segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

UM CERTO PRESENTE DE AMIGO OCULTO


Restando apenas um dia para a confraternização de fim de ano da turma do trabalho, eu me vi completamente aflito, pois estava num jogo confuso de sinuca, onde não sabia em qual bola acertar e em qual buraco enviar a dita bola. Mais incomum era impossível, pois não tinha sequer concepção das preferências do dito cujo que caiu surpreendentemente em minhas mãos, haja vista nosso contato ser algo custoso de acontecer, pois trabalhamos em dias praticamente diferentes e setores diferentes, mas esse pepino eu tinha que descascar, custasse o que custasse. O trabalho foi áspero, cheguei até a fazer uma pequena enquete, revelando sorrateiramente a algumas pessoas que estavam no jogo, o nome da personalidade, deixando de ser oculto parcialmente, mas algo eu teria que fazer, já que tinha a intenção de agradar ao suplicante, e por incrível que pareça as opções que me foram dadas, pior era impossível, do tipo de uma bomba, veneno, algo brega, foram os mais singelos tipos de presente que meu ouvido pode escutar, daí pude perceber o quanto não grato a pessoa era naquele ambiente de trabalho, onde todos o conhecia, evidentemente, menos eu, que queria no mínimo ter algo de interessante a presentear. Continuei a minha curtíssima jornada, almejando algo inusitado, pensei em ir num sexy shopping, obviamente lá encontraria algo de inusitado, mas como alguém que como me descreveram, cri-cri, diga-se de passagem, iria reagir após abrir um presente contendo dentro desse, algo pouco visto aos olhos das pessoas que vivem na zona rural, pois era certo presentear com uma cueca um pouco indecoroso pros ditos “normais”, repentinamente visualizei todos os participantes em estado de contentamento geral, instantaneamente meu riso foi sardônico, e tive que me conter para não alimentar ainda mais essa idéia estouvada. Ir ao centro da cidade era minha única saída nessa manhã assoalhada, e não poupei suor, preferia imaginar os gostos da dita pessoa antes de chegar no movimentado centro, para assim me direcionar numa única loja. Foi o que fiz, entrei, olhei sem muita paciência a escolher cor nem estilo, peguei, dei uma olhada pra peça escolhida, percebi que se fosse me dado eu iria adorar, completei com outra peça, corri pro caixa, paguei, aproveitei que estava ali pra comprar umas necessidades minhas, sai rapidamente da loja e peguei meu caminho de volta. Em casa embrulhei num papel de presente prateado, corri pro Google pra ver alguma mensagem de fim de ano, porque após sol escaldante, idéia era uma raridade na minha cabeça, anexei um cartão ao presente e posicionei em cima da cama pra não esquecer. Esse presente eu posso afirmar que as intenções foram às melhores, mas corro o risco de ser desaprovado.

Por: Alisson Meneses de Sá

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