sábado, 1 de setembro de 2007

O ESCREVER

No dia que a palavra se for
Serei somente o espectro da voz
Trarei dentro de mim o rancor da imortalidade
A viuvez da literatura
O ardor do chorar e do pesar
O que serei sem escrever tais coisas?
Um verdadeiro nada
Uma história sem a eternidade
O fim sem seu conteúdo
A mágica sem seu efeito
O brilho sem a emoção
Correrei louco pelas pistas
E subirei na arvore da peste
Saberei que eu sem ela serei somente um eu
Que o gelar da notoriedade não me faz calar
De emoção
Por hora a outra parte da laranja
Sabes ouvir
E sabes interpretar conforme vai desenhando
A protuberante magia da sexualidade
A protuberância do órgão genital
Que só penetra ao fornicar
Um dia se foi necessária a repreensão
Exclusão ditatorial
A arte em pedaços
A literatura esfrangalhada
As palavras descompostas e descobertas
A letra da pena
A carta de amor
A poesia ébria

Por: Alisson Meneses de Sá

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