sexta-feira, 25 de maio de 2012

EM TEMPO DE CHUVA







Eis que o tempo é de chuva e a vontade é de perpetuar no enlace da minha cama e do meu edredom, trocando o espreguiçar por sonhos, o meu esmorecer por simpatias, palavras e sorrisos que vem de longe. Escrever sentimentos é o que me conforta nessa infinidade de pensamentos que habita o canto precioso dos meus desejos. É no despertar do amanhecer, na organização mental das minhas atribuições diárias, que habitualmente tento organizar, onde você aparece, sem pudor, devastando toda estrutura de conforto que se apaziguava dentro de mim e assim vou despertando no espreguiçar descontente, pois os meus pensamentos tentam te alcançar, alcançar não só o seu ser físico, mas o seu espírito, tento entrelaçar os seus desejos nos meus, até os mais devassos, pervertidos e incontidos que porventura povoaram seus sonhos numa madrugada de sonho qualquer. Calo-me diante do improvável, do inseguro e do inesperado, desafio a distância, o bruto e o covarde, me disponho pro novo, pra paixão e até para o amor e assim vou me estruturando para a batalha diária. E foi nesse tempo chuvoso, num despertar contido e introspectivo que meu coração doeu, senti uma pontada de lembranças dos primeiros tempos, dos primeiros beijos de horas incertas onde tocamo-nos e trocando olhares ainda tímidos percebi que você me quer e eu te desejo.

Por: Alisson Meneses de Sá

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