segunda-feira, 8 de junho de 2009

ATÉ ONDE SER PROFESSOR?


O governo estagnou com os concursos públicos voltados para educação. A classe efetiva e sindicalista nesse contexto nada reivindica, se interessam somente pelo afamado piso salarial que dará consistência a carreira do professor. O estado agradece esse esquecimento. Contrata-se professores. Fica mais fácil para o estado lidar com essa classe de contratados, é o tipo ideal para se abarrotar o vazio eminente aplainado nas escolas estaduais de todo país. São os mais favoráveis empregados que o estado poderia ter nas suas folhas salariais. É o estilo particular empregatício que estabelece nesse contrato temporário de trabalho. O estado paga, em contrapartida o empregado, temporário, lhe obedece cegamente, e qualquer tipo de manifestação contrária torna-se esse profissional sumariamente classificado como manifestante insurreto como foi o caso de Jesus Cristo para o mundo, Lula para o Brasil e Mário Jorge para Sergipe. E pegando o fio da meada com este último quanto a ditadura militar, fazemos assim uma correlação temporal no contexto da repressão militar, onde todos tinham que seguir as normativas instituídas pelo poder executivo e o pensar contrário era como agredir o estado, sendo alvo de torturas e quando não, exilados, tendo que viver em outros países, abandonando a sua cultura para viver outra e assim garantir seu direito de vida.Sem contar a censura irrepugnante que assolava a classe artística do pái. Para a classe contratada o pensamento é completamente desmembrada. Uns ousam, sentem-se como reais professores, compram a causa que justifica seus meios e encabeçam as mudanças. Outros se omitem, preferem salvaguardar seu lugar enquanto seu tempo não acaba. Fazendo uma analogia com o passado pergunto: o que seria de nós brasileiros se no processo de ditadura militar não tivéssemos manifestantes indignados com a situação? Provavelmente estaríamos ainda incrustados num mundo robótico de pensamento, numa arte encomendada e numa camada intelectual inexplorada ou manipulada para as causas que favorecem os seus “donos”. Hoje agradecemos o fim da ditadura e a volta do livre pensamento as camadas revoltosas, artistas, intelectuais, enfim, personalidades que fizeram história não cruzando os braços para o poder monopolizador de trabalho que o estado se tornou. Talvez ser professor seja exatamente isso, formar opinião, fazer a criança ou o adolescente pensar, discutir, criar, enfim, argumentar as razões sociais de imposição que ainda persiste no papel do líder governista. Mas esse papel pouco será desenvolvido caso a camada educacional ainda sinta-se amedrontado quanto ao contrato de trabalho estabelecido. Daí lanço outro questionamento reflexivo: de que forma, nos professores, agimos para melhoria da classe educacional e conseqüentemente para melhoria da nação?

Por: Alisson Meneses de Sá

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