segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PROCURA-SE UM AMIGO

Antes de qualquer coisa, tenho aqui a intenção de deixar prontamente claro e escrito que nada pessoal esse meu rabisco tem haver, haja vista a consideração de amizade irrefutável que tenho por todos a quem designo ser meu amigo, enfim, o “procura-se um amigo” a quem eu destino tem o único objetivo somatório, sendo este só e unicamente mais um, complementar este instante, contudo, verifico que diante do envelhecimento dos meus amigos ou por indigência ou pelo tempo que eu talvez não tenha sentido, ou até por algo que não é do meu entender nem da minha importância, isso para justificar a incoerência atual. No entanto, procuro um amigo que siga as instâncias aqui exposta: um homem, preferencialmente, de gosto extremamente eclético, despojado e que viva a eminência da vida de solteiro e a explore como tal de forma primorosa, tornando um fundamento de vida, pois se acredita que namorados distraem as atenções. Além de tudo se faz necessário obter um interesse aguçado pelas artes em todo seu estilo, como gostar de freqüentar teatro, cinema, admirar a verdadeira música brasileira bem como saber prestigiar e avaliar as artes plásticas. Outro fator classificatório é quanto ao dosamento do humor, com espaços insignificantes entre o ser altruístico do introspectivo, outro ponto também a ser reparado é quanto o egocentrismo, onde se observará o nível comportamental diante de alguns fatores como, por exemplo, o uso de minha companhia só em momentos solitários ou de interesses óbvios, sendo este um fator meramente negativo para a classificação. Também será notado e sumariamente classificado o concorrente que visualiza vantagens em toda ação, levando acreditar numa falta de orientação educação. Ressalto ainda que a boa educação é de extrema valia nesse processo, a falta dele é inadmissível. A disponibilidade para viver com uma voracidade descomunal é o fator que mais se levará em consideração. Aos interessados, manter contato. Aos já amigos, saliento que estarão todos em locais próprios, construídos pelo conjunto na qual me submeto.

Por: Alisson Meneses de Sá

PENEDO - AL


Penedo, localizado no sul do estado de Alagoas, na beira do Rio São Francisco, dividindo-o de forma harmônica com a cidade de Neópolis, esta localizada no estado de Sergipe. E seria Penedo minha cidade natal caso pudesse escolher, ou quem sabe, no futuro, será a cidade onde deixarei me envelhecer, observando, sorrateiramente o tempo passar. Uma cidade encantada e encantadora, de um brilho único e substancialmente provocativa. Por ser ele mantedora significativa de uma estrutura colonial ainda viva, na arquitetura das casas, nas ruas e vielas e também por ser receptiva, com sua gente sempre disposta a ajudar e mostrar as riquezas da cidade, com uma educação primorosa, desde o irreverente vendedor de amendoim como o garçom do bar, passando pela atendente da farmácia e pelo administrador do Teatro Sete de Setembro. Tudo sorria com o passar, descendo da balsa, saindo de Neópolis, passando pela feirinha de artesanato vindos de Carrapicho, entrando nos museus e nas igrejas ou indo à prainha. Quando o tempo passar pretendo escrever um livro e meu refúgio tem localização já definida, pois é Penedo o local escolhido, quero poder ter o privilégio de me estabelecer naquelas casas coloniais da rua João Pessoa, restaurar alguma casa abandonada e lá me dispor a escrever sobre a vida. Assim terei a prerrogativa de poeticamente visualizar, admirar e sonhar com o pôr-do-sol nas margens do rio, quem sabe, deitado nos bancos da praça ou sentado na areia lendo um delicioso livro ou dando vazão à imaginação fecunda deste que vós garatuja.

Futuro penedense: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

... TÃO SOZINHO ULTIMAMENTE...

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que não vejo em minha frente
Nada que me dê prazer
Sinto cada vez mais longe a felicidade...

Parece até brincadeira... quando abro o jornal e vou logo ver meu mapa astral me deparo com as seguintes colocações astrológicas pro meu signo: “Os elementos e pessoas que compõem sua vida cotidiana se encontram em processo de mutação. Porém, a verdadeira mutação só acontecerá a partir do momento em que você mudar seu ponto de vista a respeito de tudo que acontece”. Evidentemente eu já percebi as mutações acontecerem, elas já aconteceram noutras épocas, e como nessas outras épocas eu possuia pouca noção na consistência da minha personalidade, não levei em consideração. Hoje o campo de visão é outro, minha personalidade está mais aguçada, destinadas aos meus quereres e aos meus prazeres. Deixarei que o tempo desenvolva suas razões, eu não ando com presa, fico na minha calmaria irritante, fria e muda, num momento adequado, no ponto de vista que já está modificado a mutação atuará.

Por: Alisson Meneses de Sá

IRACEMA AGRADECE

Olá meu querido Martin!
Você não imagina o meu estado de contentamento em receber suas ligações, seus recados, enfim, vivo sorrindo à toa pelos cantos de casa, do trabalho, pela rua. Minha felicidade só não é completa por conta da distância que nos separa, acho que essa distância é a pedra de Carlos Drummond de Andrade que estava no meio do caminho e agente vai aos poucos diminuindo essa distância que me parecer ser cada dia mais longínquo ao passo que vamos estreitando nosso gostar, nossos sentimentos.
Esperarei aqui na terra da Arara e do Caju você, como se espera um príncipe, espero que possamos passar uma das melhores viradas de ano de nossas vidas, regado a bastante cumplicidade e diversão, espero que goste dos meus amigos, acredito que deu pra ter noção, pouca, mas foi uma prévia, de como mantemos nossa amizade. Apesar de eu está me sentido um pouco só, por conta de algumas circunstâncias, com você aqui eu posso dividir mais essa minha solidão.
CDs recebidos – meu muitíssimo obrigado. Tudo pra mim ta sendo tão complicado, indecifrável, mas prazeroso e compensador e foi de uma forma tão inusitada o recebimento dos CDs que me enviaste. De antemão só tenho a agradecer ao prazer a mim proporcionado, concretizando algo que poderia está solto.
Estava em minha casa no interior, não tinha noção de quando iria ver seu presente por conta dos meus trabalhos que exigiriam um maior tempo longe de minha residência na capital e onde estaria meu presente. Na terça-feira passada, ao cair da tarde, chegando em casa, um pouco exausto, me deparo no meu quarto, mais especificamente em cima de minha cama, um envelope grosso, logo toquei para ver do que tratava, ali sentado na cama percebi que era uma correspondência sua, não abri, pois já tinha idéia do que estava ali, queria observar mais aquele envelope e o que ele representava pra mim. Fechava os olhos e ficava a imaginar você, seus olhos, suas mãos, sua boca, desenhava na minha imaginação a sua fisionomia, me entregando àquele envelope, escrevendo meu endereço. Aquilo era tão mágico, tão brilhante que me trazia um alívio dentro do peito, me deixava leve, parecia que levitava.
Foi à noite que pude saborear seu presente. Preparei-me exclusivamente para aquele momento tão mágico, tão especial. Tomei banho, me vesti com um short extremamente confortável, posicionei o micro-sistem dentro do meu quarto e fiquei ali, deitado na minha cama de solteiro, de olhos fechados, imaginando você me dizendo todas aquelas músicas, com uma perfeição que só você poderia fazer. Não consigo me conter de tanta emoção quando ouço de forma triste, Cartas de Amor, aquilo entrando nos meus ouvidos é emocionalmente carregado, mas no fundo sobra um fiozinho de alegria por todos os instantes que passamos juntos.
Queria está bem pertinho de você pra poder recitar essa poesia de Drummond:

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvido. Amor começa a tarde.
Carlos Drummond de Andrade

Beijos saudosos dessa que aqui está a te esperar numa ansiedade só.

Iracema

3ª CARTA DE MARTIN


Iracema, minha querida amada!!!!!!!!Eu também, quando te leio, me sinto mais humano, mais vivo e renovando a minha crença na humanidade. Mas eu não quero que me tenhas como um ser ideal ou perfeito, pois sou de carne e osso - humano e tenho as minhas fragilidades, medos, falhas, conflitos, incoerências, idiossincrasias como qualquer outra pessoa. Apenas aprendi a ir fundo no que acredito e lutar pelo sentimento de amor e pelas coisas sublimes, porém tenho me pego em reflexão se eu deveria continuar sendo desta forma. Fazendo um paralelo com os movimentos literários, percebo que nos últimos anos sai direto do Romantismo e agora estou vivendo uma fase de Realismo, quem sabe, sei lá, talvez entrando no momento da síntese dialética, percebendo a importância de não ser um extremo nem outro, vivendo o momento do amadurecimento.Sempre procurei me colocar muito no lugar dos outros e não me sinto bem quando faço qualquer coisa que faz as outras pessoas se sentirem mal. Porém, neste movimento, parecia que eu me colocava pouco no meu lugar. Demorei muito para perceber isto e começar a mudar. Contudo, nos últimos tempos, tenho exercitado mais também esperar e até exigir, no mínimo, que também se coloquem no meu lugar. Aprendi que é dando que se recebe. Sei que o sublime seria dar sem esperar algo em troca. Porém , como não somos perfeitos, Cristo e muito menos Deus, hoje acredito que, como humanos, precisamos ter o mínimo de reciprocidade. Portanto, em um relacionamento hoje busco também pelo menos um pouco de doação pelo outro, do mesmo jeito que me dôo. Enfim, minha querida, eu sou apenas um ser humano limitado tentando entender o que sou e buscando aprender com os meus erros e acertos. Eu também sinto ciúmes (apenas um pouquinho - apesar de tentar demonstrar pouco ou fazer de conta que não tenho); fico emburrado; tenho os momentos de altos e baixos (já viu algum canceriano que não muda de estado de ânimo com as fases da lua?); já passei por um período de depressão - que me fez aprender muito sobre as minhas possibilidades e limites; tenho necessidade de momentos de introspecção e ficar quieto ou só para entender os meus sentimentos; tenho uma sensibilidade a flor da pele e, as vezes, fico magoado facilmente - porém como sou muito sincero, falo o que sinto no momento exato e não guardo ressentimentos. Às vezes me sinto perdido na realidade dura, insensível, hostil. Vou por ai, achando que estou me achando - mas me perdendo; perdendo-me e assim me encontrando... sou este ser errante. Busco a sabedoria e humildade - e cada vez que avanço parece que fico mais distante... Porém vou seguindo o caminho, sendo guiado por uma bússola que tem como norte alguns princípios dos quais não abro mão: o respeito para com pessoas (apesar de hoje muito me resguardar pelo medo de me machucar) e o meio que vivemos, a amizade, a sinceridade, o carinho, a delicadeza e a gentileza. Se o que quero na vida (e da vida) eu não sei muito bem (são tantas coisas – mas vou querendo de pouco a pouco – sem muita exigência ou ganância), certamente eu sei o que não quero...De vez em quando mando mensagens para a Nave Mãe ("ET phone home"), pedindo para retornar para Marte, cansado da experiência aqui no planeta Terra, país Brasil. Porém parece que os patrícios verdinhos me julgam muito terráqueo e não me querem por lá. Aqui nesta terra de ninguém - neste “Brasilsão” lindo e ao mesmo tempo tão horripilante, onde "Deus e Diabo" se encontram na "Terra do Sol" muitas vezes me sinto um Extra Terrestre.Querida Iracema, por que estou escrevendo isto? Sei lá. Talvez para me entender e te dar um pouquinho de pistas de quem sou e como funciono. Mas me deu vontade de delongar mais, poder conversar contigo por intermédio destas linhas, fazer uma catarse, compartilhar da minha alma, fazer um exorcismo...

Mas chega de reflexões existencialistas por hoje.

Estou te enviando a foto que tiramos juntos.Também te envio uma foto do sol nascendo aquele dia que gostaria de ter visto na sua companhia, em Sergipe.

Gostei do seu programa de Réveillon, com os amigos, numa coisa mais intimista. Vamos conversando e eu vou amadurecendo a idéia. Estou um pouco apertado financeiramente, mas tudo se resolve. Mas se não for possível no Réveillon (mas vou estudar as possibilidades), quem sabe podemos em outro momento...nas férias (o problema de alta temporada é que é tudo mais difícil). Vamos que vamos.

Sei o quanto a distância que nos separa é complicada, mas acho que podemos fortalecer o sentimento belo, profundo e humano que nos une e deixar as coisas caminharem. Deixar a amizade fluir, o amor fraterno e, quem sabe, nos permitir chegar a algo mais... Vamos vivendo.

Beijos e abraços com muito carinho e afeto,

Martin

IRACEMA ENTREGA-SE


Oi meu amor de tão longe!!!!!

Nossa, a cada leitura que faço eu me emociono, fico em estado de completa comoção, não sei te explicar bem porque, deve ser a fragilidade emocional pela qual estou passando, mas, enfim, a cada palavra que você coloca, a cada situação exposta por você eu fico a louvar a Deus por ter colocado uma pessoa tão magnífica, tão maravilhosa, de uma riqueza de espírito que pouco vi na vida.

Sei que o termo que usei pesou bastante, mas sinceramente foi o que senti naquele momento. Foi um grande erro de interpretação meu, pode ter certeza, porque o FDP que estava embutido naquela expressão jamais seria capaz de escrever tão magistralmente como você me escreveu.

Quanto ao Reveillon o que programei com meus amigos foi nos reunirmos na casa de meu primo dia 31 já pela manhã, de lá iremos à praia e a tarde prepararemos nossa ceia, escolhemos um cardápio requintado, nesse meio tempo ouviremos ela a Diva Maria Betânia e alguns filmes. Após jantar iremos ver o show de Maria Rita, Alexandre Pires e outros na orla. No dia seguinte programamos uma feijoada na casa de meu primo com todos... enfim, é essa minha programação para o Reveillon...

Quanto ao cds gravados ficarei mais que contente em recebê-los por saber que é do fundo da alma. Esperarei ansiosa pra ouvir...

Beijão enorme...

Iracema

UM CERTO PRESENTE DE AMIGO OCULTO


Restando apenas um dia para a confraternização de fim de ano da turma do trabalho, eu me vi completamente aflito, pois estava num jogo confuso de sinuca, onde não sabia em qual bola acertar e em qual buraco enviar a dita bola. Mais incomum era impossível, pois não tinha sequer concepção das preferências do dito cujo que caiu surpreendentemente em minhas mãos, haja vista nosso contato ser algo custoso de acontecer, pois trabalhamos em dias praticamente diferentes e setores diferentes, mas esse pepino eu tinha que descascar, custasse o que custasse. O trabalho foi áspero, cheguei até a fazer uma pequena enquete, revelando sorrateiramente a algumas pessoas que estavam no jogo, o nome da personalidade, deixando de ser oculto parcialmente, mas algo eu teria que fazer, já que tinha a intenção de agradar ao suplicante, e por incrível que pareça as opções que me foram dadas, pior era impossível, do tipo de uma bomba, veneno, algo brega, foram os mais singelos tipos de presente que meu ouvido pode escutar, daí pude perceber o quanto não grato a pessoa era naquele ambiente de trabalho, onde todos o conhecia, evidentemente, menos eu, que queria no mínimo ter algo de interessante a presentear. Continuei a minha curtíssima jornada, almejando algo inusitado, pensei em ir num sexy shopping, obviamente lá encontraria algo de inusitado, mas como alguém que como me descreveram, cri-cri, diga-se de passagem, iria reagir após abrir um presente contendo dentro desse, algo pouco visto aos olhos das pessoas que vivem na zona rural, pois era certo presentear com uma cueca um pouco indecoroso pros ditos “normais”, repentinamente visualizei todos os participantes em estado de contentamento geral, instantaneamente meu riso foi sardônico, e tive que me conter para não alimentar ainda mais essa idéia estouvada. Ir ao centro da cidade era minha única saída nessa manhã assoalhada, e não poupei suor, preferia imaginar os gostos da dita pessoa antes de chegar no movimentado centro, para assim me direcionar numa única loja. Foi o que fiz, entrei, olhei sem muita paciência a escolher cor nem estilo, peguei, dei uma olhada pra peça escolhida, percebi que se fosse me dado eu iria adorar, completei com outra peça, corri pro caixa, paguei, aproveitei que estava ali pra comprar umas necessidades minhas, sai rapidamente da loja e peguei meu caminho de volta. Em casa embrulhei num papel de presente prateado, corri pro Google pra ver alguma mensagem de fim de ano, porque após sol escaldante, idéia era uma raridade na minha cabeça, anexei um cartão ao presente e posicionei em cima da cama pra não esquecer. Esse presente eu posso afirmar que as intenções foram às melhores, mas corro o risco de ser desaprovado.

Por: Alisson Meneses de Sá

CONCLAVE DE FIM DE ANO

Depois de muito combinar, de acerto daqui e acerto dali, resolvemos marcar definitivamente a data do nosso Conclave de fim de ano, obviamente para cumprirmos com mais uma promessa de jamais nos desvincularmos uns dos outros. Todos com uma agenda lotada neste finalzinho de Ano, com viagens já programadas, encontros, término de aulas de universidade, festas, eventos a organizar, enfim, tudo levava a não nos encontrarmos, mas um ajeita daqui outro ajeita acolá tudo vai se ajeitando conforme manda o figurino até que uma data é definida. O encontro mais uma vez foi regado à comida japonesa, uma preferência de todos os componentes, mas vale ressaltar que ficou definido que no próximo encontro escolheríamos um rodízio de churrasco ou de massas, outra promessa que ficou a ser cumprida em 2009 será a ida, a Bahia, de todos componentes, numa viagem a ficar na memória de todos, como prometeu a madre superiora do conclave. Um encontro que foi inolvidável para todos, devido à participação já quase esquecida, de Jê, que já fazia alguns encontros não podia comparecer, devido sua agenda sempre lotada, até estava por fora de algumas novidades, referente ao grupo, e também estava cheia de novidades, nos deixando em estado de exaltação e embaraço, evidentemente Jê, sem seu aparelho, deu um brilho mais que especial ao nosso encontro, mostrando que é uma mulher do novo tempo, deixando bem claro que se anda é pra frente. E assim continuou nosso fraterno encontro, cincos grande amigos, que se encontram com certa freqüência, colocando sempre as novidades em dias, servindo também de psicólogos da vida, opinando, instruindo, passos as vezes dúbio que obstinamos em seguir.
Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

INDAGAÇÃO DE MARTIN


Olá minha querida Iracema

Fico mais aliviado ao receber a sua resposta e compreender melhor o que aconteceu. Estava me sentindo culpado e meio confuso do que eu poderia ter feito. Sempre tenho esta mania de achar que sou culpado de tudo e me martirizo muito por isso.

Eu também estou sendo bastante transparente contigo e acho isto muito importante (aliás, este é o meu jeito de ser e talvez, por isso, pago um preço muito alto). Eu quero que saiba que, apesar do pouco tempo que estivemos juntos, não foi apenas algo momentâneo, sexual, diversão efêmera de um "turista", até por que, se assim fosse eu não teria nem ligado para você no domingo e proposto sair contigo, teríamos começado e acabado tudo naquela noite, na escadaria da casa onde estava. (Só um pequeno comentário: eu me senti tão desconfortável com este termo que você usou, "diversão de um turista", e de eu ter passado este tipo de impressão para você - me senti como se fosse um vigarista / conquistador barato FDP/ sei lá o quê - sei que não foi esta a sua intenção quando usou o termo, mas me incomodou bastante - vou me policiar para nunca mais deixar que alguém possa me julgar desta forma).

Adorei ter te conhecido e sentir a sua energia, seu calor, sua vibração, seu vigor de alma. Você me ajudou a voltar acreditar ainda na possibilidade de um relacionamento a dois e ajudou implodir a "Pedra" no meu peito, que estava obstruindo todas as minhas emoções, sentimentos e crença nas pessoas.

Talvez, na ansiedade de compartilhar da mais bela intimidade, devo ter ido rápido demais e não ter conseguido me fazer entender e muito menos fazer transparecer os meus sentimentos mais nobres. Mas eu confesso que também estava confuso. No outro dia eu já viajaria. Não tínhamos muito tempo para fazer as coisas no ritual e ritmo que também considero mais adequado (apesar de que no mundo que estamos vivendo, parece não haver mais espaço para a sutileza e delicadeza). E eu achei a sua energia também tão gostosa, que queria poder me entregar aos seus beijos, carinhos, abraços e a uma sintonia íntima (de corpo, alma e espírito) que transcende a individualidade e faz de alguns momentos eternos. Eu queria eternizar esta intimidade, o que não tem haver necessariamente com o sexo. O fato de podermos ficar nus, no meu ponto de vista, envolve a confiança para descobrir a essência do corpo do outro, de cada parte intima, de cada zona erógena, a beleza única de cada ser, de cada sensação de cada parte do corpo.

Infelizmente eu sou assim, romântico, adoro fazer e receber carinho, adoro me perder nas horas que se eternizam e que nem vemos ver passar, embriagados pelas carícias, abraços, beijos, toques, massagens e tudo que a afetividade e a mais bela intimidade permite. Se entre nós rolasse o sexo naquele dia, seria uma conseqüência de uma entrega mútua e não a vontade de uma parte e muito menos o sexo pelo sexo, o que eu não me satisfaz, tanto que quando percebi que você ficou meio travado eu não avancei o sinal e preferi depois ver você adormecer, fiquei fazendo carinho e ficar te observando no seu momento de sono até que eu me adormeci também. Aquele dia, eu só queria que você pudesse ter ficado comigo, e pudéssemos ter passado à noite (dormindo, acordando, brincando, sonhando juntos, fazendo carinho, exercitando o amor que podemos nutrir na intimidade, sem medo, sem ressalvas, traumas passados, neuras, na mais completa interação). Queria poder ver o dia raiar junto contigo e guardar na memória da minha pele, corpo e alma a beleza do momento. Gostaria que pudéssemos ter feito aquele momento eterno, enquanto ele durasse. Eu seguiria a minha viagem em paz no outro dia, mesmo se não tivesse dormido nada a noite. Isto foi idealizado e o que criei no meu sonho, mas não pode ser realizado, o que não necessariamente me frustrou - pois na vida tenho aprendido que sonhos são sonhos e nem sempre podem se concretizar - porém fiquei triste de te ver ir embora de uma forma tão rápida, enigmática e estranha.
Acho que tanto eu como você estávamos muito carentes e com os mesmos anseios, expectativas e necessidades, porém seguimos caminhos diferentes para fazer as coisas acontecerem, o que nos fez assustar um com o outro. Mas isto é a vida: é vivendo que se aprende. Tenho certeza que tudo o que você fez foi com a melhor das intenções e posso te afirmar que eu também te queria te oferecer o melhor de mim. Pena que não consegui ser claro.
Mais uma vez, me desculpa por não ter tido a capacidade de me fazer entender e demonstrar com clareza os meus sentimentos e peço perdão por tê-lo feito chorar e, de uma certa forma, ter te magoado.

Hoje eu enviei pelo correio os CDs da Bethânia que gravei para você. Peço-te que ouça com carinho e mergulhe fundo em cada palavra, acorde, sentimento, melodia e poema recitado e sinta como se eu estivesse transmitindo estes sentimentos para você. Este trabalho da Bethânia toca fundo na minha alma e fico muito feliz de poder proporcionar as pessoas queridas à possibilidade e o contato com um trabalho de tamanha sensibilidade e beleza.

Sobre o Réveillon, me diga o que pretende fazer, onde irá passar, o que planejou etc. Quem sabe posso amadurecer a idéia, apesar de não ser muito fã de Réveillon e do Natal. Estas datas mechem um pouco comigo e eu fico um pouco melancólico. Mas quem sabe não é hora de mudar.

Vamos mantendo contato, nutrindo e fortalecendo cada vez mais a amizade e deixar as coisas rolarem...

Um abraço fraternal e bem forte e um beijo profundo e recheado das mais belas intenções,

Com carinho,

Martin

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A 1ª RESPOSTA DE IRACEMA

Olá meu querido Martin!

Comigo está tudo bem graças a Deus, e espero que com você esteja também tudo ótimo.

Nesse e-mail usarei da mais possível sinceridade contigo. Recebi sim seu recado e fiquei super contente, mas preferi não responder, você logo entenderá por que. Fiquei super feliz de te receber aqui em neste estado tão quente e quando pensar em voltar aqui não pense muito, venha logo que te receberei com maior prazer.

Você pra mim foi mais que uma pessoa especial, adorei ter você por alguns instantes, e perceber o quanto você é grandioso, carinhoso. Imagino o que estás sentindo com o término dessa relação, também passei por isso a pouco, estava me envolvendo com um soteropolitano e não sei te dizer se na verdade foi a distância ou a falta de algo maior - amor - na relação, mas que foi um final trágico, a isso foi. Realmente não estava a procura de me relacionar a sério com ninguém, por pensar um pouco racionalmente, mas vi em você uma grande possibilidade, você desbloqueou essa sensação que estava impedindo essa coisa tão gostosa que é se apaixonar por alguém.

O convite ainda está de pé sim. Devo dizer que fui o mais espontâneo possível e talvez isso deva ter te constrangido um pouco. Esteja a vontade a vir passar o reveillon aqui, te receberei com todo prazer.

Não, não me acho temperamental não, sou de uma espontaneidade terrível, as vezes tento me conter mas não consigo. Voltando pro assunto do hotel de fato saí de lá com uma péssima sensação, não tenho pra que te enganar, mas estava me sentindo ali como um alguém que estava só pra satisfazer os desejos sexuais de um turista, foi assim que fiquei, estava me sentindo promíscua e isso me deixou péssima, como você pôde perceber, cheguei na casa de meu primo e chorei muito, mas muito mesmo. Parecia que toda aquela criação que eu tinha feito se desmoronasse, mas isso não é culpa sua não, é minha, não sei, talvez eu tenha interpretado tudo errado, talvez eu tenha esperado mais e a questão "distância" me acordou do sonho que estava tendo.

Não precisa me agradecer não, certamente se não fosse eu seria outra pessoa, sergipanos sempre são hospitaleiros e vc uma pessoa magnífica, juntando uma coisa com a outra só poderia dar nisso. Não perderemos contato de forma alguma...

Beijos e fica com Deus também

Iracema

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DIÁLOGO DE AMOR

Samurai: Será que estou sendo ridículo em escrever essas cartas de amor?

Maria Bethânia (cantando): Todas as cartas de amor são Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. 
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras, Ridículas. 
As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser Ridículas. 
Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso Cartas de amor, Ridículas. 
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor, 
É que são Ridículas.
 
Samurai: então deves abri a carta que recebi?
 
Maria Bethânia: Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais
 
Samurai: e o amor? Pra onde foi?
 
Maria Bethânia: Quanto a mim o amor passou
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar
E não me volte a cara quando passa por si
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor
Fiquemos um perante o outro
Como dois conhecidos desde a infância
Que se amaram um pouco quando meninos
Embora na vida adulta sigam outras afeições
Conserva-nos, caminho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil

Samurai: Ora, como fui ridículo!!!!

Por: Alisson Meneses de Sá

1ª CARTA DE MARTIN

Subject: De tão distante...

Date: Sat, 15 Nov 2008

Olá minha cara Iracema:

Tudo bem contigo? Espero que sim.

Te mandei uma mensagem pelo Celular na terça feira e não tive resposta. Fiquei preocupado se você não recebeu ou não teve interesse de responder. Torço para que tenha sido a primeira opção. Agradeço-te pela atenção ai em Aracaju e pelos momentos gostosos que tivemos juntos.

Eu te achei uma pessoa muito interessante e gostaria de poder continuar estreitando os laços de amizade. Gostaria até de algo mais, contudo, a distância é muito grande e dificulta muito. Eu saí há 3 meses de um relacionamento com uma pessoa de São Paulo. Ficamos juntos por 1 ano e meio, que foi muito bonito enquanto durou, contudo a distância, no final acabou prejudicando e o término foi muito traumático. Ainda estou um pouco machucado. Você me fez reacender a chama de acreditar na possibilidade de encontrar pessoas que acreditam em uma relação a dois.

Adorei aquele seu convite para passar o Reveillon contigo. Contudo, naquele momento eu não sabia o que responder (ou tive medo de estarmos indo rápido demais). Como você, logo que fez a pergunta, já tirou uma conclusão um pouco precipitada da minha expressão, antes de eu dar qualquer explicação, preferi deixar como você entendeu naquele momento e deixar as coisas rolarem (mas para mim, passar o Reveillon contigo poderia ser uma possibilidade a ser estudada). Mas confesso que fiquei muito lisonjeado.

Você é uma pessoa muito sensível e de grande beleza interior (e um pouco temperamental, não - risos). Gostaria que soubesse que, aquele dia que fomos para o hotel, eu estava a fim de poder curtir de momento de intimidade, carinho, afeto, cumplicidade contigo. Claro que se rolasse o sexo seria legal, mas não era naquele momento uma prioridade. O sexo para mim é muito importante, mas o doar e receber, os preliminares, o carinho, a reciprocidade são fundamentais e estão em primeiro lugar. Eu percebi em você uma energia muito gostosa e naquele dia queria exercitar esta troca. Parece que quando eu quis ficar mais a vontade, você ficou um pouco travado. Mas saiba que eu não queria ultrapassar nenhum limite que você não se sentisse a vontade. Deu-me a impressão de que você foi embora um pouco estranho. Se eu fiz alguma coisa que te incomodou, te peço perdão.

Muito obrigado pelos momentos que tivemos e, por favor, não vamos perder contato.

Fica com Deus e muita luz e paz.

Martin Soares

AMOR DIVULGADO

A partir de hoje, estarei publicando algumas cartas de amor, não as cartas de amor que Maria Betânia declama, mas a de duas pessoas que se conheceram e se apaixonaram abruptamente e através das cartas escreveram o quanto gostam e sentem um pelo outro, de forma intensa onde só o tempo desvendará o mistério da separação que envolve esse bonito jogo de interesses entre os dois. O nome dele é Martin Soares e o nome dela Iracema... isso mesmo, é baseado na história de Iracema de José de Alencar, o que na verdade não esperaremos é o final trágico que dramaticamente finaliza a história e sim vibraremos por um final feliz, onde mais uma vez repito, só o tempo é quem dirá qual o destino desses dois apaixonados. Cabe também ao leitor definir qual o fundo dessa história, em qual contexto ela está sendo desenvolvida e quais suas verdadeiras intenções. Os títulos das cartas publicadas serão enumeradas: 1ª carta de Martin, 1ª resposta de Iracema e assim sucessivamente. Só para deixar o leitor por dentro do que se desenvolve o início da história se passa exatamente, quando Iracema conhece Martin numa festa e depois descobre que Afonso não pertence a sua terra, trata-se de um turista, exatamente como se passa no início do romance Iracema, quando Afonso acorda em terras brasileiras e conhece Iracema numa situação bastante inusitada, sendo ela índia, nativa, assustada com aquele homem estranho ela atinge Afonso com uma flecha, o ferindo. Na verdade, o Afonso da minha história, se aproxima da tímida Iracema numa festa e lá começam a se conhecerem, como fazem os adolescentes contemporâneos, depois Iracema o leva pra sua locação e lá dão seqüência ao envolvimento. Envolvem-se de uma forma completamente integral, um pelo outro, onde passam o dia posterior juntos, desfrutando ele do desconhecido e ela da intensidade que ele tem a oferecer, aproveitando o máximo pois Afonso obrigatoriamente deverá retornar a sua terra de origem um dia após deixando amargurada a bela Iracema, se despedindo numa noite confusa, misteriosa, sedutora e um tanto trágica. Após os dois perceberem que estão fisicamente distantes o erro é subitamente reparado, dando seqüência as cartas que seguirão logo mais.

Por: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

VOLTANDO AS ATUALIZAÇÕES

Passou-se exatamente um mês e nada no blog foi postado, nada foi publicado, de forma que preferi, evidentemente, calar-me, diante de tantos fatos e tantos acontecimentos que vieram à tona justamente no mês de novembro. Nada contra o mês, nada contra a estação do ano que recai sobre o mês de novembro, nada contra as causas naturais e sim as coisas do homem que apagam com toda a beleza de espírito que está embutido em cada olhar, em cada expressão, em cada objeto. O mês de novembro serviu como um grito desesperado de agonia na qual passei, não que o mês por completo eu tenha me deparado com tais situações, mas que o lado negativo dela pesou muito mais que o lado positivo, incluído neste último o despertar pra um grande amor. Chegou dezembro e com ele chegou também mudanças, digo no sentido de pensamentos e condutas, e até quem sabe de sentimentos, pois horas me vejo rude, amargo e cruel comigo mesmo outras horas me vejo sozinho pelo canto a chorar como uma ovelha perdida do seu rebanho, junto com o mês de dezembro chegou as novas perspectivas de me entregar outra vez na dolorida entrega pelo amor, sem restringir sentimentos e sensações. Quero amar intensamente como se o amanhã fosse impossível amar, quero viver alucinadamente para o amor, me entregando literalmente as suas imposições, serei agora um servo do amor e a ele deverei a minha vida a minha alma, o meu corpo o meu sangue, enfim, me doarei completamente. É a partir desse entregar, dessa minha inteira disponibilidade para amar e ser amado é que vou trilhar o meu caminho. Em nada mencionarei o que me ocorreu de tão trágico no mês que passou, quero colocar definitivamente uma pedra, e lá deixar sacramentado um passado sombrio, pois a minha vida está dividida por dois marcos: o antes novembro de 2008 e o depois. Aos amigos mais próximos, esses são sabidos do que se passou e espero junto com eles esquecer, aos que não sabem, espero jamais saberem e assim saborearem essa nova pessoa que começa existir.

Por: Alisson Meneses de Sá