Samurai: Será que estou sendo ridículo em escrever essas cartas de amor?
Maria Bethânia (cantando): Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor, Ridículas. Afinal, só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor, É que são Ridículas. Samurai: então deves abri a carta que recebi? Maria Bethânia: Porém não tive coragem de abrir a mensagemPorque, na incerteza, eu meditavaDizia: "será de alegria, será de tristeza?"Quanta verdade tristonhaOu mentira risonha uma carta nos trazE assim pensando, rasguei sua carta e queimeiPara não sofrer mais Samurai: e o amor? Pra onde foi? Maria Bethânia: Quanto a mim o amor passouEu só lhe peço que não faça como gente vulgarE não me volte a cara quando passa por siNem tenha de mim uma recordação em que entre o rancorFiquemos um perante o outroComo dois conhecidos desde a infânciaQue se amaram um pouco quando meninosEmbora na vida adulta sigam outras afeiçõesConserva-nos, caminho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil Samurai: Ora, como fui ridículo!!!!
Por: Alisson Meneses de Sá
2 comentários:
Lembre viu...Fernando Pessoa, meu bem...
tudo não?
voltou a postar que bom!
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