quarta-feira, 28 de maio de 2008

CRÔNICA: UMA CARTA À MENINA

Em que foste transformada, ou quem lhe transformou nessa figura tão feia de se ver? Antes era um cristal bruto, sua beleza era encantadora, seus trejeitos eram de menina delicada, de origens interioranas, mas com ideologia avançada para uma aldeã, tinhas o cheiro da adolescência viva, da rosa intacta ainda demonstrando sua beleza no roseiral, seus cabelos louros era como se fosse o prisma do arco-íris de tão lindo de se ver e de admirar. Sempre pensou em evoluir no tempo, deixar para trás aquelas pequenas coisas da vila do interior e assim, interagir com o tempo atual, contemporâneo e cosmopolita e sorri, sim, sorri era seu esporte favorito, se desvinculando das amarras familiares e da incomunicabilidade fraternal, quebrando a barreira do preconceito. Mas tudo isso ficou no passado que cada segundo que passa fica distante e tem-se a noção que não irá jamais alcançá-lo, pois a força que age por trás é brutal. Em que foste transformada ou quem lhe transformou? Tornou-se feia, rabugenta, incomunicável, cega, surda, muda, perdeu o brilho dos olhos, seus cabelos ficaram crespos e não mais sorri com naturalidade. Foste obviamente lapidada, mas o aparelho que lhe moldou conseguiu que você perdesse toda aquela essência de quando era bruto. Perdeu seu foco, seus objetivos que lhe engrandeciam e que lhe transformaria num ser maravilhoso. Perdeu, acabou, ficou esquecido, talvez tenha morrido e nem a arte se reverenciou, pois nem isso as tornou bonita de se criar e imaginar. A cegueira foi a primeira e o principal sintomas de que o seu percurso estava erroneamente se encaminhando por outro caminho. A cegueira o faz acusar pessoas inocentes ou parcialmente inocentes que jamais poderia ser acusadas com tanta brutalidade, como foi. Seu texto já tornou mecânico, pois seu foco está em não perceber a verdade, porventura, deverá machucar arder, queimar como uma brasa encostada na pele fina e delicada. As minhas forças são ilimitadas e o meu ponto extremo de paciência já foi alcançado e agora assisto seu processo destrutivo da platéia, mas esperando que no final você possa se reergue e eu assim poder aplaudir emocionado, ou quem sabe, sair aos prantos só por ter visto seu final trágico, digno de uma obra shakeasperiana.
Por: Alisson Meneses de Sá

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