Estávamos sentados num banco, digo eu e uma amiga da faculdade que aqui prefiro não mencionar seu nome, estávamos passando um certo tempo fora da sala de aula, a aula não estava essas coisas, estávamos entediados e resolvemos sentar num banco no pátio e conversar sobre bestialidades corriqueiras da vida. De repente passa a nossa frente uma moça morena e de corpo mais ou menos defino, seus cabelos eram negros e ondulados, extremamente enormes e bem cuidados, ela estava muito bem vestida, como lhe era bastante peculiar e sempre de bom astral, sorrindo pra todos, quando passou pela nossa frente nos cumprimentou e seguiu seu destino à sala de aula. Minha colega com expressão dúbia indagou, se dirigindo àquela moça que acabara de passar, dizendo: “Nossa ela nem parece que passa pelo que passa”. Eu sem saber de nada, pois meu único contato com aquela moça era só assuntos que correspondiam à faculdade e nada mais, jamais tivera um contato mais íntimo com ela, eu fiquei sem entender a expressão de minha colega e interroguei curiosamente, qual era o problema daquela moça que se mostrava sempre tão feliz e disposta, daí minha colega me contou o que de fato sabia, o irmão daquela menina estava com câncer no cérebro, e que segundo os médicos ele tinha pouco tempo e vida, que o rapaz possuía trinta e poucos anos e que recebeu a notícia assim de supetão inesperadamente, ela mais uma vez deixou escapar com uma expressão negativa quanto a conduta daquela moça, pois achava que ela deveria se portar como outra, pois nem parecia que ela passava pelo que passava, pois parecia que não dava importância pra a situação do irmão. Eu ouvi aquilo e tomei um baita susto, fiquei a imaginar que todo o tempo que aquela criatura que estava ali ao meu lado tinha perdido completamente seu tempo na academia, porque parece que nada fez efeito, naquele momento queria está longe, não queria ouvir aquilo, queria vomitar aquilo que escutara, achei aquilo o cúmulo do absurdo, pra uma estudante de história, que vê no passado uma maneira primordial de atuar melhor no presente e melhorar consideravelmente seu futuro. Fiquei calado, não conseguia mais abri a boca nem sequer fazer mais companhia aquela criatura em estado de inércia, achei melhor me retirar. Saí, mas fiquei a pensar naquilo, em como as pessoas têm verdadeira adoração pelo trágico, o quanto às pessoas ovacionam o lado péssimo das coisas, isso não foi um caso restrito daquela minha amiga não tenho conhecimento de pessoas que adoram que as outras tenham pena dela, pessoas que quanto mais infelicidade puder passar para sentir-se afagada pelo próximo mais prazeroso fica e se beneficiam. Na situação daquela moça que tem o irmão no caso extremo que é o estado terminal que se encontra, as pessoas não enxergam que se trata da melhor forma de lidar com tal situação, qual o objetivo de se entregar à dor pelo que passa a família, pois se angustiando você auto se destrói como também prejudica uma provável recuperação do enfermo. Mas isso jamais passa pela cabeça das pessoas, temos que nos convalescer com a situação erroneamente e nos prendermos as meras circunstâncias. Daí, começo a perceber que talvez a minha felicidade seja irritante pra algumas pessoas, pois, tenho algo em comum com aquela moça, sempre chego disposto e com sorriso no rosto, é óbvio que tenho problemas e que apesar de não parecer tenho um coração pulsando aqui dentro, mas tento canalizar tais problemas de outra forma, rebatendo com o vigor que tenho em mostrar a minha felicidade, talvez, isso pra pessoas que nada evoluíram no tempo seja um crime e se assim pensam só tenho que lamentar porque a vida agente só vive uma vez e é tão curta pra eu ta lamento assim com facilidade.
Por: Alisson Meneses de Sá
Por: Alisson Meneses de Sá
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