sexta-feira, 1 de julho de 2011

UM TOQUE NO FUNDO DA LEMBRANÇA


Remexeram tudo dentro de mim, deixaram meus sentimentos revirados como se a ordem por ali não fizesse presença a algum tempo, mas apesar da tontura, que naquele instante fui tomado, uma sensação de prazer ainda reverbera dentro do meu coração que fica a ponto de saltar do peito de tanta emoção que foi propiciado. Não tive como conter as lágrimas naquela noite de festa junina quando de longe avisto o melhor amigo de Rafael que há tempo não cruzava, por conta das circunstâncias das nossas vidas atribuladas. Ao se aproximar e me oferecer aquele abraço forte e cheio de sentimentalismo e ao dizer que aquilo tudo lembrava só e unicamente a pessoa de Rafael, meu coração apreensivo acelerou descompassadamente. Não recordo o que dei como resposta pois o álcool já tomava conta do meu raciocínio, lembro-me que virei a face e as lágrimas escorreram, minha vontade naquele instante era sumi do meio tumultuado daquela festa e me isolar num abraço que certamente receberia caso a presença de Rafael estivesse presente naquela festa. Certamente seu espírito deve ter evoluído, pela pessoa singular e doce que sempre foi e assim consegue passear pelas pessoas que não só lhe admira como ainda guarda no peito o grande amor, revendo seus amigos e seus amores e a sorri aquele sorriso que não era só meu mas das pessoas que o cercavam. Como amadureci nas lembranças da sua companhia, dos nossos encontros e de nossas discussões, hoje estou do outro lado, do lado que sempre representou tendo que me aturar na minha infantilidade e nas minhas incertezas de menino recém chegado do interior, deslumbrado com as luzes da cidade em movimento. Sei que teu espírito está presente em muitas situações mas guisá hoje tudo fosse diferente caso estivesse aqui, presente. Talvez eu tivesse aprendido mais cedo a decifrar as entrelinhas do amor e suas razões complexas e não tivesse passando por o que passo nesses tempos de desembaraço amoroso. Meu amor por ti foi, assim, incondicional, único, intenso e verdadeiro, apesar de hoje me autoflagelar por nunca ter sabido dizer que te amo. Hoje eu amo, diferente do seu amor mas amo, com uma intensidade diferente mas amo. Hoje não peco mais do mesmo erro cometido no passado, consegui expor meus sentimentos minhas vontades sabendo que a dor era inevitável. Hoje entrelaço vocês (meus eternos amores) nas característica do que é representativo em cada um e percebo que ambos tem o mesmo sorriso, os mais lindo do mundo, e vivem sob a égide da interatividade social. Olhar para Rodrigo naquela noite de festa junina foi o mesmo que ser lançado no passado onde minha vida só tinha brilho quando nos teus lábios eu me perdia.

Por: Alisson Meneses de Sá

O QUE FIZ PARA MERECER A DESGRAÇA QUE SE ABATEU SOBRE MIM?


Peço licença para aqui poder expor meus sentimentos que jamais foram externados de forma tão profunda, por circunstâncias jamais decifrados devido razões nunca antes analisadas e vida nunca antes vivida. Vivo um momento singular e necessário pois já consideraria-me um ser anormal por não saber o gosto amargo de amar, amar e amar, amar sozinho, no silêncio do meu “eu” mais íntimo e nunca antes percorrido nem habitado.
Fato: negligenciei o teu amor e fugi...fugi para uma distante casa que ao longo de nossa relação foi projetada nas minhas alucinações introspectivas. Mal sabia eu que a fuga de ti era simplesmente a fuga de mim mesmo, abneguei os meus sentimentos por uma causa que nas circunstâncias atuais desmereciam tamanha atenção. Parei no tempo corrente e nos projetei dentro daquela casa, simples, com características nossas, refletindo assim nossa personalidade forte. Sentei-me numa cadeira de balanço que parecia ali esquecida, era nítido o abandono dela pelas teias de aranha por debaixo da cadeira, em nada me importei, encostei minha cabeça e fixei meu olhar naquele teto deteriorado, e levemente sorri, recordei-me que uma das suas exigências para quando juntássemos nossos trapinhos era que a sala de nossa casa fosse larga e confortável o suficiente pra podermos receber amigos íntimos, imaginei nossa sala mega confortável, com conhecidos envolta de algum centro discutindo sobre amenidades e assuntos torpes do mundo televisivo, intelectual, jornalístico, sempre acompanhado de alguma sonoridade ambiente. A minha exigência era a cozinha, tinha que ser ampla, igualando a dos chefes de cozinhas para poder preparar minhas invenções tendo você sempre como minha cobaia, seria nessa cozinha que iria preparar seu dejejum diário, onde sempre me imagino despertando antes de você, saindo pra trabalhar e deixando no espelho do banheiro, na porta da geladeira ou na porta do quarto recadinhos lembrando-lhe o quanto te amo. No nosso quarto as características pessoais prevalecerá pois em comum acordo definiríamos como sendo o ninho do nosso amor, com janelas amplas onde a brisa pudesse circular quando assim permitíssemos e pra acalentar nosso sono o escuro completo sem a permissão da entrada da luz.
A cadeira de balanço na qual estava refestelado parou de balançar, uma lágrima escorreu por minha face, momentaneamente percebi que estava sendo inútil naquele casa, eram lembranças desnecessárias que talvez só faria machucar mais ainda meu coração que se encontrava em estado dilacerado. Me recolhi na minha mais pura insignificância de tempos passado nos meus planos futurísticos e na expectativa de um dia poder olhar fixadamente para teus olhos e não sentir meu coração aos prantos por não poder te amar.

Por: Alisson Meneses de Sá