segunda-feira, 14 de abril de 2008

SEGUNDA CRÔNICA EM: UMA SÚBITA DEPRESSÃO

Hoje venho aqui pra externar algumas situações que foram por demais inconvenientes pra mim na noite de ontem e graças a uma nobre caneta e um caderno surrado que me foi emprestado, assim pude registrar muitas coisas que loucamente vagava por meu cérebro, deixando simplesmente de ser mero conteúdo de sentimentos e passando para a posteridade, onde só desejei está frente a frente do meu PC postando todos os sentimentos que externarei aqui no meu blog. Escrevi os primeiros rabiscos deitado na cama que me foi cedida para passar a noite de ontem pra hoje, enquanto uma tomava seu banho para se entregar posteriormente ao seu novo caso que na sua cama estava, aguardando-a, pronto pra lhe cobrir de p... No quarto, a outra ascende incenso de mingau, aguardando a outra terminar o banho e assim entrar para sua vez, era com esta segunda que eu iria dividir a cama de casal dela, já que eu estava ocupando a cama de casal da sujeita que estava dentro do banheiro. Escrevi com uma sensação de angustia muito forte dentro de mim, uma coisa que muito raramente me acontece e quando aconteceu nunca me senti assim, tão de baixo astral, com uma tristeza imensa dentro de mim, que saia do coração e aquilo doía, mas doía muito, as lágrimas teimavam em querer escorrer por entre minha face mas meu sentimento era mais duro do que eu jamais poderia esperar e segurei-a, talvez fosse até louvável se eu soltasse tudo aquilo, num grito de desespero.
Tudo começou quando estávamos ainda dentro do bar, a cantora estava se despedindo, cantando suas últimas canções, fazendo uma homenagem ao dia do beijo, embalando os casais ali presentes com cantigas românticas, do estilo Maria Betânia e Alcione, dentre outras. A minha frente estava um casal, amigos meu, estavam sendo embalados pela música, dançavam agarrados, se beijavam e se esfregavam, ascendendo às chamas de uma paixão que perdurava por um ano e alguns meses, mais adiante estava outro casal, um fazia parte de meu núcleo de amigos o outro tinha o conhecido dia antes e os dois já estavam se entregando a um sentimento nobre chamado paixão, também envoltos naquele clima propenso pra o amor. Eles se climatizavam e faziam jus ao pedido da música, fiquei ali sentado, observando toda aquela movimentação, todo aquele jogo de corpos se espalhando por aquele espaço, e num outro espaço, estavam sentados mais outro casal, nenhum deles fazia parte da minha vida, aliás, um deles já fizera parte. E foi observando esse terceiro casal que subitamente me vi interpretando um personagem vilão de qualquer novela das oito, num sentimento cruel e invejoso que ali fui submetido. Comecei a imaginar aquela situação comigo, ali sentado naquela mesa, fazendo par como um casal perfeito, demonstrando felicidade pra todos que nos conhecia. Tudo isso seria concretizado se não fosse a minha infantilidade de outrora, a minha necessidade de envolvimento com outros corpos e outras mentes. Sentir-me cruel por ainda provocar naquele casal uma série de interrogações, pois são nítidos os olhares que me perseguem quando passo, e assim fiz provocar. De uma sinto um remorso, algo que ficou engasgado no passado, de outro percebo a desconfiança e a incerteza diante de toda aquela situação que ficou. O que parece de fato é que quando estão sem se cruzar com a minha pessoa, vivem num mar de rosas, em perfeito estado de casal, quase intocáveis, mas quando cruzo os seus respectivos olhares parece que a coisa desanda algo de nebuloso repousa sobre suas cabeças e logo, logo o ambiente fica sufocante pra eles e assim saem daquele espaço, como se tudo fosse desandar depois dali, tendo como assunto principal de discussão o olhar ou não pra mim. Comecei a fazer algumas retrospectivas e no dia anterior foi primordial, pois tinha cruzado com exs e naquela noite também, comecei a vislumbrar situações de porque está ali solteiro com tantas oportunidades já surgidas. Comecei a conotar um desajuste da minha parte, e imaginar um lado cruel naquilo tudo, que aquele meu jeito provocador era proposital, não só naquele casal, mas nos outros também, que sempre ficam a me observar, com o tempo que as músicas tocavam, e com os casais amigos a minha frente a se entregar a paixão e olhando para aquele terceiro casal que se perturbavam com a minha presença ali, fiquei achando tudo àquilo irreal pra mim, como se naquela situação nada combinasse comigo, nada se encaixasse e foi batendo aquela tristeza, que ainda hoje sinto os resquícios, com menos intensidade, mas que ainda restou alguns questionamentos que não calarão por algum tempo e me perseguirá.

Por: Alisson Meneses de Sá

Nenhum comentário: