sexta-feira, 1 de julho de 2011

O QUE FIZ PARA MERECER A DESGRAÇA QUE SE ABATEU SOBRE MIM?


Peço licença para aqui poder expor meus sentimentos que jamais foram externados de forma tão profunda, por circunstâncias jamais decifrados devido razões nunca antes analisadas e vida nunca antes vivida. Vivo um momento singular e necessário pois já consideraria-me um ser anormal por não saber o gosto amargo de amar, amar e amar, amar sozinho, no silêncio do meu “eu” mais íntimo e nunca antes percorrido nem habitado.
Fato: negligenciei o teu amor e fugi...fugi para uma distante casa que ao longo de nossa relação foi projetada nas minhas alucinações introspectivas. Mal sabia eu que a fuga de ti era simplesmente a fuga de mim mesmo, abneguei os meus sentimentos por uma causa que nas circunstâncias atuais desmereciam tamanha atenção. Parei no tempo corrente e nos projetei dentro daquela casa, simples, com características nossas, refletindo assim nossa personalidade forte. Sentei-me numa cadeira de balanço que parecia ali esquecida, era nítido o abandono dela pelas teias de aranha por debaixo da cadeira, em nada me importei, encostei minha cabeça e fixei meu olhar naquele teto deteriorado, e levemente sorri, recordei-me que uma das suas exigências para quando juntássemos nossos trapinhos era que a sala de nossa casa fosse larga e confortável o suficiente pra podermos receber amigos íntimos, imaginei nossa sala mega confortável, com conhecidos envolta de algum centro discutindo sobre amenidades e assuntos torpes do mundo televisivo, intelectual, jornalístico, sempre acompanhado de alguma sonoridade ambiente. A minha exigência era a cozinha, tinha que ser ampla, igualando a dos chefes de cozinhas para poder preparar minhas invenções tendo você sempre como minha cobaia, seria nessa cozinha que iria preparar seu dejejum diário, onde sempre me imagino despertando antes de você, saindo pra trabalhar e deixando no espelho do banheiro, na porta da geladeira ou na porta do quarto recadinhos lembrando-lhe o quanto te amo. No nosso quarto as características pessoais prevalecerá pois em comum acordo definiríamos como sendo o ninho do nosso amor, com janelas amplas onde a brisa pudesse circular quando assim permitíssemos e pra acalentar nosso sono o escuro completo sem a permissão da entrada da luz.
A cadeira de balanço na qual estava refestelado parou de balançar, uma lágrima escorreu por minha face, momentaneamente percebi que estava sendo inútil naquele casa, eram lembranças desnecessárias que talvez só faria machucar mais ainda meu coração que se encontrava em estado dilacerado. Me recolhi na minha mais pura insignificância de tempos passado nos meus planos futurísticos e na expectativa de um dia poder olhar fixadamente para teus olhos e não sentir meu coração aos prantos por não poder te amar.

Por: Alisson Meneses de Sá

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