Analice pretendia fugir, não uma fuga involuntária, nem agressiva, mas uma fuga do que se transformara em rotina e de certa forma a incomodava. Fugia daquele turbilhão festivo que alucinava todos de sua geração. Sentia-se inerme diante de todo àquele turbilhão de alvoroço que por ventura pretendesse participar. Resolveu se entregar ao natural. O convite era para se recuar numa praia, achou assaz tácito o referido convite, porém resolveu ousar e se aventurar no que poderia vir de enriquecedor, ela colhia experiências naturais de forma passiva. No mínimo tomaria banho pelado à luz da lua, comeria peixe fresco assado, saborearia as deliciosas moquecas de frutos do mar, caminharia por todo dia seminu, usando em cada dia um traje de banho condizente com a estação de calor vigente. Andaria descalças pela areia molhada a ver os pescadores em alto mar a labutar. Divertir-se-ia no jogo de truca com os perdedores bebendo a dose de pinga com cara de nojo. Entristecer-se-ia no vazio do seu instante, porque talvez àquele não seria o seu momento. Choraria de rancor por algo que falta e não poder ser preenchido. Chamaria qualquer pessoa pra lhe acalentar em qualquer noite de frio e finalizaria gozando num completo estado de exaltação ao deus do prazer. Arriscaria Analice nesse fulcro de solidão.
Por : Alisson Meneses de Sá
Por : Alisson Meneses de Sá
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