segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ACALMEM OS ÂNIMOS

Essa não foi de se esperar. Meu blog virou recentemente um campo de batalhas e alfinetadas, numa luta que está sendo travada em campo minado, minadíssimo, diga-se de passagem. Recentemente postei um comentário aqui no blog, com a simples função de colocar em evidências fatos que ocorrem a minha volta, seja ela de que maneira esteja acontecendo, pois nunca evitei noticiar algo ruim, ou bom, não faço escolhas, o critério que uso para escrever é exatamente anotar tudo que acontece através do que vejo, ouço, como e cheiro é como se eu necessitasse anotar minha própria história. Daí na postagem de quarta-feira do dia 22 de outubro do corrente ano eu noticiei um fato, intitulado de “uma rapidinha”, onde eu não pretendia me estender como fofoca, noticiei que alguém que andava na turma, estava sumida, elenquei alguns dos motivos por que essa pessoa não estava no nosso convívio, fazendo até algumas piadinhas, e numa boa, não foram piadas assim venenosas, porque coisa pior eu já publiquei, simplesmente fiz perceber que as pessoas sempre perguntavam a seu respeito, cadê fulano, por onde anda? e as pessoas sempre perguntavam sim, quer queira quer não é uma pessoa que existiu, agora se querem fingir que ela não existiu o problema não é meu nem do meu blog, mas vamos lá, tudo começou quando alguém se dizendo “anônimo” mandou uma mensagem não mui grata pra pessoa a quem a notinha se refere, eu deixei porque as pessoas tem mil e uma forma de se expressarem, nem levei em consideração a picuinha que isso iria rolar, a mensagem era de alguém “dizendo” anular completamente a outra, ou seja a pessoa do comentário, o que torna difícil, porque por mais insignificante que um ser humano possa ser, ele terá uma representatividade nem que seja pra pessoa que ela fez mal, enfim, algum tempo depois, aliás, dias, outro comentário foi postado, a pessoa que a notinha estava destinada se identificou no blog, - as vezes acho que ninguém acompanha meu blog e as vezes posto algo que nem imagino ter tanta conotação e me engano - depois de identificado esse alguém também usando-se do anonimato postou dois outros comentários fazendo menção não ao que a nota se referia, mas sim ao comentário depreciativo inicialmente postado, obviamente respondendo a altura o texto anterior, ficando nessa seara de intrigas e picuinhas baixas.

Gostaria muito que os comentários fossem do tipo fazendo uma crítica quanto a minha forma de escrever, se é ruim boa, se tem erros de pontuação de acentuação, coisa do tipo, e não usando com coisas tão pequenas.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

ACORDADO

Sabe aquele dia que acordamos numa fossa não sei de que? Pois foi assim que me acordei hoje, assim, querendo colocar uma música que celebrasse completamente esse estado de completa, de completa, de completa... Resolvi ouvir aquelas poesias cantadas de Maria Betânia, ela sim sabe como me deixar molinho, molinho. São dez da manhã, o cd dela toca no aparelho, eu abro um vinho, daqueles bens chinfrins, só pra dar um clima a minha sensibilidade apurada. Daí ela canta, negue, negue seu o seu amor o seu carinho, e eu sentando deliro, imagino coisas, fico ouriçado com toda aquela poesia, dá vontade de chorar, recuso, trancafio meus sentimentos, me contenho completamente, deixo o cd tocar e continuo a apreciar o vinho, chinfrim.

Por: Alisson Meneses de Sá

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

NO MEIO DO TEMPO

Parte IV

Aquele som vinha de longe, todos dormiam, alguém chamava suavemente, apesar de toda aquela situação todos dormiam como uma pedra. O som se repetia, numa insistência significante, quando de repente o mais velho se levantou da cama gritando: espera, espera, espera. Não dava pra precisar de quem seria aquela voz do lado de fora da casa. Os outros dois perceberam a movimentação do mais velho e não se mexeram da cama, desejaram voltar subitamente ao seu sono. Alguns minutos depois alguém abre a porta do quarto na qual os dois estavam deitados, o mais velha se dirigiu pra cozinha, especificamente pro fogão de lenha para preparar o café da manhã. O visitante chegou com o dono da casa que fora lá verificar o estado da casa bem como alimentar os cachorros que lá vivem, não sabia ele que os três aventureiros cuidaram dos cachorros como se fossem deles assim como da casa. O visitante adentrou o quarto e lá ficou acordando aos poucos os dois que estavam lá sonolentos, conversando, atualizando dos fatos da cidade. O dono da casa se retirava pro oitão pra aguar as plantas que lá são cultivadas. Logo, o mais velho nos chamou para que fôssemos pegar leite na fazenda vizinha, de um conhecido de todos. O do meio estava ansioso pra ir ver, pra relembrar seus tempos de criança quando tomava leite quentinho da vaca. Foi só o tempo de lavarem o rosto, escovarem os dentes de forma bastante precária. O do meio com estilo próprio colocou óculos escuros e assim pegaram a estrada que daria pra fazenda vizinha, o leite serviria para o prato principal do café da manhã. Chegamos lá o dono da fazenda tinha acabado de tirar o leite de suas vacas, o processo foi rápido, enchemos a vasilha que tínhamos levado e convidamos o gentil fazendeiro para almoçar com aqueles aventureiros, o que de fato ele não recusou, era um tipo de troca de favor, eles cedia o leite e era convidado pra almoçar.
Já na casa enquanto o mais velho cuidava em preparar o café da manhã, os outros dois junto com o visitante aproveitaram para descascar o feijão. Sentaram na frente da casa que dava vista pra estrada de acesso, lá conversavam sobre tudo, o visitante atualizava os fatos noticiados no mundo enquanto descascavam o feijão, acrescentando do que já tinha sido descascado no dia anterior. O dono da casa continuava a aguar suas plantas. Em alguns minutos todo o feijão já estava descascado, foi só o tempo do mais velho preparar o café da manhã, seguimos pra cozinha, lá devoramos o que nos foi preparado, o do meio logo se encheu e ainda sentindo-se cansado deitou-se na cama esperando que algo de anormal ali acontecesse, em seguida o mais novo e o visitante se aproximaram e ali também deitaram-se. Seguiu uma sessão de sonolência enquanto o mais velho cuidava na limpeza e já se debruçava sobre o fogão para preparar o almoço. Algumas horas se passaram quando o sono já estava saturado por todos e foi na frente da casa que colocaram cadeiras e lá ficaram a conversar amenidades. O do meio teve a idéia de ali naquele sol de rachar pegar uma corzinha e se despiu, ficando somente de cueca, bebendo um drink sempre preparado pelo mais novo, seguidamente o mais novo também se despiu, seguindo o ritual místico de bronzeamento, era o tempo do almoço ser preparado. Ao longe ouvimos um barulho de moto a se aproximar da casa, permaneceram intactos, de cueca, sentados na varanda, voltados pro sol, quando a moto parou do lado de fora da porteira, tratava-se um nativo, já conhecido de todos, menos do aventureiro do meio. Aproximou-se e logo o do meio foi justificando que estava se bronzeando que não se incomodasse com aquela cena. Logo foi pego uma cadeira e servido bebida ao nativo, quando subitamente sai de dentro da casa, completamente nu, o visitante, deixando todos ali perplexos, pois antes do nativo ali chegar o visitante estava em estado de depressão significativo, deitado numa rede, pendurada na sala. Todos riam porque ele seguiu até a porteira se exibindo completamente da mesma forma que veio ao mundo. O nativo ficou meio constrangido com a situação, mas não arredou o pé, achou tudo aquilo diferente do que costuma ver. Algum tempo depois aporta na estrada, cavalgando um jeguinho, o dono da fazenda vizinha, como combinado. Todos estavam conversando que nem deram conta de que estavam praticamente nus, quando ele chegou, entrou pela porteira, amarrou seu jeguinho numa árvore, alguns passos da casa e se aproximou dos que ali na porta estavam. O do meio ainda continuava de cueca junto com o mais novo, o visitante já tinha se vestido e estava na janela, conversando com o nativo. O do meio logo se justificou, dizendo está ali se bronzeando, o que ele não se importou com aquilo e permitiu que ficássemos à vontade. Também logo arranjou um acento e se adicionou naquela roda de conversas. Conversa vai e conversa vem quando mais uma moto se aproxima da casa, percebemos logo que era o dono da casa, não tínhamos percebido que ele tivera saído e voltava com sua mulher. Os desnudos logo se envergonharam, pois se tratava de uma família, mas não desistiram de está ali, conversando e teoricamente se bronzeando. Assim que chegaram continuaram com o ritual de justificativas quanto ao estado de nudez, estavam ali se bronzeando, era essa a única justificativa. Eles não se importaram também, mas por via das dúvidas e por um certo respeito se vestiram e entraram também na conversa deixando a roda mais diversificada onde o assunto principal era obviamente a política, de quem perdeu, porque perdeu, de quem ganhou e porque ganhou, a tônica do papo não saiu desse eixo. Algum tempo depois mais uma moto se aproxima da casa, com mais três rapazes nele pendurados. Chegaram, cumprimentaram os que na porta estavam e seguiram pra cozinha, eram três rapazes da cidade que fora convidado no dia anterior, sendo um deles o condutor dos três aventureiros até aquela casa de moto. Foi o tempo de o almoço está pronto e logo ser servido, cada um se ajeitou de sua forma, se acomodou no seu canto e devorou seu respectivo prato.

Segue no próximo texto a última e a mais picante parte de toda história.

Por: Alisson Meneses de Sá

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A GAFE

Domingo passado estava ciceroneando um amigo meu que pouco conhece da night aracajuana, quando um fato terrível me aconteceu. Uma gafe terrível. Estávamos sentados numa mesa de um barzinho que geralmente gosto de ir, apreciando uma cerveja gelada e ouvindo uma música, que não tava lá essas coisas, como o bar que também já tivera passado por dias melhores no quesito quantidade de gente. Daí quando de longe passou um alguém que não me reconheceu, esse alguém canta na casa com bastante freqüência e já é bastante conhecido da minha turminha. Após ele passar mostrei ao meu amigo a figura e contei rapidamente a história cabeluda que reveste o passado da persona, que namorava um amigo meu e mantinha outro relacionamento com outro amigo meu, depois terminaram e começou a namorar com um problemático que batia na figura e que por incrível que pareça estudou comigo na faculdade e que tivemos confusão em sala de aula, onde fomos parar na delegacia e depois a figura em questão namorou um outro amigo da turma. Entendeu? Não é pra entender não, é complicado mesmo. Voltando pro bar, demorou alguns minutos e ele me enxergou, e veio me cumprimentar. A figura logo me perguntou como tinha sido a Heatmus, relembrando os tempos em que cantava como calouro na festa pra ganhar uns trocos. Fiz um apanhado geral da festa e perguntei por que ele não pôde ir e concorrer mais uma vez, onde me respondeu que não podia por conta de sua programação naquele bar pra cantar, estava aos sábados, impossibilitando de ir. Conversávamos e ao mesmo tempo a figura olhava com um olhar de interesse para meu amigo que estava ouvindo nossa conversa. Resolvi apresentar e foi aí que me ferrei completamente, na hora me veio somente o nome do meu amigo, o primeiro que ele conheceu e namorou, daí eu falei o nome do meu amigo e o sobrenome do dito cujo, fiquei maluco na hora, ele ficou sem entender, tive que corrigir rapidamente e reapresentei a figura pro meu amigo. Pra essas pessoas que vivem da noite, dos barzinhos da vida o seu nome é a coisa mais importante que existe e quando isso não tem um resultado esperando eles se sentem frustrados, porque eles têm que fazer seus nomes, é o que resta, foi o que percebi na face dele, completa frustração. Mas educadamente não tivemos mais assunto, e não demorou um segundo sequer após a gafe ele saiu rapidinho pela tangente e eu claro fiquei com a cara no chão. Só foi o tempo de tomar outra gelada pra me reanimar.

Por: Alisson Meneses de Sá

UMA RAPIDINHA

Eu estou perplexo com o sumiço daquele nosso amigo que antes não perdia uma festa sequer, não perdia nada, nadinha. Só vivia fazendo planos e mais planos quando sabia que uma festa iria acontecer e não dava outra, lá estava ele na festa com toda sua animação, sua irreverência e sua espontaneidade difícil de ser vista num ser humano. Toda festa que estamos indo ele sempre é notado, sempre existe aquela lembrança dos venenos lançados ao ar. E pra tudo existe uma justificativa. Eu como mantive um maior contato durante esse seu afastamento das baladas vou revelar: todos já sabem que ele engatou num relacionamento sério, muito sério, diga-se de passagem, dessa vez o relacionamento é sério mesmo o que não quer dizer que ele possa deixar de se divertir, mas o problema está no olho gordo de algumas pessoas, ele não quer ter más influências opinando nem comentando sobre seu tão bonito e duradouro relacionamento. Um outro ponto é quanto ao processo de economia total para ir ver o show da Kylie Minogue. É realmente, eu não consigo entender a primeira justificativa porque pode ser que até eu esteja incluído nessa concepção destrutiva, mas a segunda até que é plausível, eu também faria um esforço desses pra ir ver alguém que eu gosto muito e que esta é a única oportunidade vista.

Eu heim, quem te viu quem te ver, vamos adiante né gente.

Por: Alisson Meneses de Sá

E NO FIM...

Sabe aqueles momentos em que damos conta que se observássemos mais um pouco as ações humanas não cometeríamos tantos erros? Pois é, estou passando por essa fase e me sacrificando com tais situações na qual fui exposto. Antigamente ao se namorar existia uma cumplicidade entre as partes, existia conversa, diálogo, hoje a coisa muda de patamar, ou você é do jeito que eu quero ou não dá pra mim, ou você faz as coisas da forma que me convém ou você também não está adequada pra namorar comigo. Acabei de passar por essas circunstâncias, o egoísmo e a prepotência dentro de um relacionamento prevaleceram, esse é meu modo de ver. Obviamente não deu, não rolou, por conta do meu complexo de independência não me deixei levar por tais fatos. Não seria eu se seguisse um relacionamento baseado na conveniência, devido a minha intensidade de viver as coisas.
Na verdade as pessoas esquecem que antes de entrarmos num relacionamento temos uma vida no passado, temos interesses e projetos de vida que em muito não o incluía por conta da sua não existência e com isso exigem e exigem muito de nós e quando não respondemos as expectativas esperadas não tem outra, a crise do relacionamento estaciona e nos vemos numa encruzilhada, onde temos que decidir qual caminho a seguir.
E foi assim... preferi seguir o caminho que antes de o conhecer já tinha prioridade máxima, talvez essa prioridade já se tenha conotado desde os primeiros indícios de que aquela relação não vingaria. Já não tinha mais aquele viço dos primeiros toques, dos primeiros beijos, enfim, algo de estranho já era notório. Depois de muitas ações esquisitas da outra parte resolvi não mais me importar, tornei-me um ser frio e comecei a analisar não mais regido pelos sentimentos, mas pela lógica. Junta peça daqui outra dali, não teve outra, existiu algo inexplicável nesse meio do caminho. Mantive-me intacto e não mais dei importância, já tinha a certeza de que tudo tivera degringolado e como é peculiar da minha parte fui me divertir, nunca me divertir tanto num pós término de relacionamento. Gritei, dancei, cantei, ri, pulei, bebi, enfim, naqueles primeiros momentos vivi, mas só restou algumas horas pra que tudo viesse a tona e eu não mais me mantivesse naquele estado de neutralidade completo, como se nada tivesse acontecido. Culpei-me. Também culpei a outra parte. Ficamos naquela discussão ridícula no meio da festa. Quem sabe não foi melhor assim. Aos pouco vou me recuperando.

Por: Alisson Meneses de Sá

terça-feira, 21 de outubro de 2008

INTROSPECÇÃO

Nunca pensei que depois de tudo eu pudesse está assim, passando por um clima pessoal tão chato, tão pra dentro, de reflexões, análises e reparação. Foi assim durante todo o domingo e exclusivamente durante toda a segunda-feira. O domingo eu até tentei preencher os espaços vazios de alguma forma, na pós-graduação à tarde cheguei tanto cansado como sem vida, com uma profunda tristeza interior, mas felizmente as amizades profundas sabem ler o trágico dentro dos olhos e sabe contornar a situação me fazendo ainda dar alguns sorrisos. Aventurei-me em ainda fazer aqueles programas loucos de fim de semana. Era talvez a única chance que tinha de sair daquele completo estado de introspecção arraigado desde o momento em que abri meus olhos e não mais conseguir fechá-los pra voltar a dormir até mais tarde, como é de costume quando a noite do sábado é perdida nas baladas. Ainda no domingo todas as expectativas não foram alcançadas, não sei qual a razão definitiva, mas sentia dentro de mim um vazio, algo precisava ser preenchido e esse algo até então não foi respondido por que talvez as circunstâncias não favorecessem. Na segunda o clima estava pior, a angustia perdurava ainda, não estava num clima perfeito para ir trabalhar e como tenho uma certa autonomia na função que desenvolvo, preferi não viajar, foi legal dessa forma, me sentiria mais tranqüilo e menos pressionado. De certa forma existia essa necessidade de não ir pro interior por conta da emergência no enviou do meu projeto de pesquisa para o mestrado, essa foi a razão preponderante de certa forma. Talvez eu fosse buscar resposta pra toda essa angustia sentida em Clarice Lispector, quem sabe ela não descobre qual é a chave desse enigma que me envolve, desse meu entender que até hoje não se consegue codificar. Há quem diga que me tranco, que não abro espaços pras conquistas, pro novo, pro amor, podem está até certos, mas as vezes eu acredito que tudo isso não passa de uma alimentação artificial da mente humana, acreditar que precisamos de alguém pra está junto durante toda uma vida. Essa concepção no meu contexto não tem validade, configuro toda se possível for, o que sempre foi. Talvez amanhã esteja melhor, me trancafio dentro de mim mesmo, busco nas leituras e nas ficções das telonas algo que possa supri essas necessidades momentâneas.

Por: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

HEATMUS COMENTADA

Como algumas coisas da vida são indispensáveis, algumas festas também são indispensáveis na vida de quem curte a night e como eu nasci na noite e vivo na noite, aqui abaixo estão postas algumas fotos que não foram publicadas no album do orkut, pois aqui merecem ser todas comentadas por ordem cronológica dos acontecimentos.
1. Antes de chegarmos a festa da Heatmus 80' demos uma passadinha no Teatro pra assistirmos a peça Romeu e Juli... Eita!?!. Bom, já é de se notar que a peça trata-se de uma comédia, e devo dizer, que comédia, quase não parava de tanto ri, praticamente duas horas rindo das desgraçadas das personagens, ô, dos desgraçados, eram quatro homens contracenando a famosa peça Romeu e Julieta de Shakespeare analisada pelo viés homossexual. Só vendo pra crer, eles são impagáveis, nunca ri tanto em toda minha vida, dêem uma olhada só nas personas:
Esta é a ama de Julieta, veja a produ, fenomenal.
Esta outra é o amigo inseparável de Romeu, uma pintosa.
Esse aí é Romeu, acreditem, o próprio Romeu. Gente Romeu na peça consegue ser mais gay que... que... que... prefito não comentar.
Aqui está a singela, doce e amável Julieita que rombo hehehehehehehe

Obviamente não nos contentamos e subimos no palco pra tirar uma foto com eles, demos de tietes e fãs incondicionais do grupo alagoano. Ficaremos esperando a próxima peça, Branca de Neve hehehehehehe.

2. A partir de agora, meu cu produções (o fotógrafo é presidente desta peculiar produtora) as fotos são todas referentes a Heatmus. Saliente que em algumas não mais tinha consciência dos meus atos, então quanquer ação estranha foi efeito do alcool em quantidade exagerada.

Esses dois aí, um é o fotógrafo, presidente da meu Cu Produções e o outro é o secretário, foram os dois responsáveis pelas fotografias que aqui estão sendo mostradas.

Aqui estou, já de latinha nas mãos, aí estava vendo o início da festa com a Banda do Pânico Viva A Noite, uma maravilha. O calor aí, na frente do palco estava insuportável, num momento quase passei mal, o que me salvou???? A Nobel hehehehehehehehehehe

No meio daquela multidão eu encontrei vcs, Carlos e o Homem de Cripta kkkkkkk, Anderson Muniz, foi uma zueira. Pedi tanto ao homem de cripta pra me salvar kkkkkkkkkkkkk

Aí está Carlos, super gente fina, mas teve que aguentar meus gritos no ouvido. Num mandei ficar na minha frente kkkkkkkkkkkkkkkkk

Depois que acabou o show de Viva A Noite resolvemos sair da frente do palco e tomar um ar fresco, porque já estávaos passando mal mesmo, o calor estava demais. Fomos pro circo na parte de fora ver quem? Madona Couve-Flor, não tenho outra denominação pro que vi lá se dizendo cover da Diva. Subtamente lembrei daqueles shows de calouros que os adolescente faziam nas esquinas da vida, lembrei que Clara de Baiano sempre interpretava Madona, acho que fizeram a cover da cover kkkkkkkkkkkkk. Vendo a porcaria da Madona no palco encontrei com Serginho e Mariana, Serginho meu amigão veio da terra do Jegue só pra Heatmus, super estilo, nos acabamos na festa depois que nos encontramos.

O show da Madona estava uma bosta, desculpe a expressão, mas num valia um conto, a Nobel já tinha tomado parte da minha consciência, vejam essa menina de marron, nem sei quem era, conheci assim na hora, apostamos quem dançaria melhor no cano (ferros de sustentação do circo), eu, agora consciente não acreditei, mas fiz, subi no cano literalmente. Vejam as expressões faciais dos populares a minha volta.

O final foi trágico. Eu ainda fiz pose pro fotógrafo.

Amigos são pra essas coisas, nos apludir mesmo quando fracassamos. Todos estão num contentamento só depois do tombo que tomei, me ralei todo.

Ói ela aí, apostou mas também me ajudou, meu dedo midinho ralou no chão e sangrou muito. Ói a cara de Serginho, quase chamava o SAMU kkkkkkkkkkkkkkkk Qual era mesmo o nome dela???? Alguém sabe? Queria mandar flores pra ela de agradecimento hehehehehehehehehehe

Eu e Serginho discutíamos sobre a queda da bolsa e a péssima influência nas nossas aplicações no mercado, vejam minha expressão corporal de descontentamento.

O segundo show já estava começando, não nos demoramos muito lá fora e corremos pra dentro do espaço, pra pegar exatamente o local que estávamos, queríamos ver o show mais de perto ainda. Minha cara aí não está das melhores, bem que poderiam melhorar no fotoshop né?

Olhem de quem era o segundo show. Gritei tanto, mas tanto, mas tanto que tenho a leve impressão que ele escutou kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Bom vou esperar né? Quem sabe.... só entende quem estava comigo lá na hora do grito hehehehehehehehehehe

Perto de terminar o show me vi com sede, de Nobel, e com vontade de fazer pipi, estava que não aguentava. Puxei o fotógrafo da meu Cu Produções, Serginho e Mariana. Depois que terminei de fazer pipi e já munido de bebida resolvi que não mais entraria pra ver o fim do show e que iria brincar nos brinquedos. O primeiro foi atravesar a ponte do rio que cai. Aí está eu tirando os sapatos pra pisar na ponte.

Nem eu acreditei que fiz isso, subi, sem medo, olhe a cara de contentamento.

Tá vendo a menina na minha frente, coitada, fui eu quem a derrubou, ô ela não andava nem a bola acertava a cara dela, só foi o tempo de colocar meu pé na ponte e balançar kkkkkkkk em dois tempos a pobre tava no chão. Quanto ao meu final até tem foto, mas tá feia demais. Censurei.

Depois foi a vez dos patinhos do carrossel, uma graça eles. Como não ia rodar neles porque senão ia vomitar, resolvi só fotografar com eles, os patinhos, num ficou uma graça?

Encontrei depois uma barraca de maça-do-amor, aquela melequeira que fazem com a maça, eca. Mas Serginho queme stava com desejos e queria desconto na compra pois estava muito cara, dois reais, kkkkkkkkkkkk, fui fazer um protesto na barraca. Nem sei queme ra a menina de rosa, mas que eu disse besteira num tenha dúvida só é reparar na cara dela. Resultado, não teve jeito, até puxar uma faca a vendedora puxou pra mim. Saí logo. Muito sangue numa noite só.

O fotógrafo conseguiu clicar num momento marcante, não eu não ia beijar Serginho, nos conversávamos. Serginho me dizia que estava em estado de choque pelo final trágico da menina Eloar que fora sequestrada por 5 dias e que levou dois tiros. Percebi nos seus olhos lágrimas mas ele foi forte e não as derramou no rosto. Soube superar o pesar e a dor.

O clima estava tenso quando resolvemos voltar, o terceiro show iria começar, na verdade o melhor show na noite, vejam, estava mesmo me acabando, sempre na frente o palco.

Lolipop começou a fechar, a trancar, encontraos ele já no final. Vejam acara de Adriano, inexplicável. Não sabemos e ele tava adorando ou se odiando. Pelo que conheço Adriano acho que num tava nem aí. Já eu e Serginho querendo sair na foto a todo custo.

Aí é uma parte da turma, faltou Mig que já devia está pegando seu vôo, Anderson, o homem de Cripta e Carlos pra completar.... Mas que foi divertido, a isso foi.

Por fim aí está eu, pior que uma latinha de cerveja em fim de festa kkkkkkkkkkkkkk Nossa que coisa péssima depois que vemos o que a cachaça faz conosco.


O saldo da festa foi por demais positivo, me divertir pacas. Sem contar claro com aquele episódio chato que foi aquele meu bate-boca. Mas passo adiante como se fosse uma página do meu livro.

Por: Alisson Meneses de Sá

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA – O FILME

Jamais espere ver na tela do cinema a perfeição da obra, digo isso quando a película for baseada numa obra literária, pois nossa mente é capaz de captar diversas situações que o diretor de um filme jamais seria capaz de imaginar, com toda sua fertilidade imaginativa. Assim é o filme “Ensaio sobre a cegueira”, baseado no livro do mesmo nome tendo como escritor, o português José Saramago, ganhador do prêmio Nobel de literatura. Daí pode-se observar a sua relevância e a responsabilidade que o diretor do filme teve em produzir a história. Na verdade o filme tem como único foco discutir o ditado que diz: “em terra de cego quem tem olho é rei”, mostrando uma outra concepção de dominação, onde a visão as vezes não vale de nada quando o sentimento é mais relevante e toma proporções indiscutíveis. Sem dúvida o filme foi muito bem trabalhado no sentido de não expor o quanto selvagem o homem torna quando o medo do amanhã é algo latente e a sobrevivência do meio é algo imediato, desfazendo assim de toda uma estrutura sedimentada, é a discussão dos princípios mediante as situações de sobrevivência. O tempo de José Saramago é algo atemporal, ou seja indefinido, já o tempo do filme é contemporâneo, o que na verdade seria impossível pro diretor do filme trabalhar sem expor um determinado tempo, haja vista que na obra literária a imaginação monta toda estrutura temporal já as imagens cinematográficas precisam de algo mais consistente para se trabalhar. O diretor nesse ponto foi extremamente sábio quando deixou indefinida a localidade da ação onde as cenas são desenvolvidas, podendo ser aqui próximo, numa outra região do nosso país, como pode ser num longínquo país além mar. Os cortes pra quem leu o livro são claros, especialmente na cena de estupro coletivo, no livro ele é mais bem destrinchado, mais cruel, mais doloroso pro leitor, sem contar as relações pessoais que se desenvolvem dentro do hospital em que todos os cegos estão trancafiados. As cenas perfeitamente são encaixadas ludicamente, no sentido de preencher uma lacuna aberta, porque parece que o imaginativo não supri tal necessidade, somente vendo pra crer naquela realidade, é assim que o filme é pra quem esteve debruçado na obra literária de Saramago. Por fim na obra ela, a protagonista da história, após todos perceberem que estavam voltando a enxergar e ela fazendo o mesmo percurso que o filme mostra, seguindo em direção a sacada do seu apartamento, não consegue enxergar mais nada a sua frente, seguindo o mesmo processo do início da cegueira dos demais, tendo a sua frente um mar branco, como se fosse leite. Já no filme ela deseja não mais enxergar o que o diretor não deixa acontecer, subentendo no final do filme um final feliz pra todos.


Por: Alisson Meneses de Sá

A MALDADE LANÇADA SEMPRE VOLTA PRA SI

Carrego sempre esse pensamento em mente, de que todo mal lançado no ar sempre tem um retorno gradativo e nessa mesma perspectiva acontece com quem pratica o bem, algo de bom sempre terá o retorno para as práticas altruísticas. O que muita gente não percebe, por conta muita vezes do egoísmo, e quando nem quanto estão a lançar no ar as tais maldades. A insanidade mental delas se transformam de uma certa forma que por mais absurdas que sejam suas ações elas acreditam que o que fazem é o correto, sua mente já é domesticada a trabalhar daquela forma e assim ela vai conduzir até que algo mais trágico aconteça. E não demora muito pra sentimos esse retorno vir à torna e quando isso é de conhecimento geral sentimos não só aliviados, como sendo a justiça sendo feita, como sentimos contente por ver essas peculiaridades acontecendo. E na maioria das vezes não só um tapinha ou um tapão no pescoço serão suficientes para fazer com que todas as maldades lançadas sejam completamente “pagas”. Confesso que me transformo num contentamento só quando chegam aos meus ouvidos que as pessoas que lançam o olhar de inveja sobre mim, ou pior quando acham que a inveja é insuficiente e usam da boca pra distorcer fatos, ou quando minha vida torna o objetivo tal de destruição para essas pessoas degradantes. É por demais compensador e quando sabemos que ainda tem mais por vir, que não só ficará naquele encostar de mão o contentamento ainda é mais forte. Talvez também seja esse desejo algo pouco altruístico e que a paz entre os homens fosse algo mais voltado pro bem e o mais buscados pelos espíritos de paz. Confesso, minha alma fica completamente lavada quando o retorno da maldade lançada volta de forma triunfal pras pessoas que vivem da inveja e da destruição dos outros. Mas como diz o ditado: “Falem mal, mas falem de mim”. Agora esperem as conseqüências quando falarem mal.

Por: Alisson Meneses de Sá

NO MEIO DO TEMPO

Parte III

O nosso retorno de fato teria que ser feito pelo caminho mais confortável que existia, não se importavam naquela altura em caminhar por uma distância bastante significativa o que mais queriam depois de toda aquela frustração era chegar naquela casa localizada no meio do nada e esperar que até a hora de dormir chegasse alguém para tirar daquele tão súbito tédio que iria aplacar sobre as faces. Voltaram e esse foi um dos motivos para o mais velho soltar todas as suas amarguras ainda presa, seu emocional estava trancafiado ainda na cidade, seu corpo estava presente ali com os outros dois, mas sua mente, suas sensações obrigava está onde menos ele queria está, imaginando as realidades que provavelmente estaria acontecendo lá, era seu complicado romance, cheio de traições, desconsiderações e humilhações e estando afastado da cidade, do seu relacionamento, estaria obviamente dando espaço pra seu arquiinimigo ocupar o que é seu. Aquela volta foi assim, uma forma de descarregar tudo que lhe prendia e o ataque foi direcionado os pés de mandacaru, os mais vistosos, diga-se de passagem. A cada pé visto, o mais velho com um pau na mão imaginava está frente a frente tanto com seu love quanto com seu inimigo e a pancada emitida no pé de mandacaru era tão forte, seguida de um urrado também forte, de ódio, de pavor, de agonia, de não poder fazer aquilo no real, e imaginava destruindo pessoalmente os dois, a força era extrema, lançada ao pé, que só bastava uma paulada para uma parte do pé vir ao chão. Os outros dois tanto o do meio quanto o mais novo riam de toda aquela situação, foi um relaxamento completo e o fato mais cômico se deu quando nessa euforia toda, nesse completo êxtase de destruir os pobres pés de mandacaru e naquela escuridão não tinha como perceber, uma casa de maribondos pendurada exatamente no pé, onde o mais velho só percebeu que naquele mandacaru tinha uma casa de marimbondo quando sentiu uma picada dolorida nas suas costas, o ódio de toda aquela situação se misturava com a dor do ferrão dentro dele, os outros dois não sabia se riam ou se ajudavam naquela situação inusitada. Quando menos esperavam estavam na porteira que dava acesso a casa e jamais perceberam a distância cansativa que era aquela estrada. Olhavam para a casa e não sabiam o que fazer naquele momento para tirar de um conseqüente marasmo, só restava mesmo recolher e aguardar pro dia seguinte que algo de anormal acontecesse ali, naquela casa no meio do tempo. De repente todos estavam nus, na parte de trás da casa, se banhando, o mais velho se arriscou ainda em fritar uns bolinhos para não dormirem de barriga vazia, após o banho, degustaram seus respectivos bolinhos e cuidaram em arrumar seus locais de dormir, o mais novo que dormiria separado na cama de solteiro que estava localizada na sala, resolveu se juntar com os demais, trazendo pro quarto seu colchão, assim se acomodaram os três, ouvindo somente o vento frio que soprava naquele vazio. Lutavam em dormir tranqüilos sem medo e após um distraído papo na cama todos adormeceram, caindo no sono como verdadeiras pedras.

Por: Alisson Meneses de Sá

terça-feira, 14 de outubro de 2008

NO MEIO DO TEMPO

Parte II

O homem civilizado possui plenas condições para escolher em que meio pretende viver, criar raízes e ali frutificar, de acordo com suas condições e normas de vivência no seu meio estabelecido. O homem remodela o seu meio e conseqüentemente ou futuramente o de sua comunidade.

Após os primeiros contatos com o que seria o mais primitivo da vivência humana, resolvemos nos aventurar, sair daquela casa localizada no meio do nada e irmos no povoado mais próximo. Dos três ali aventureiros somente um tinha já conhecimento da região, bem como de mato e de prováveis caminhos que poderíamos percorrer. Apostamos no caminho mais curto, o que não poderíamos esperar era que esse atalho nos fosse mais arriscado do que o caminho normal e mais longo. Seguindo um riacho que deveria está seco, chegaríamos ao povoado em dois tempos. Começamos caminhando pelo encostamento do riacho que não estava completamente seco, a terra estava molhada e fofa, o medo do escuro confrontado com as duas lanternas se misturaram com o medo de atolar os pés naquela lama preta. Quanto mais seguíamos o percurso do riacho mais percebíamos que o risco de atolar o pé era certo, quando de repente o do meio enfiou o pé onde não devia, tendo seu pé e parte da perna submersa na lama preta, o desespero era tanto que misturávamos com a graça eminente e ríamos. A lama tinha prendido o calçado, cuidadosamente a perna era puxada para que o calçado também viesse e assim darmos continuidade na nossa jornada. Demoramos, mas cuidadosamente retiramos o pé, o cheiro que perdurou no pé do rapaz do meio não era nada agradável. Em seguida nos vimos em meio a uma resolução, continuar por outro atalho ou voltar pro caminho normal e mais demorado. Mais uma vez resolvemos pegar outro atalho que era subindo uma elevação, coberta de mato quase fechado, passando assim por diversas divisões de pastos de arame farpado. O escuro já não era mais assustador, focalizávamos nossos medos no que poderia existir de bicho dentro daquele mato escuro. À mente vinha cobras, aranhas, raposas etc, esquecemos de tudo o que mais desejávamos que era chegar na esperada estrada que nos conduziria ao povoado. O mato em nada ajudava. O mais velho como era conhecedor da vida rural seguia na frente conduzindo os demais, o do meio ficou por último por conta da lama que ficou no calçado, atrasando sua subida, o mais novo ficou no meio ajudando o último no afastar do mato e foi nessa de afastar que ele enfiou a mão numa planta espinhosa, enchendo seus dedos de pequeninos espinhos. O arrependimento era perceptível na face, mas já estavam ali e deveriam seguir o caminho. O cansaço era notado na respiração ofegante. Atravessamos alguns arames farpados e logo chegamos na estrada que dava acesso aos povoado. Ouvíamos o latir dos cachorros, onde nos aproximávamos do povoado, a cada passo que dávamos mais era nítido o latir quanto a quantidade. Era comum em cada residência possuir um ou mais de um canino para assegurar a vigilância das residências. Adentramos no povoado, as casas pareciam ser abandonadas, não ouvíamos nenhuma voz humana e nenhum movimento, somente o latir dos cachorros. Seguimos em direção ao centro e a cada passo dado verificávamos que o povoado estava deserto. A frustração tomou conta das faces dos três. Somente um velho caminhava assustadoramente pelas ruas, ele era gordo, caminhava com dificuldade, arrastando uma perna e sustentando seu corpo com uma moleta. O senhor gordo e barbudo se aproximou dos três, sorriu e passou adiante. Resolvemos voltar, o imaginado não foi concretizado. A ficha caiu, a população rural pouco tem lazer, trabalham geralmente de domingo a domingo, somente alguns proprietários se dão ao luxo de relaxar num domingo. A nossa volta foi sem dúvida pelo caminho mais distante, não estávamos em condições de nos aventurar naquela noite exaustiva, mas compensadora no sentido de transferir o estresse habitual para o nosso próprio conhecimento, dando ciência aos nossos medos e anseios. Tudo foi válido e num divertido retorno não percebemos o quão distante era aquela estrada.

Continuação na parte III.

Por: Alisson Meneses de Sá

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

JUSTIFICATIVA AOS LEITORES

Por conta do meu trabalho no interior, a vida desde que vos escreve está uma correria só, com tempo selecionado pra tudo. Não que eu tenha deixado de lado o meu tão afamado blog, pelo contrário, diariamente, a tudo que eu ouço, falo, vejo e degusto penso em escrever, pois tudo pra mim torna-se literatura ou cenas cinematográficas. Porém algumas prioridades estão sendo dadas e nesse momento o blog vai ter uma função preponderante no tocante as minhas análises cotidianas. Peço desculpas aos meus leitores por no mês que passou eu não ter dado prioridade ao que costumo escrever, pois foi o tempo de adaptações.

Por: Alisson Meneses de Sá

NO MEIO DO TEMPO

Parte I

Pegamos nossas sacolas, arrumamos dentro dela o que era mais necessário extremamente o necessário para sobreviver por dois dias em meio ao nada. Já no caminho percebíamos como já seria esses dias. Olhava para um lado e só enxergávamos uma vastidão de terra inabitada, com raras exceções, algumas casas de luzes já acessas, olhávamos mais tarde para outro lado e víamos à noite já chegando e tomando contornos de completa escuridão no nada. A casa era rústica, do tempo em que tijolo e cimento pertencia somente às famílias abastadas, onde podemos verificar que não era o caso da família que viveu naquela casa, a casa era toda de taipa com resquícios de modernidade somente na eletricidade e na geladeira que ali estava, pois até o banho e as demais necessidades tinham que ser feito ao ar livre, na total liberdade de um ser humano. A casa tinha uma sala, possuindo nela uma cama de solteiro, uma rede desarmada e no canto uma quantidade enorme de feijão ainda em estado primitivo, podendo perceber que na terra onde estava localizada àquela casa existia plantações de feijão. Seguindo o corredor encontramos o único quarto da casa com uma cama de casal completamente forrada e com seus lençóis limpos, na sala seguinte nos deparamos com uma mesa, uma geladeira, uma dispensa e um rádio, em cima da mesa, em estado precário, mas que nos distraiu por alguns instantes durante todos aqueles dias. No compartimento seguinte, sempre em descida, encontramos o local reservado para o fogão, de lenha vale ressaltar e alguns potes para reserva de água filtrada. O chão era de barro batido.

Queríamos fugir da movimentação rotineira da cidade que já não nos oferecia nenhum enriquecimento intelectual imediato, assim resolvemos arriscar no inusitado, na aventura talvez, era o desejo latente de sair do trivial e desviar todo àquele estresse para algo mais natural, chegando quem sabe ao estado mais primitivo do homem, colhendo seu próprio alimento, dominando o fogo e com essa junção tornando-se um ser pensante, capacitado para viver em meio à diversidade natural.

O primeiro impacto percebível ao se instalar na casa foi notar o afastamento completo de qualquer contato com a civilização populacional, parecíamos que tínhamos nos afastado do planeta e qualquer urgência necessária teríamos que percorrer a pé quilômetros e quilômetro de distância, preferimos não focalizar nos pensamentos negativos, respaldados nessa perspectiva de completo afastamento do contato civilizatório, também percebemos que ali nada saberíamos do que acontecia no mundo, em caso de guerra que o país declarasse a alguma nação, seríamos obviamente os últimos a ser informados, notabilizando com isso a contraversão do nosso cotidiano.

Não demorou muito para que nós nos lançássemos numa aventura pra sair daquele marasmo repentinamente instalado. Após o jantar resolvemos que daríamos a graça no povoado mais próximo da casa, necessitávamos ter o mínimo de noção possível da cultura estabelecida naquela região, analisamos que sendo aquele dia um sábado e que como qualquer outra civilização mais evoluída, existiria alguma concentração humana, fosse na rua, nas praças, inclusive nos bares daquele povoamento, enfim era uma forma de dessestressar da cansativa semana de lavoura que os habitantes deveriam desfrutar. Mas antes de sair para a aventura, em meio à escuridão da noite tivemos uma missão, já pensando no dia seguinte quanto à nossa alimentação, era o descascar o feijão, sentamos e só paramos após a exaustão dos dedos já avermelhados, pois tínhamos que forçar a casca para que os caroços do feijão saíssem, a quantidade não era suficiente, haja vista as visitas confirmadas para almoçarem conosco no dia seguinte. A princípio estávamos em três, os únicos que resolveram arriscar nessa aventura inusitada. O mais velho já era conhecedor da região, já tivera habitado noutra casa ali próximo por alguns meses; o do meio, na escala etária, era extremamente cosmopolita, mas se adaptava a todo ambiente que lhe fosse oferecido, mas na sua essência possuía um pé no ruralismo por conta dos seus tempos de infância, nas férias passada na fazenda do seu avô; o mais novo vivia das novidades da metrópole ao completo modo primitivo, completamente adaptável. Harmoniosamente sobrevivíamos aos dois dias no meio daquele mato, não mais selvagem.

Seguem na segunda parte as aventuras desse trio de aventureiros na trilha do meio do tempo.


Por: Alisson Meneses de Sá

sábado, 4 de outubro de 2008

UMA FACE EM MEIO A MULTIDÃO

Pouco paramos em meio a loucura vivaz do cotidiano mecânico da qual os segundos são tempo pouco suficiente para se alcançar a perfeição desejada, para o que se passa no interior, com seus sentimentos, conflitos, interesses, angústias, contentamentos, enfim, um emaranhado de situações que nos classificamos como pessoas plugadas no que acontece a nossa volta. Sentei-me na mesa do escritório, aguardando um tempo corriqueiro, aquele tempo habitual de espera, na mesa do computador estava ela, a nossa protagonista, impaciente com a situação do computador, que parecia estar quebrado e dessa vez parecia ser algo mais sério. Ela ligava e desligava ininterruptamente na esperança de que aquele micro voltasse a funcionar. Ela, sempre se mostrava bastante solícita, pelo menos foi o que ficou demonstrado desde o momento que aportei naquele ambiente de trabalho, na verdade nunca percebemos com olhos mais profundos o que se passa pela vida de muita gente que vive a nossa volta, ela foi um acaso particular. Naquele instante, de liga e desliga de aparelho ela começa a falar sobre seu pai, agradecendo a um Deus comum, de forma involuntária, o tempo em que seu pai estivera sem beber, achei tudo aquilo peculiar e ao mesmo tempo tão íntimo de mim, a partir daí comecei, curiosamente, a esmiuçar toda aquela história que não era nem um pouco agradável pra quem viveu nem pra quem escuta. A partir daquele momento, deixei de ser um alguém e passei a ser uma pessoa, ouvindo atentamente todos os relatos e tendo uma visão, simultaneamente, cinematográfica. Tudo parecia se desenvolver perfeitamente, apesar da tristeza carregada que o toda a história a ser contada por ela traz, o que na verdade não só se passa com aquela moça e sim também faz parte de um número extenso de pessoas que vivem por esse mundo afora. Ela inicia sua análise afirmando possuir na sua família algo estranho, sobrenatural, que amarga toda a relação fraterna que venha a ter numa relação consangüínea, algo que perturbava a mente de seu pai, levando à beber sequencialmente e levando ela própria e sua mãe à exaustão psicológica. A moça já estava cansada de assistir sua mãe sendo espancada por seu pai, ela afirma que ele faz tudo aquilo inconsciente, como se tudo aquilo não fizesse parte dele, haja vista ele nunca ter encostado a mão pesada dele nela, eram mãos grossas de agricultor que nasceu e se criou na lida com animais. Em tempo um pouco mais recente, ele, seu pai resolveu ganhar a vida também domando bois nas afamadas e perigosas touradas do sertão nordestino. Sua mãe era o retrato da mulher sofrida do interior, mulher apaixonada que apesar das angústias já vividas e que ainda sofre sabe se sentir valorizada; desde que perdeu seu primeiro filho afogado no tanque de maneira estranha e até hoje inexplicável, sua vida deu uma reviravolta, pareceu que tudo a partir dali começava a desandar. Mãe de quatro filhos, uma menina e três homens, o mais velho faleceu com doze anos de idade, restaram somente dois homens. Era uma vida sofrida a dela, ter que sustentar seus três filhos sozinha, contando com ajudas de familiares e amigos, enquanto seu marido vive pelo mundo, o mundo das touradas. Os dois irmãos começam a se criar vendo seu pai lidar com o gado, a sua aproximação faz com que o futuro deles fosse também iguais ao do pai. O estilo de trabalho do pai é ditatorial na formação dos filhos na lida com os animais, onde a perfeição era a meta diária desejada, caso contrário os castigos passavam do psicológico para o físico. Na verdade eles não viam à hora de crescer, ter a maioridade, para com isso se intitularem donos de si. Segundo a nossa protagonista, os dois irmãos seguiram fielmente toda estrutura que o pai desenvolveu na educação e no viver em família, desenvolvendo também o gosto deles pelo álcool, os dois casaram, o mais novo teve uma linda filha, que a nossa protagonista praticamente sustenta, e logo se separou, a vida dele tornou-se autodestrutiva, pois quando o alcoolismo toma seu patamar mais elevado ele só pensa em cometer loucura contra si próprio, deitando-se alucinadamente em vias públicas, cortando-se com faca, cortando-se com vidro, estraçalhando copos de cristais e depois digerindo-os goela abaixo, sob os olhos aterrorizados de sua filha e de sua mãe. Nossa protagonista afirma não ter mais lágrimas nos olhos, e que já não se espanta com mais nada que o mundo lhe ofereça de anormal. Fiquei ali sentado, mas extremamente em estado de choque por não saber como aquela moça, modéstia, solícita, se mantêm naquela estrutura mental natural, sem sofrer seqüelas claras. Algumas marcas foram deixadas o que não os tornam perceptíveis, como a descrença no casamento e o medo de construir um núcleo familiar, é o medo da repetição e da infelicidade.

Por: Alisson Meneses de Sá