quinta-feira, 17 de março de 2011

MEU GRITO NA DOR

Alguns falaram palavras elogiosas, outros não entenderam, poucos me ignoraram, outros poucos me ridicularizaram e teve, obviamente, os que tripudiaram da exposição na qual fui autor, diretor e ator dessa odisséia vislumbrada nas redes sociais nesses últimos tempos. Agradeço as mensagens enviadas por e-mail, torpedo, orkut e pelo blog, apesar de serem poucos mas pra mim tiveram um significado grandioso. Me contive em respondê-los, confesso que até me surpreendi com essa minha exposta demonstração de recuo e fiquei sem ter argumentos para retornar os recados à altura. Não escrevi, nem escrevo muito menos escreverei para que as pessoas acreditem no que sinto, já que são sentimentos tosco, frios e de estranho entendimento, nem sei bem definir o que de fato pretendia ao me despi dos meus sentimentos contemporâneos e publicar assim sem pudor, talvez me valesse de um fortuito pedido de desculpas ou quem sabe aquilo tenha representado o nada.
De uma coisa eu tenho a absoluta e suprema certeza, de que o amor dói, tem sabor amargo, é espinhoso e possui várias facetas, afirmo baseando-me, só e somente só, pela intensidade do meu gostar, do meu querer. O amor se apresenta de forma individualizada, faz trabalho personalizado dando a medida certa da dor para cada coração dilacerado. Eu amo e sinto a dor de amar. Supero essa dor imaginando que o tempo sara ou sonho em dormir o sono dos justos e acordar ao lado do meu bem amado, o meu bem querido, do meu bem desejado me entregando assim como se fôssemos nos transformar num único ser. Fico a esperar uma resposta e enquanto essa certeza não me chega fico a sentir a dor, bebendo o amargo da bebida e segurando no espinho da esplendorosa rosa.

Por: Alisson Meneses de Sá

domingo, 13 de março de 2011

DIÁLOGO COM A ESTRELA

Resolvi espiar o céu. Saí da rede na qual me refestelava lendo mais uma das obras de Shakespeare e fui pro quintal, não tão espaçoso como gostaria que fosse porque na verdade não parecia ser um quintal. Lá me posicionei sentado sobre o tanque de lavar e ali comecei a observar as estrelas, cada uma mais significante que a outra, mas existia uma que brilhava mais que as demais, ela parecia já me conhecer, era como se já estivesse ali me aguardando, tomei como surpresa, pois ela piscava como quisesse me enamorar, achei de uma graça porque meus olhos e meu coração só se voltava pra um único ser, mas sorri pra ela, o piscar crescia toda vez que eu olhava pra ela e sorria. Fiquei a imaginar um diálogo nosso, talvez estivesse ficando louco. Não custava nada tentar. Encostei meu corpo na parede e ainda sobre o tanque perguntei onde estava meu grande amor naquele momento, ela me respondeu que estava em um lugar. Ri daquela resposta e disse que era óbvio que em algum lugar meu amor estaria. A estrela que ficou de cor amarelada, como se enfurecida completou dizendo que meu amor estava seguro e feliz. Pensei comigo mesmo que ela talvez tivesse razão, meu peito se contraiu, senti um frio na barriga e segurei as lágrimas, pois aquele "estar feliz" poderia ter várias interpretações, daí ela continuou a dizer que tudo aquilo era circunstâncias da vida, que não fui o último a passar por isso. Fiquei enfurecido e quase grito com a singela estrela perguntando porque tinha de ser comigo, justo comigo, o que essa estrela sabia da vida se só sabia brilhar, piscar e mudar de cor. Contive-me, mas parece que ela tinha o poder de ler meus pensamentos e me disse que além dela  adorar brilhar também era costume das estrelas trazer luz para o caminho obscuro de  muita gente na terra. Gritei chamando-a de feiticeira e ela disse que toda feiticeira também tem seu brilho. Fiquei ali quieto, silencioso, sem esboçar nenhuma expressão, evitando pensar qualquer coisa já que era costume daquela estrela ler os pensamentos. A estrela piscava chamando minha atenção, quando bruscamente perguntei o que poderia eu fazer diante de toda situação, se foi coisa do destino então vou responsabilizá-lo e deixá-lo que resolva o que foi acometido. Ela parou de piscar, passou-se 5 minutos, depois 10 e nos 15 ela voltou a brilhar e a piscar, dizendo que nenhuma riqueza desse mundo faria com que nosso amor se restabelecesse, somente a humildade, o tempo e a benevolência conseguiriam nos mostrar as respostas para nossas indagações. Olhei pro céu em direção a estrela que dialogava e falei que se algo mais concreto fosse dito talvez ajudasse. Pulei do tanque e voltei pra rede, Shakespeare talvez possa me concretizar uma resposta. Só queria mesmo era tocá-lo, beijá-lo, vê-lo sorrindo... ao meu lado.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 11 de março de 2011

QUEM SABE UM DIA LÁ EM PASÁRGADA.


Hoje eu me acordei com uma vontade louca e insandecida de fazer uma canção de amor, uma canção que tratasse do meu puro e inconfortável sentimentalismo, de um amor que ainda é vivo na entranhas da minha alma. Que falasse somente dos momentos bons do meu passado, esquecendo, por hora o meu presente de angústia e que meu futuro a Deus pertecesse e provesse. Queria fazer uma canção de amor pra você, com todos os acordes, rimas e sinfonias que se oferece a uma verdadeira e digna majestade que se veste de ouro e se banha de diamantes e que essa canção nos levasse a Pasárgada.
Era pra lá (Pasárgada) que eu um dia eu vou te raptar, viveremos somente do presente, nada de passado, o passado não constará em nossas vidas pois praticamente não teremos história, só felicidade, existiremos unicamente do presente, do momento, porque transformarei o meu amor na minha majestade, no meu senhor e eu seu servo. Te acordarei todos os dias, tarde como adora acordar, com uma bandeja repleta de frutas e sempre uma rosa para dar vivacidade ao meu querer. Deixaremos que a tarde passe por entre a fenda do nosso carinho recíproco e quando o sol estiver pra se por sentaremos na areia da praia e ali ficaremos a refletir sobre a vida e suas expectativas. Desejarei seu corpo como se fosse a mais brusca necessidade de alimentar-me e ao ver seu gozo e sua ânsia saciada me revigorarei para te dar mais, sempre mais. Moraremos numa casa simples, pequenina, com nossa foto na parede e um quarto ventilado, para não precisarmos mais do ventilador turbinado que muito nos assustou e não criaremos animais para não sermos tomado de surpresa no meio da noite com as eufóricas brincadeiras felinas no telhado, nossa cozinha deve ser ampla e confortável pra eu poder me dedicar na arte de te alimentar, cada dia algo novo na mesa pra assim te ter mais perto de mim. À noite te contarei história de Sherazade só pra te ver fechar os olhos e ver que nada de ruim irá te amedrontrar e se acaso acordar assustado, ali estarei, de olhos sempre vivos velando por seu sono.
E lá em Pasárgada...


Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Quem sabe um dia lá Pasárgada, quem sabe um dia eu possa te mostrar meu amor.

Por: Alisson Meneses de Sá e trecho de Vou-me Embora pra Pasárgada
 "Bandeira a Vida Inteira", de Manuel Bandeira

quinta-feira, 10 de março de 2011

PORQUE AMEI

É uma verdadeira peleja o que passa meus sentimentos nesses últimos tempos, trata-se de uma briga constante entre o amor versus o ódio, a emoção versus a razão, o rancar versus o perdão, por isso fica tão complicado, mas não impossível, descrever o que sinto nesses efussivos e complexos dias de euforia carnavalesca. Só sinto meu coração ser expremido expurgando de certa forma os pingos de sangue que ainda teimam em me dar vida. Fico preso ao passado como se meus pés estivesses encimentados e assim não consigo me movimentar apesar do desejo de prosegui adiante. É aquela terrível sensação de impotência que fica impregnada num coração meio que dilacerado pelas desiluções da vida. É o passado que toma corpo, que se integra nas lembranças de outrora e que as lágrimas não se contém em escorrer face abaixo. Choro e não tenho vergonha de dizer que choro, o que me faz acreditar que dentro de mim existe um ser dotado de verdadeiras emoções. Amo e não me envergonho de exaltar o meu amor, apesar das circunstâncias que levaram em transformá-lo num amor platônico, hava vista que maior que esse amor, aindo vivo e constante, existe uma razão que ultrapassa o limite da incensatez. O que alguns chamam de orgulho eu vejo como razão/lógica que não admite sermos comparados a seres inanimados.
Aqui não são palavras de súplicas ao meu julgador, pois só Deus tem esse poder de me colocar na cadeira dos réus, nem tão pouco o papel que jamais me prestei e nem me prestarei em pedir abrigo por talvez não saber amar. Também não pretendo diminui meu erro, ele foi feito, exposto, julgado e talvez, pelo fato de o tempo passar e como o tempo passa e o ditado diz: "a fila anda", ele (meu erro) tenha sido sacramentado, o que nos dias atuais, pela minha visão lógica das pessoas e dos seus sentimentos isso torna-se comum, o que não cabe a mim fazer parte desse pensamento . Não foi, porém, meu desejo que as coisas finalizassem da forma pífia como acabou sendo, levando em consideração as decepções e as verdades absolutas que se enquadraram.
A batalha talvez custe a definir seus vitoriosos pela grande complexidade que se desenhou até o prezado momento. Não tomo partido, deixo que as circunstâncias definam por si só, ou que o tempo faça sua vez, tornando todos os sentimentos, que agora transborda de emoção, em  sentimentos secos como secará minhas lágrimas um dia pois não existe fonte que possa suprir essa angustia latente que trespassa por dentro do meu coração.
E pra completar meu estado desolador encontro no meio dos meus docucmentos um impresso, daí instantaneamente lembrei que era uma poesia feita pra mim quando completamos um mês de namoro que tem como tema "De tudo você".
Chorei silenciosamente e agarrado adormeci.

Por: Alisson Meneses de Sá