No meu tempo de adolescente a igreja católica estava às voltas com movimentos dirigidos para jovens, visando a adesão desses, cada vez mais se desviando do caminho de Deus, nos chamados encontros vocacionais. A igreja por sua vez era vista como uma acalentadora das angustias que por ventura venha sofrer a população. O tempo passa e as concepções do cristianismo ao invés de acompanhar as grandes mutações tecnológicas, regridem no tempo e no espaço, vão buscar lá no medievo o radicalismo na qual a igreja se ergueu. Uma criança de 9 anos de idade, abusada sexualmente por seu padrasto, grávida de gêmeos, correndo grande risco de vida. Texto suficiente para se indignar com as ações cada vez mais impróprias equivalente a um ser humano. A missão da igreja em caso de completa adaptação com o meio moderno, no mínimo seria fazer um trabalho de apoio direcionado a criança e aos familiares, nesse caso em específico, oferecendo o mínimo de conforto possível. Qual o papel da igreja em meio a esse vendaval de acontecimentos trágicos? Resposta: excomungar todos os envolvidos no processo que levou a menina a sofrer o aborto, previsto por lei. Médicos e familiares foram alvos dessa inconsistência arcaica que impõe a igreja católica. Se a lei de Deus está acima da lei dos homens, como afirma o representante legal da igreja, e com toda essa situação a prática do aborto está sumariamente em desacordo com a lei divina, aborto este que está em acordo com a lei dita dos homens. Com isso a igreja nos faz acreditar que a brutalidade do estupro foi uma ação de Deus, numa fenomenal discrepância do que prega os mandamentos bíblicos, ora, se a igreja fica contra o resultado mais brutal que a própria ação do estuprador não tenho como pensar o contrário. Se a igreja tem suas concepções arraigadas num passado negro que está a história da criação da igreja, por que motivo, sabendo do horror que isso causaria, não ficou neutra a tal situação, pois o fato acaba ridicularizando a própria instituição. Daí cada vez mais se torna inevitável o processo de afastamento dos vínculos institucionais religiosos a procura de outros meios diferentes da supremacia católica no mundo ocidental.
Por: Alisson Meneses de Sá
Por: Alisson Meneses de Sá
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