alisson Meneses de Sá

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