sexta-feira, 1 de julho de 2011

UM TOQUE NO FUNDO DA LEMBRANÇA


Remexeram tudo dentro de mim, deixaram meus sentimentos revirados como se a ordem por ali não fizesse presença a algum tempo, mas apesar da tontura, que naquele instante fui tomado, uma sensação de prazer ainda reverbera dentro do meu coração que fica a ponto de saltar do peito de tanta emoção que foi propiciado. Não tive como conter as lágrimas naquela noite de festa junina quando de longe avisto o melhor amigo de Rafael que há tempo não cruzava, por conta das circunstâncias das nossas vidas atribuladas. Ao se aproximar e me oferecer aquele abraço forte e cheio de sentimentalismo e ao dizer que aquilo tudo lembrava só e unicamente a pessoa de Rafael, meu coração apreensivo acelerou descompassadamente. Não recordo o que dei como resposta pois o álcool já tomava conta do meu raciocínio, lembro-me que virei a face e as lágrimas escorreram, minha vontade naquele instante era sumi do meio tumultuado daquela festa e me isolar num abraço que certamente receberia caso a presença de Rafael estivesse presente naquela festa. Certamente seu espírito deve ter evoluído, pela pessoa singular e doce que sempre foi e assim consegue passear pelas pessoas que não só lhe admira como ainda guarda no peito o grande amor, revendo seus amigos e seus amores e a sorri aquele sorriso que não era só meu mas das pessoas que o cercavam. Como amadureci nas lembranças da sua companhia, dos nossos encontros e de nossas discussões, hoje estou do outro lado, do lado que sempre representou tendo que me aturar na minha infantilidade e nas minhas incertezas de menino recém chegado do interior, deslumbrado com as luzes da cidade em movimento. Sei que teu espírito está presente em muitas situações mas guisá hoje tudo fosse diferente caso estivesse aqui, presente. Talvez eu tivesse aprendido mais cedo a decifrar as entrelinhas do amor e suas razões complexas e não tivesse passando por o que passo nesses tempos de desembaraço amoroso. Meu amor por ti foi, assim, incondicional, único, intenso e verdadeiro, apesar de hoje me autoflagelar por nunca ter sabido dizer que te amo. Hoje eu amo, diferente do seu amor mas amo, com uma intensidade diferente mas amo. Hoje não peco mais do mesmo erro cometido no passado, consegui expor meus sentimentos minhas vontades sabendo que a dor era inevitável. Hoje entrelaço vocês (meus eternos amores) nas característica do que é representativo em cada um e percebo que ambos tem o mesmo sorriso, os mais lindo do mundo, e vivem sob a égide da interatividade social. Olhar para Rodrigo naquela noite de festa junina foi o mesmo que ser lançado no passado onde minha vida só tinha brilho quando nos teus lábios eu me perdia.

Por: Alisson Meneses de Sá

O QUE FIZ PARA MERECER A DESGRAÇA QUE SE ABATEU SOBRE MIM?


Peço licença para aqui poder expor meus sentimentos que jamais foram externados de forma tão profunda, por circunstâncias jamais decifrados devido razões nunca antes analisadas e vida nunca antes vivida. Vivo um momento singular e necessário pois já consideraria-me um ser anormal por não saber o gosto amargo de amar, amar e amar, amar sozinho, no silêncio do meu “eu” mais íntimo e nunca antes percorrido nem habitado.
Fato: negligenciei o teu amor e fugi...fugi para uma distante casa que ao longo de nossa relação foi projetada nas minhas alucinações introspectivas. Mal sabia eu que a fuga de ti era simplesmente a fuga de mim mesmo, abneguei os meus sentimentos por uma causa que nas circunstâncias atuais desmereciam tamanha atenção. Parei no tempo corrente e nos projetei dentro daquela casa, simples, com características nossas, refletindo assim nossa personalidade forte. Sentei-me numa cadeira de balanço que parecia ali esquecida, era nítido o abandono dela pelas teias de aranha por debaixo da cadeira, em nada me importei, encostei minha cabeça e fixei meu olhar naquele teto deteriorado, e levemente sorri, recordei-me que uma das suas exigências para quando juntássemos nossos trapinhos era que a sala de nossa casa fosse larga e confortável o suficiente pra podermos receber amigos íntimos, imaginei nossa sala mega confortável, com conhecidos envolta de algum centro discutindo sobre amenidades e assuntos torpes do mundo televisivo, intelectual, jornalístico, sempre acompanhado de alguma sonoridade ambiente. A minha exigência era a cozinha, tinha que ser ampla, igualando a dos chefes de cozinhas para poder preparar minhas invenções tendo você sempre como minha cobaia, seria nessa cozinha que iria preparar seu dejejum diário, onde sempre me imagino despertando antes de você, saindo pra trabalhar e deixando no espelho do banheiro, na porta da geladeira ou na porta do quarto recadinhos lembrando-lhe o quanto te amo. No nosso quarto as características pessoais prevalecerá pois em comum acordo definiríamos como sendo o ninho do nosso amor, com janelas amplas onde a brisa pudesse circular quando assim permitíssemos e pra acalentar nosso sono o escuro completo sem a permissão da entrada da luz.
A cadeira de balanço na qual estava refestelado parou de balançar, uma lágrima escorreu por minha face, momentaneamente percebi que estava sendo inútil naquele casa, eram lembranças desnecessárias que talvez só faria machucar mais ainda meu coração que se encontrava em estado dilacerado. Me recolhi na minha mais pura insignificância de tempos passado nos meus planos futurísticos e na expectativa de um dia poder olhar fixadamente para teus olhos e não sentir meu coração aos prantos por não poder te amar.

Por: Alisson Meneses de Sá

terça-feira, 21 de junho de 2011

NA REDOMA DE CONCRETO


Talvez seja assim... tão simples como parece ser, sem expressividade de amor e com uma forte angustia dentro do peito que eu me entrego ao ostracismo dos enamorados. E aquele amor? Resolvi que ele melhor estará dentro daquela redoma de concreto que eu mesmo serei o pedreiro, pois se ali dentro estará meu grande amor, que as paredes também sejam erguidas com coração e pureza de alma, não desejo que o sentimento mais nobre do ser humano esteja guardado de forma precária, como se tivesse sido jogada na lama dos abnegados. Procurarei a maior bruxa da redondeza para lançar nessa minha redoma de concreto um feitiço na parede, para que nenhuma força humana seja capaz de quebrar a tal redoma, que somente e unicamente o amor consiga destruir, um grande e verdadeiro amor entre duas nobre almas como a que tive em tempos a pouco vividos.
Meu inconsciente pergunta ao meu consciente como ele pôde ser tão tolo se foi capaz de criar a tal situação, pois já previa as circunstâncias das medidas tomadas e agora lamenta, chora, se angustia por conseqüências que deveriam ser cuidadosamente dissipadas através de sua minha concentração de racionalidade. O “agora é tarde” porque o tempo passou, em nada interfere na sua concepção racional do que é o amor, a emoção me pegou e me mostrou humano, pois fui capaz de pedi perdão do seu maior erro e tentar refazer o que por hora parecer ser resgatado. As palavras vem de várias direções com sentidos completamente díspares com intuito de acalentar a forte sensação de desespero que nunca antes foi demonstrado, pois o medo de amar era a única evidência que prevalecia na minha pobre e inconseqüente vida. Amo porque existo e existo porque te amo, mas temo um dia não te amar ou nunca ter o seu amor.
E o tempo? Hoje digo que ele está sendo cruel comigo, pois veja, foi há exato um ano que a semente do que hoje afirmo ser amor foi plantada. Ai... aqueles olhos fixos que falavam mais que todas as palavas proferidas durante nossa junção. Eu na minha insignificante timidez por está sendo devorado, você confundindo minha falta de coragem pra tomar uma atitude com uma certa ação de esnobismo. Ninguém que presenciou nosso enlace de olhos encontrados numa multidão em chamas apostaria no que findou acontecendo. Olhos se encontraram, depois lábios, corpos, corações, almas... e assim ficaste impregnado dentro de mim, tornando-se um vício para meus pensamentos que permeiam a singeleza das minhas noites mal dormidas até os nefastos e indignos desejos de serem aqui eternizados. Ouço palavras do tipo – vá lá, corra atrás, não perca essa oportunidade se é isso que queres. Sou incompetente para iniciar esse desbravamento, tenho medo, sou covarde, incapaz de até olhar no fundo dos seus olhos, pois tenha a mais clara certeza de que me derramarei em lágrimas e fenecerei numa tristeza opressora que conseqüentemente me imobilizará naquela introspectividade urdida de lembranças.
Não me permito guerrear com sentimentos, considero tal batalha de uma injustiça sem tamanho onde no amor todos são vencedores. Não adianta lutar contra o que os sentimentos nobres tem de maior valia, sempre seremos derrotados, por isso calo-me. O amor sempre vai tá numa redoma de concreto, caso seja esse amor maior do que as forças físicas pararemos de nos esconder e tomaremos o rumo dos justos que se amam.

Por: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 6 de junho de 2011

E QUANTO AO AMOR...


Ao tempo que nos conduz eu só devo eternizar o meu estado de satisfação onde deixo de lado aquela áurea embasada das circunstâncias outrora vivida, num passado não tão distante e de lembranças que corriqueiramente aparecem num ziguezague de situações que oscilam das boas e eternas lembranças as ruins e frívolas reminiscências. A cada despertar, a cada labutar a distância torna-se mais acentuada e o que estava dormindo parece ter entrado em estado de coma, o que significa dizer que a morte talvez seja uma circunstância favorável e que por hora acredito estar por vir. Assim foi traçado toda uma estratégia para que esse processo de afastamento sentimental fosse cada vez mais evidenciado, onde pontos positivos e negativos foram discutidos e aceitos. Embarquei naquilo que não me pertence, numa palpitação constante de querer a vida que noutra visão era tida como fútil e desnecessária, era o fugir da mesma forma como o diabo foge da cruz, eu fugia, numa dor lacrimejante mas essencialmente necessário. A lua, até a lua e suas constelações perdidas no espaço que antes me enamorava, agora passa por mim e terce o bico, pois se diz veementemente indignada com tanto radicalismo de minha parte e assim resolve não brilhar e fazer graça para minhas noites de desconsolado, do lado de fora, no quintal. Procedo virando mais uma página, ou até quem sabe terminando um livro e encostando na prateleira, admitindo as novas situações que por ventura irão florescer, sem ter dúvidas, receio nem resquícios de outros tempos. São novos tempos que eclodem, novos quereres, conceitos que se quebram gerando arranjos peformáticos, são novas vivências sendo disseminada afim de superar o trauma do desprendimento. E quanto ao amor...


Por: Alisson Meneses de Sá

terça-feira, 26 de abril de 2011

AZEDUME DE PALPITAÇÕES


Cheguei a pensar que a felicidade estivesse logo ali do outro lado, do lado de fora. Daí inevitavelmente personalizei dando-lhes nome, sobrenome, endereço e situações. Achei que seria uma felicidade duradoura, permanente nas minhas sensações de prazer contínua e irreversível. Ledo engano. Usurpei toda aquela alegria só para os meus quereres num ato ensandecido de egoísmo e introspectividade, por um tempo relativamente curto guisá intenso. A felicidade que antes só me pertencia era perfeita demais para que eu, somente eu, a vislumbrasse da janela do meu ser. Aos poucos por razões que estarão mais trancafiadas que preso nas masmorras, a felicidade incorporou outros gostos, são sabores amargos, como o café forte e sem açúcar de todas as manhãs. A intensidade da felicidade foi desmerecendo seus valores, só restando porém sua essência de prazer saciado no final. O tempo foi passando aos meus olhos de cansaço de todas as sextas-feiras à tarde, a perceber que a felicidade guardada na dispensa junto ao arroz e ao feijão foi ganhando outras proporções, chegando ao ponto crucial de não conseguir mais contê-la.
A felicidade já não mais me pertence, ora, não conseguia mais fechá-la junto aos grãos e seu gosto ácido era cada vez mais acentuado. Entrava em alvoroço ao vê-la em outras bocas, em outros braços, sendo a felicidade para outros seres. Era como se o afiado e frio metal trespassasse por entre minhas entranhas num arrependimento substancial de jogador que sempre poderia fazer melhor ao ver sua partida perdida. Foram minutos de morte sentimental sendo orientado pela profunda tristeza que agora ocupava o mesmo compartimento junto aos grãos na dispensa. A tristeza não era nem nunca foi boa conselheira, assim a deixei trancada, pois preferia ficar esturricado de fome do que tê-la por perto, era preferível que ela fosse vista também em outras bocas e outros braços, mas bem longe de mim.
Mais tarde, no âmago do meu ser e exacerbado por sensações diversas que jamais conseguiria personificar, percebo que a felicidade sempre esteve ali do meu lado e nunca do lado de fora. Noto que talvez meu erro foi tentar deixar ferroado minha marca de dono e proprietário já que é um estado de espírito inerente a todas as bocas e braços. A felicidade só torna-se duradoura e constante com as possibilidades de situações onde fazemos acreditar na sua existência. Foi a partir dessa premissa que o mundo, por mim, toma novos contornos, são feições mais bem elaboradas onde a tristeza por graça e obra dos deuses não se transformou em ódio e rancor. A felicidade que tanto me autoflagelei por achar que tinha perdido agora poderia está nas simples situações, nos novos projetos e nas novas emoções que hão de surgir com o amargar das sensações vividas outrora. Agora o que me resta é saber dosar esse azedume de palpitações que eclode dentro de mim, numa vontade alucinada de viver, aprender, ensinar, sorri, ter a felicidade sempre ao meu lado, sendo comparsa de meus desejos de minhas emoções, acreditando que tudo podemos alcançar naquilo que acreditamos ser essencial pra nossa alma. Há quem diga que a felicidade está atrelada a liberdade de está só, há também quem diga que está noutro ser. Prefiro não entrar no mérito da discussão pois já encontrei a felicidade nos dois patamares e durante o período em que ela existiu tornou-se essencialmente necessária. Hoje encontro-me só com a felicidade engavetada, sabendo que sou a única pessoa capaz de destravar a alavanca e assim me tornar inacreditavelmente feliz.


Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 17 de março de 2011

MEU GRITO NA DOR

Alguns falaram palavras elogiosas, outros não entenderam, poucos me ignoraram, outros poucos me ridicularizaram e teve, obviamente, os que tripudiaram da exposição na qual fui autor, diretor e ator dessa odisséia vislumbrada nas redes sociais nesses últimos tempos. Agradeço as mensagens enviadas por e-mail, torpedo, orkut e pelo blog, apesar de serem poucos mas pra mim tiveram um significado grandioso. Me contive em respondê-los, confesso que até me surpreendi com essa minha exposta demonstração de recuo e fiquei sem ter argumentos para retornar os recados à altura. Não escrevi, nem escrevo muito menos escreverei para que as pessoas acreditem no que sinto, já que são sentimentos tosco, frios e de estranho entendimento, nem sei bem definir o que de fato pretendia ao me despi dos meus sentimentos contemporâneos e publicar assim sem pudor, talvez me valesse de um fortuito pedido de desculpas ou quem sabe aquilo tenha representado o nada.
De uma coisa eu tenho a absoluta e suprema certeza, de que o amor dói, tem sabor amargo, é espinhoso e possui várias facetas, afirmo baseando-me, só e somente só, pela intensidade do meu gostar, do meu querer. O amor se apresenta de forma individualizada, faz trabalho personalizado dando a medida certa da dor para cada coração dilacerado. Eu amo e sinto a dor de amar. Supero essa dor imaginando que o tempo sara ou sonho em dormir o sono dos justos e acordar ao lado do meu bem amado, o meu bem querido, do meu bem desejado me entregando assim como se fôssemos nos transformar num único ser. Fico a esperar uma resposta e enquanto essa certeza não me chega fico a sentir a dor, bebendo o amargo da bebida e segurando no espinho da esplendorosa rosa.

Por: Alisson Meneses de Sá

domingo, 13 de março de 2011

DIÁLOGO COM A ESTRELA

Resolvi espiar o céu. Saí da rede na qual me refestelava lendo mais uma das obras de Shakespeare e fui pro quintal, não tão espaçoso como gostaria que fosse porque na verdade não parecia ser um quintal. Lá me posicionei sentado sobre o tanque de lavar e ali comecei a observar as estrelas, cada uma mais significante que a outra, mas existia uma que brilhava mais que as demais, ela parecia já me conhecer, era como se já estivesse ali me aguardando, tomei como surpresa, pois ela piscava como quisesse me enamorar, achei de uma graça porque meus olhos e meu coração só se voltava pra um único ser, mas sorri pra ela, o piscar crescia toda vez que eu olhava pra ela e sorria. Fiquei a imaginar um diálogo nosso, talvez estivesse ficando louco. Não custava nada tentar. Encostei meu corpo na parede e ainda sobre o tanque perguntei onde estava meu grande amor naquele momento, ela me respondeu que estava em um lugar. Ri daquela resposta e disse que era óbvio que em algum lugar meu amor estaria. A estrela que ficou de cor amarelada, como se enfurecida completou dizendo que meu amor estava seguro e feliz. Pensei comigo mesmo que ela talvez tivesse razão, meu peito se contraiu, senti um frio na barriga e segurei as lágrimas, pois aquele "estar feliz" poderia ter várias interpretações, daí ela continuou a dizer que tudo aquilo era circunstâncias da vida, que não fui o último a passar por isso. Fiquei enfurecido e quase grito com a singela estrela perguntando porque tinha de ser comigo, justo comigo, o que essa estrela sabia da vida se só sabia brilhar, piscar e mudar de cor. Contive-me, mas parece que ela tinha o poder de ler meus pensamentos e me disse que além dela  adorar brilhar também era costume das estrelas trazer luz para o caminho obscuro de  muita gente na terra. Gritei chamando-a de feiticeira e ela disse que toda feiticeira também tem seu brilho. Fiquei ali quieto, silencioso, sem esboçar nenhuma expressão, evitando pensar qualquer coisa já que era costume daquela estrela ler os pensamentos. A estrela piscava chamando minha atenção, quando bruscamente perguntei o que poderia eu fazer diante de toda situação, se foi coisa do destino então vou responsabilizá-lo e deixá-lo que resolva o que foi acometido. Ela parou de piscar, passou-se 5 minutos, depois 10 e nos 15 ela voltou a brilhar e a piscar, dizendo que nenhuma riqueza desse mundo faria com que nosso amor se restabelecesse, somente a humildade, o tempo e a benevolência conseguiriam nos mostrar as respostas para nossas indagações. Olhei pro céu em direção a estrela que dialogava e falei que se algo mais concreto fosse dito talvez ajudasse. Pulei do tanque e voltei pra rede, Shakespeare talvez possa me concretizar uma resposta. Só queria mesmo era tocá-lo, beijá-lo, vê-lo sorrindo... ao meu lado.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 11 de março de 2011

QUEM SABE UM DIA LÁ EM PASÁRGADA.


Hoje eu me acordei com uma vontade louca e insandecida de fazer uma canção de amor, uma canção que tratasse do meu puro e inconfortável sentimentalismo, de um amor que ainda é vivo na entranhas da minha alma. Que falasse somente dos momentos bons do meu passado, esquecendo, por hora o meu presente de angústia e que meu futuro a Deus pertecesse e provesse. Queria fazer uma canção de amor pra você, com todos os acordes, rimas e sinfonias que se oferece a uma verdadeira e digna majestade que se veste de ouro e se banha de diamantes e que essa canção nos levasse a Pasárgada.
Era pra lá (Pasárgada) que eu um dia eu vou te raptar, viveremos somente do presente, nada de passado, o passado não constará em nossas vidas pois praticamente não teremos história, só felicidade, existiremos unicamente do presente, do momento, porque transformarei o meu amor na minha majestade, no meu senhor e eu seu servo. Te acordarei todos os dias, tarde como adora acordar, com uma bandeja repleta de frutas e sempre uma rosa para dar vivacidade ao meu querer. Deixaremos que a tarde passe por entre a fenda do nosso carinho recíproco e quando o sol estiver pra se por sentaremos na areia da praia e ali ficaremos a refletir sobre a vida e suas expectativas. Desejarei seu corpo como se fosse a mais brusca necessidade de alimentar-me e ao ver seu gozo e sua ânsia saciada me revigorarei para te dar mais, sempre mais. Moraremos numa casa simples, pequenina, com nossa foto na parede e um quarto ventilado, para não precisarmos mais do ventilador turbinado que muito nos assustou e não criaremos animais para não sermos tomado de surpresa no meio da noite com as eufóricas brincadeiras felinas no telhado, nossa cozinha deve ser ampla e confortável pra eu poder me dedicar na arte de te alimentar, cada dia algo novo na mesa pra assim te ter mais perto de mim. À noite te contarei história de Sherazade só pra te ver fechar os olhos e ver que nada de ruim irá te amedrontrar e se acaso acordar assustado, ali estarei, de olhos sempre vivos velando por seu sono.
E lá em Pasárgada...


Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Quem sabe um dia lá Pasárgada, quem sabe um dia eu possa te mostrar meu amor.

Por: Alisson Meneses de Sá e trecho de Vou-me Embora pra Pasárgada
 "Bandeira a Vida Inteira", de Manuel Bandeira

quinta-feira, 10 de março de 2011

PORQUE AMEI

É uma verdadeira peleja o que passa meus sentimentos nesses últimos tempos, trata-se de uma briga constante entre o amor versus o ódio, a emoção versus a razão, o rancar versus o perdão, por isso fica tão complicado, mas não impossível, descrever o que sinto nesses efussivos e complexos dias de euforia carnavalesca. Só sinto meu coração ser expremido expurgando de certa forma os pingos de sangue que ainda teimam em me dar vida. Fico preso ao passado como se meus pés estivesses encimentados e assim não consigo me movimentar apesar do desejo de prosegui adiante. É aquela terrível sensação de impotência que fica impregnada num coração meio que dilacerado pelas desiluções da vida. É o passado que toma corpo, que se integra nas lembranças de outrora e que as lágrimas não se contém em escorrer face abaixo. Choro e não tenho vergonha de dizer que choro, o que me faz acreditar que dentro de mim existe um ser dotado de verdadeiras emoções. Amo e não me envergonho de exaltar o meu amor, apesar das circunstâncias que levaram em transformá-lo num amor platônico, hava vista que maior que esse amor, aindo vivo e constante, existe uma razão que ultrapassa o limite da incensatez. O que alguns chamam de orgulho eu vejo como razão/lógica que não admite sermos comparados a seres inanimados.
Aqui não são palavras de súplicas ao meu julgador, pois só Deus tem esse poder de me colocar na cadeira dos réus, nem tão pouco o papel que jamais me prestei e nem me prestarei em pedir abrigo por talvez não saber amar. Também não pretendo diminui meu erro, ele foi feito, exposto, julgado e talvez, pelo fato de o tempo passar e como o tempo passa e o ditado diz: "a fila anda", ele (meu erro) tenha sido sacramentado, o que nos dias atuais, pela minha visão lógica das pessoas e dos seus sentimentos isso torna-se comum, o que não cabe a mim fazer parte desse pensamento . Não foi, porém, meu desejo que as coisas finalizassem da forma pífia como acabou sendo, levando em consideração as decepções e as verdades absolutas que se enquadraram.
A batalha talvez custe a definir seus vitoriosos pela grande complexidade que se desenhou até o prezado momento. Não tomo partido, deixo que as circunstâncias definam por si só, ou que o tempo faça sua vez, tornando todos os sentimentos, que agora transborda de emoção, em  sentimentos secos como secará minhas lágrimas um dia pois não existe fonte que possa suprir essa angustia latente que trespassa por dentro do meu coração.
E pra completar meu estado desolador encontro no meio dos meus docucmentos um impresso, daí instantaneamente lembrei que era uma poesia feita pra mim quando completamos um mês de namoro que tem como tema "De tudo você".
Chorei silenciosamente e agarrado adormeci.

Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A EGOCÊNTRICA

Obs.: antes de mais nada saliento que o texto que irá transcorrer abaixo não tem como referência a pessoa dos textos postados anteriormente.
 
Nunca gostei, não corroboro e jamais compartilharei de pessoas e situações que tem como sustentáculo de vida a mentira. É algo que minha personalidade forte, meu caráter humilde não possibilita permear, mesmo o ser mais egocêntrico de que tenho notícias afirme que seja para um certo bem.
É triste perceber que uma amizade que acreditava ser eterna, fundamentada em relações de compadrio e que foi sedimentada por forte aliança se esvaísse assim ao mero acaso das circunstâncias. Não que eu quisesse um posicionamento favorável a mim diante do ocorrido na minha relação que quase tenda a uma 3ª guerra mundial, pois sou capaz de aceitar de forma natural o pensamento de cada um que jamais terá o mesmo que o meu, haja vista que seria algo pra mim insustentável querer ouvir as minhas próprias razões sem argumentações e contestações. Se assim fosse, obviamente iria odiar as pessoas que resolveram sabiamente se neutralizar, pois também eram pessoas de minha grande estima e que se meu orgulho fosse algo acentuado, como foram capaz de me acusar, eu simplesmente cortaria do meu convívio por não ficar do meu lado, fato que não ocorreu.
Uma série de acontecimentos se eclodiram e a soma dessas situações fizeram com que eu tomasse a sensata iniciativa de me afastar completamente de qualquer convívio com a tal pessoa a quem destino essa postagem, pois baseado na minha personalidade que não admite nenhuma forma de ilusão para conseguir certos objetivos é que faço determinadas escolhas, como muita coisa na vida onde é preciso fazer escolhas. O primeiro acontecimento foi tentar me enganar pra conseguir o que pra mim já era algo analisado e sacramentado; sou adulto e odeio ser tratado como criança quando pessoas tentam tomar iniciativas por mim, isso me dar uma sensação de fragilidade e impotência. A situação na qual quase sou exposto só não foi mais ridícula pelo fato de eu ainda poder confiar nas pessoas que me conhecem e sabem das minhas limitações. O segundo acontecimento tem haver com a forma torpe e humilhante com que usou para conseguir seus objetivos, tripudiando de um ser que merece toda dignidade na vida e que o contrário do que as pessoas pensam a história tem outra versão, a verdadeira, onde o papel que serviu de mocinha cabe o de vilã. O terceiro acontecimento, atrelado ao segundo, é quanto ao circo que foi armado, pois já era público e notório as verdadeiras intenções: ATENÇÃO, IBOPE; pois fosse indigna de pensar num ser tão pequeno e tão humano com todo espetáculo armado. Houve quem aplaudisse pois é de bom convir ver o circo pegar fogo, pois desde que o circo não fosse o seu. O quarto acontecimento está direcionado a pessoas que nada teve haver com o pandemônio que foi construído e que foram submetidas a se integrar mesmo como ouvinte, guisá porta voz da história por horizontes pouco recomendado, sem ao menos tomar consciência do grande erro proferido.
Então, aqui deixo meu recado para os que fingem dizer que não me conheciam.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O MEU ERRO FOI NÃO SABER TE AMAR


Nada como o tempo para que possamos analisar com parcimônia nossos atos, nossas ações diante de situações que muito nos constrange, nos inibi e nos faz ser alvo de resoluções vindas da fúria do ódio e do rancor que todo ser humano, se é humano, é capaz de gerar dentro de si. Talvez, há alguns dias atrás eu tenha sido tomado por tais prerrogativas, que são inerentes ao homem, e não escrevesse tal texto, talvez preferisse partir para a agressividade como em mim é natural nesses momentos de fúria e como diz um grande amigo meu, usar do meu cinismo maquiavélico. O tempo se encarregou de cuidar para que minha mente sucumbisse à sabedoria humana, partindo porém desse pressuposto chego a perspicaz conclusão de que o ser "trocado" não deve ser um fato indigno ou inustentável, pois devo acreditar pela lógica da vida que não fui o primeiro nem serei o último a ser preterido numa relação à dois, e é baseado nesse fato que mais me sinto confortável.

A troca pelo comissário de voo foi feito de forma honrosa, se assim posso me referir, pois observo a hombridade em se desfazer da relação para assim praticar a desforra em meio a uma multidão de bloco carnavalesco, enganado ficou caso achou que eu jamais saberia de tal fato. Soube logo no dia seguinte mas preferi acreditar numa confusão pessoal. Obtive a certeza quando confrontei olho no olho alguém que é muito meu amigo e o acompanhava nessa empreitada permeada de fábulas. Outra observação que fato é que tal ação não teria obviamente outra conotação caso a relação não tivesse sido desfeita, haja vista que a "troca" tem significado díspare de trair. Na verdade o que não consegue passar pela minha mente e me deixa por demais confuso é quanto àquela entrega, aquele amor em demasia que era alvo de demonstrações públicas, para onde tinha ido? Outro fato que dói na alma é quando percebemos nossa fragilidade ao errar, como podemos nos enganar com as pessoas que apostamos, entregamos por completo e saímos perdendo, a nos deixar impotentes, frágeis e descrente de sentimentos nobres. Acreditamos que tudo não passou de uma brincadeira mirabolante, ministrada por uma mente em processo de transtorno, mais conhecido como transtorno de bipolaridade.

Quem sabe eu não devesse sentir o que por hora trespassa meu coração. Sinto pena, uma profunda pena e talvez isso não fosse legal pois acredito que pena é o pior sentimento que um ser humano possa sentir por outro, mas meus sentimentos são autênticos e é demonstrado sem muito esforço onde nunca tive medo, quiçá, vergonha de enfrentar meus problemas, sempre soube peitá-los com dignidade, por isso não me amedontro em escrever esse texto sob as ameaças de vinganças proferidas. Que venham as vinganças desde que seja bordada pela linha da verdade.

Na história da humanidade o homem evolui com o passar do tempo e vai ser com o passar do tempo que me curarei desse estado deprimente e letárgico na qual me encontro. O que me resta, por hora, é desejar ao outro lado sucesso em todo aspecto, inclusive no conjugal, pois se por acaso não for o comissário poderá ser o arquiteto, o odontólogo e o médico, o que importa é não deixar de tentar e acreditar sempre.

Por: Alisson Meneses de Sá

domingo, 23 de janeiro de 2011

UM POUCO DE DESILUSÃO NUNCA FAZ MAL


Escrevo de corpo, alma e essencialmente de coração.
Logo que a capital me proporcionou um novo mundo e novas perspectivas de vida, fui tomado de súbito pela magia do amor. Era um tempo em que a minha imaturidade e a ânsia de viver o novo perdurava mais do que aquele arrebatamento que acabara de ser sucumbido meus sentimentos provincianos. Amei silenciosamente, mas amei. Em dois de agosto de um ano aí no passado (ano que prefiro não lembrar) esse sentimento calado se transformou na mais profunda angústia que um ser humano consegue alcançar, quando fui informado que a morte seria o divisor dessa nossa possibilidade de entrega. A partir desse momento entreguei-me a um único sentimento que foi a impossibilidade de não poder dizer que eu o amava como ele sempre me amou. Rendi-me a solidão, pois acreditava que só se amava uma vez na vida. Anos se passaram, algumas pessoas também se passaram, mas nenhuma conseguiu suprir a lacuna deixada outrora, até que há três meses atrás sou devastado por uma ebulição de sentimentos.
Resolvi me despi completamente dos meus sentimentos antes travado pelas conseqüências do passado e decidi me conceder às loucuras do amor e assim deixar levar. Abri minha alma, minha vida a minha casa para assim poder repousar com mais conforto nas nuances do amor, introjetei dentro do meu núcleo de relações afetivas para que pudesse de forma mais sensata desvendar os mistérios que pulsam no meu coração. Entreguei o ouro nas mãos do bandido.
Os meses que passamos juntos foram vividos e marcados com uma certa intensidade, haja vista os constantes conflitos que se desenrolavam desde a primeira semana e que se tornaram contínuo a cada semana que se passava, situações ridículas, quiçá infantis, do tipo, se eu desse alguns passos mais apressados e o deixasse atrás, ou se ele passasse por mim e não me enxergasse e eu dissesse algo como “sou tão grande pra você não me ver”, ou ainda quando eu dava uns tapas de leve, de brincadeira, ou quando num determinado dia não deu pra cumprir uma determinada programação. Tudo era motivo para nos ambientar num conflito exaustivo, motivos esses criados para questionar os meus sentimentos.
Desse momento em diante as palavras de “eu te amo” e as declarações feitas não estavam sendo mais válidas, a entrega parecia está saturada e as contradições postas em frases feitas, vindas dele, começaram a ser evidenciadas. Já não bastasse meus amigos se transformarem os seus amigos (visto que o contrário não ocorreu, a não ser por uma tentava frustada, apresentando-me a uma adolescente com sérios problemas psíquicos e atirada a adulta – frase do próprio), situação essa que não vejo problemas, nem esboço ciúmes. As demonstrações de amor e carinho feita num café-da-manhã na cama com direito a comidinha na boca e as flores enviadas de surpresa só tiveram sua validade nos primeiros dias, depois foram substancialmente esquecidos (vale patentear que o ocorrido das flores e do café-da-manhã aqui mencionada não é uma forma de enviar a conta para ser paga não, é só pra deixar claro o quanto brasileiro é demasiadamente esquecido). Ressalto meus feitos pois, foram os meus sentimentos sempre postos em xeque.
Surge a viagem, as minhas merecidas férias para Brasília que teve sua programação antecedida ao nosso relacionamento, onde se tornou um dos motivos mais hipócrita para se fazer cobranças aos meus sentimentos. Oportunidade única de estar ao lado, por alguns dias, da pessoa que fomenta a base da minha vida que é meu primo, meu irmão e acima de tudo meu amigo de toda uma vida, Miguel. Bati o pé demonstrando que quando existi amor não seria qualquer distância tola que iria impor algo (hoje estaria arrependido caso não tivesse viajado). Houve, vamos dizer assim, uma forçação de barra para demonstrar uma certa entrega à relação junto as pessoas na qual me relaciono enquanto estive no distrito federal. Evito a comentar os desgastes que tive nessas minhas esperadas férias. Ao chegar em solo sergipano a entrega completa à relação era tamanha que as noites festivas da capital quanto mais tivesse eram poucas para se fazer presente e agindo como um ser sem escrúpulo preferiu dizer que não tínhamos mais sintonia e que tudo findava ali entre nos, por telefone mesmo e com um magistral desligar o phone in my face.
Foram exatos oito dias na qual os meus sentimentos se confundiam. Eram dúvidas, auto-análise, uma busca introspectiva em meio ao silêncio que me propus, objetivando a uma única resposta para a sensação de angústia que foi introjetado dentro de mim. Perguntando-me o que era de fato o amor... Saí do pedestal na qual fui posto, resolvi me culpar por tudo como fizera das outras vezes, venci meu orgulho pois acreditava que ali poderia aflorar a última esperança. Ele queria ver, via os meios eletrônicos a prova dos meus sentimentos onde prontamente obteve, para após alguns minutos de suspense argumentar que eu tinha me demorado em expressar o que sinto e que apesar de tudo gostava mais de si e não queria passar por tudo outra vez (como se eu tivesse proporcionado tudo isso).
Daí resolvi radicalizar os meus sentimentos, pois penso que se for pra sofrer é melhor que seja de uma só vez, as doses homeopáticas não fazer parte da minha personalidade. Farei e acreditarei que aquele ser jamais existiu em minha vida, evitarei encontros fortuitos, devolverei tudo o que foi a mim entregue como forma de carinho e amor, pois os que eu entreguei a mim foram devolvidos (acho ridículo), excluirei, bloquearei todas as formas de contato que forem possíveis, eletrônicos ou não, excluirei todas as fotos na qual configuramos juntos e apagarei as 1010 mensagens de celular enviadas a mim. Espero, no tempo mais breve possível, excluí-lo, apagá-lo e bloqueá-lo da minha vida, da minha alma e do meu coração.

Por: Alisson Meneses de Sá