sexta-feira, 11 de março de 2011

QUEM SABE UM DIA LÁ EM PASÁRGADA.


Hoje eu me acordei com uma vontade louca e insandecida de fazer uma canção de amor, uma canção que tratasse do meu puro e inconfortável sentimentalismo, de um amor que ainda é vivo na entranhas da minha alma. Que falasse somente dos momentos bons do meu passado, esquecendo, por hora o meu presente de angústia e que meu futuro a Deus pertecesse e provesse. Queria fazer uma canção de amor pra você, com todos os acordes, rimas e sinfonias que se oferece a uma verdadeira e digna majestade que se veste de ouro e se banha de diamantes e que essa canção nos levasse a Pasárgada.
Era pra lá (Pasárgada) que eu um dia eu vou te raptar, viveremos somente do presente, nada de passado, o passado não constará em nossas vidas pois praticamente não teremos história, só felicidade, existiremos unicamente do presente, do momento, porque transformarei o meu amor na minha majestade, no meu senhor e eu seu servo. Te acordarei todos os dias, tarde como adora acordar, com uma bandeja repleta de frutas e sempre uma rosa para dar vivacidade ao meu querer. Deixaremos que a tarde passe por entre a fenda do nosso carinho recíproco e quando o sol estiver pra se por sentaremos na areia da praia e ali ficaremos a refletir sobre a vida e suas expectativas. Desejarei seu corpo como se fosse a mais brusca necessidade de alimentar-me e ao ver seu gozo e sua ânsia saciada me revigorarei para te dar mais, sempre mais. Moraremos numa casa simples, pequenina, com nossa foto na parede e um quarto ventilado, para não precisarmos mais do ventilador turbinado que muito nos assustou e não criaremos animais para não sermos tomado de surpresa no meio da noite com as eufóricas brincadeiras felinas no telhado, nossa cozinha deve ser ampla e confortável pra eu poder me dedicar na arte de te alimentar, cada dia algo novo na mesa pra assim te ter mais perto de mim. À noite te contarei história de Sherazade só pra te ver fechar os olhos e ver que nada de ruim irá te amedrontrar e se acaso acordar assustado, ali estarei, de olhos sempre vivos velando por seu sono.
E lá em Pasárgada...


Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Quem sabe um dia lá Pasárgada, quem sabe um dia eu possa te mostrar meu amor.

Por: Alisson Meneses de Sá e trecho de Vou-me Embora pra Pasárgada
 "Bandeira a Vida Inteira", de Manuel Bandeira

Um comentário:

Michelle Roza disse...

Gostei de tudo que vi até agora por aqui, já te percebi alguém sensível.
Um abraço, até a próxima visita!