Sabe aquele trecho do poema Enjoadinho de Vinícius de Moraes que diz: “Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não temos como sabe-lo? Se não os temos”. A essas sábias e ditas palavras eu remodelaria para a seguinte: Amigos... Amigos? Melhor não tê-los! Mas se não temos como sabe-lo? Se não os temos”. Toda minha vida foi planada em volta de fortes e grandes amizades. Não amizades voláteis e passageiras, mas as que persistem por anos e anos a fio, resistindo as maresias da vida cotidiana. Uma amizade foi recentemente desfeita, algo que chamais poderia esperar, pois percebia ali, presente nos momentos de junção, uma energia grande, daquelas que só o tempo pode justificar, uma amizade que ia além do bem e do mal. A deterioração surgiu como esses encontros da vida. Uma amizade leva a outra amizade. Assim se congrega as ações humanitárias, quando não ocorre pelo mero acaso. E como esta amizade apresentada, houveram outras tantas, mas esta única em especial tem seu valor ponderável nessa relação mais antiga, pois já se faziam mais de 5 anos que éramos bons conversadores, costumávamos nos reunir constantemente em volta de comidas variadas e assim expondo nossos várias visões. Assim foi no passado. Alguns acontecimentos vieram a tona em um curto período de sua vida e nesse curto período estivemos um tanto separados por motivos, vamos dizer assim, “óbvios”. Tentando superar essa mazela acontecida, nos reaproximamos com uma intensidade maior. Nos ouvimos pelas angústias e pelas alegrias passadas e presentes, nos despíamos das mais puras intenções, pelo menos da minha parte, pois haja vista, algumas interrogações lançadas por mim durante essa nova fase. Seria tudo isso meramente superficial, valendo-se do contexto VINGANÇA para com o que ocorreu no seu passado próximo? Bom, as esses questionamentos tão logo não obteria êxito, pois preferia não acreditar numa resposta positiva, pois se tudo ia bem, porque um ser seria tão maquiavélico em planejar esse pensamento? Daí surge essa amizade que se torna em comum, pra essa outra era válido e percebi que é muito mais válido. Nossos anjos não se cruzaram, algo que não se explica, pois por conveniência e ainda acreditando numa amizade com a outra pessoa, já que nos equivalemos por gostos em comum, imaginei que poderíamos ter algo que nos aproximássemos. Ledo engano, nada em nós combinava, talvez fôssemos o côncavo e o convexo. Imprudências foram percebidas, jamais compactuarei com pensamentos preconceituosos, como se sua condição de ser fosse uma doença contagiosa. Coloquei, depois de muito pensar, refletir e chorar todas as cartas sobre a mesa, não impus nenhuma condição, pois valendo-se do tempo de conhecimento preferi eu mesmo me desfazer desse laço que parecia ser eterno. Eu penso que as pessoas convivem umas com as outras pelas afinidades, pelos gostos, pelos interesses em comum, se eu não compactuo com nada que aquela pessoa gosta e pensa porque eu teria que insisti? Agradar a quem? Que tipo de interesse teria por trás disso tudo? Prefiro ficar aqui, quieto, solitário, no meu vazio, com meus escritos, com meus conhecimentos. Assim o faço.
Por: Alisson Meneses de Sá