sábado, 13 de junho de 2009

O VERDADEIRO ENCONTRO


Estacionei-me diante de mim mesmo naquela impávida e inebriante noite de todos, e a existência do outro não me deixava adentrar no meu mesmo introspecto, daí afastei de mim a tristeza que há muito pairava sobre os meus sentidos. E foi tudo tão rápido, tão urgente a força daquela existência que parecia já sermos velhos conhecidos de amores nunca desgastados pela força do tempo nem pelas traças do destino e a partir daquele momento nos entregamos por toda uma vida, até quando ela durar, esqueceremos todas as mágoas do passado, todas as circunstâncias que ao invés de risos surgiram choros e prantos. Seu surgimento naquela noite tão obscura e pouco propícia para amarrar um amor não teve meras justificativas, foi assim, caído talvez do céu, ou quem sabe surgido num barquinho de veleiro, porém não se sabe de que lado surgiu, o que depois fiquei sabendo através dos arcanjos que é pra justamente eu não saber te buscar, caso partas, me deixando na incumbência de te amar eternamente, sem espaços para reflexões. Pouco tempo foi dado para se construir essa base fixa que já se desenha nos meus sentimentos quando me recordo dos pouquíssimos tempos juntos, sendo agraciado pelo poder dos deuses e santos que vivem no oceano, pois foi lá que fomos abençoados e nosso amor consentido. Encontrei, e isso o tempo me dirá, o meu grande amor, minha paixão, minha vida, e escrevo isso com toda intensidade dos meus punhos e se possível fosse, sangrasse, e sobre o sangue derramado ou com o sangue em deleite escreveria nossa história com a força mais substancial que nossa existência possa justificar. Serei assim, eterno, vivaz, constante, atento a toda movimentação sua, me tornarei um ser introspectivo de você, adentrarei sem nenhum pudor o seu âmago e lá montarei residência até que não suportes mais o meu peso ou a minha cumplicidade. Doarei-me por completo quando não mais a força do desejo não ultrapassar a força do nosso querer, pois ontem éramos um, hoje somos dois em um, as intenções deverão ser mútuas e mais do que nunca que os nossos olhares fixos nunca nos traiam sempre nos conduzindo ao verdadeiro ao concreto, ao esteticamente belo, pois nosso amor se resume a uma verdadeira obra de arte. Que essas pobres palavras possam nos eternizar como seres “amados”. Amor eterno...

Por: Alisson Meneses de Sá

Um comentário:

misterventura disse...

um dos textos mais romanticos que ja li. Lembra muito os textos apaixonados do Romantismo....cheio de uma dramaticidade, de certezas e incertezas tipicas do Romantismo e dos romanticos.